A cidade de Muzambinho, localizada em Minas Gerais, implementou uma nova legislação que determina a proibição de sacolas plásticas em todos os seus estabelecimentos comerciais durante as segundas-feiras. Esta iniciativa visa promover a sustentabilidade e reduzir o impacto ambiental gerado pelo descarte desses materiais, marcando um passo significativo na agenda ecológica do município.
A medida, que entrou em vigor após a sanção da lei municipal, tem raízes em um projeto piloto bem-sucedido. Por três meses, uma das maiores redes de supermercados da localidade adotou a prática de não fornecer sacolas plásticas nas segundas-feiras. A experiência inicial, conduzida em suas seis unidades, pavimentou o caminho para a extensão da norma a todo o comércio da cidade.
Muzambinho Proíbe Sacolas Plásticas em Comércios às Segundas
De acordo com Gabriel Isaías de Carvalho, gerente da rede de supermercados precursora, o período de adaptação exigiu esforços consideráveis. Inicialmente, houve certa resistência por parte dos consumidores. No entanto, através de um trabalho contínuo de conscientização, incluindo palestras para colaboradores e materiais informativos para clientes, a ideia da “segunda-feira sustentável” foi gradualmente assimilada. “O primeiro mês teve uma certa resistência até mesmo do cliente, mas conforme foi passando o tempo a gente foi trabalhando, foi desenvolvendo, pessoal comprou a ideia muito bem”, detalhou Carvalho.
A proposta de utilizar caixas de papelão como principal alternativa para o transporte das compras nas segundas-feiras tem sido amplamente adotada. Gabriel Isaías de Carvalho observa que, além da adaptação à “segunda-feira sustentável”, muitos clientes, após compreenderem a causa ambiental, optaram por continuar usando alternativas sustentáveis em outros dias da semana, demonstrando uma mudança de comportamento duradoura.
Visões Divergentes sobre a Medida Ambiental
A introdução da lei gerou diferentes reações entre os moradores de Muzambinho. Ismael Donizetti Nadalete, um aposentado local, manifestou total aprovação à mudança. “Eu acho a ideia muito boa, principalmente para o meio ambiente. A gente usa sacola, joga, contamina o meio ambiente. Até melhor pra gente, caixa é muito melhor”, pontuou Nadalete, enfatizando os benefícios ecológicos e práticos da medida.
Por outro lado, alguns residentes expressaram preocupação. Cleiton Fernandes de Souza, morador da cidade, teceu críticas à proibição, argumentando que as sacolas plásticas desempenham um papel essencial no dia a dia. “Eu acho que não está certo isso não. Deveria distribuir a sacola. Acaba reutilizando para pôr nos lixos, para guardar, muita coisa. É essencial, falar a verdade”, opinou, destacando o uso secundário das sacolas para descarte de lixo doméstico e outras finalidades.
Detalhamento da Legislação e Penalidades
A lei em questão, registrada sob o número 3.788 e já devidamente publicada, estabelece diretrizes claras para os comerciantes de Muzambinho. O texto legal orienta que os estabelecimentos incentivem a substituição das sacolas plásticas por opções mais ecológicas, como sacolas retornáveis, sacos de papel ou caixas de papelão. O vereador Baiano (PTB) é o autor da proposta legislativa.

Imagem: g1.globo.com
O parlamentar justificou a medida ressaltando tanto os impactos ambientais positivos quanto as vantagens econômicas para os comerciantes. “Aqui vários comércios têm a sacola retornável e nós devemos voltar a usar essa sacola. Ao longo do tempo nós temos que zerar o uso de sacola plástica. É uma economia para o comerciante porque ele não precisa comprar esse material”, explicou o vereador, destacando a importância da lei para a proteção do meio ambiente e a sustentabilidade econômica local.
Para aqueles que descumprirem as determinações da lei, foram estipuladas sanções financeiras. Os comerciantes infratores estarão sujeitos a uma multa de três unidades fiscais do município, o que corresponde a R$ 670,89. Em casos de reincidência, o valor da penalidade pode ser dobrado. Além disso, a legislação prevê que, em situações de persistente desrespeito à norma, o estabelecimento comercial poderá sofrer interdição.
O Pioneirismo da Lei na Luta contra o Lixo Plástico
A iniciativa de Muzambinho é vista como pioneira no cenário nacional. Claudiomir Silva Santos, professor especializado em gestão ambiental, ressalta a relevância da medida para a proteção do meio ambiente. Ele enfatiza que o plástico, um material que leva entre 100 a 200 anos para se degradar completamente, acarreta graves prejuízos ao solo, à água e à saúde pública em geral. O professor citou que o Brasil, em média, cada cidadão é responsável pela geração de 60 quilos de lixo plástico por ano, posicionando o país como o quarto maior gerador mundial de lixo plástico, conforme dados amplamente divulgados. Esse contexto acentua a urgência e o valor de legislações como a aprovada em Muzambinho, que se destaca entre as poucas cidades brasileiras a implementar tal tipo de restrição. A preocupação com a poluição plástica e seus efeitos é global, e iniciativas como esta são cruciais para um futuro mais sustentável, conforme informações detalhadas em fontes confiáveis como o G1 Natureza.
Posicionamento da Associação Comercial Local
A Associação Comercial e Industrial de Muzambinho emitiu um comunicado informando que não foi previamente notificada a respeito da sanção da lei. A entidade esclareceu que está buscando mais detalhes sobre o teor da legislação e suas implicações para poder fornecer esclarecimentos futuros aos seus associados e à comunidade em geral.
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A medida implementada em Muzambinho representa um esforço notável no combate à poluição plástica e um convite à reflexão sobre nossos hábitos de consumo. Com os diferentes pontos de vista e as novas regras em vigor, a cidade se posiciona na vanguarda da legislação ambiental no Brasil. Para mais análises e notícias sobre sustentabilidade e políticas municipais, continue acompanhando a editoria de Cidades.
Crédito da imagem: Reprodução EPTV
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