Uma mulher que chefiava facção criminosa com forte atuação na região da Serrinha, em Fortaleza, foi detida nesta terça-feira, 23 de abril, em uma ação estratégica deflagrada pela Polícia Civil e pelo Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco) do Ministério Público do Ceará (MPCE). Conhecida no meio criminoso como “Patroa”, a suspeita assumiu a liderança do grupo após seu companheiro, apontado como um dos principais articuladores da facção no estado, ser preso em 2023.
A detenção da “Patroa” ocorreu no contexto da operação “Extramuros”, que visa desarticular o núcleo central da facção criminosa que opera intensamente no bairro Serrinha. De acordo com informações do Ministério Público, a mulher assumiu a responsabilidade pela condução das atividades ilícitas e pela manutenção da estrutura do grupo após o encarceramento de seu marido, Francisco Anderson Rabelo da Silva, amplamente conhecido pelo vulgo ‘Nem Gato’.
Mulher que chefiava facção na Serrinha é presa em operação do MP
A operação que culminou na prisão da líder de facção foi fruto de um extenso trabalho de inteligência e cooperação entre as forças de segurança. Seu principal objetivo, conforme reiterado pelo MPCE, é enfraquecer e fragmentar a rede de comando da organização, interceptando as formas de comunicação e o controle exercido tanto de dentro quanto de fora das unidades prisionais, um desafio constante para as autoridades que lidam com a criminalidade organizada no Ceará.
Durante o desenrolar da ação, as equipes de investigação não se limitaram à captura da “Patroa”. Prenderam também outro investigado de grande importância para a hierarquia da facção, identificado como um de seus principais comparsas. Este homem desempenhava um papel fundamental, prestando auxílio direto na administração e gerenciamento do elaborado esquema criminoso. Paralelamente às prisões, foram cumpridos seis mandados de busca e apreensão em diversas residências de indivíduos suspeitos de envolvimento com o crime organizado, com o intuito de coletar materiais probatórios que possam subsidiar novas fases das investigações.
A ficha criminal de Francisco Anderson Rabelo da Silva, vulgo ‘Nem Gato’, demonstra sua significativa influência no cenário criminoso cearense. Sua prisão anterior, ocorrida em Beberibe em dezembro de 2023, foi resultado de crimes como porte ilegal de arma de fogo e uso de documento falso. Na ocasião, ‘Nem Gato’ já era alvo de três mandados de prisão ativos por delitos gravíssimos, incluindo homicídio e integração a organização criminosa, evidenciando sua periculosidade e posição estratégica no grupo.
À época de sua reclusão, investigadores já o apontavam como uma das mais notáveis lideranças do tráfico de drogas em Fortaleza. Ele era responsável por orquestrar a atuação da facção Comando Vermelho (CV) em zonas cruciais como Serrinha e Dias Macedo, estabelecendo rotas e pontos de comércio ilegal de substâncias. Após a prisão, foi descoberto que ‘Nem Gato’ manteve sua influência sobre a organização criminosa, utilizando a esposa como um elo externo. Ela foi incumbida de dar continuidade à administração do grupo e de transmitir ordens do companheiro recluso, assegurando a perpetuação das atividades da facção no controle de seu território.
A Conexão com a Casa de Shows Nitro Dance Fest
As investigações também trouxeram à tona uma ligação relevante entre a facção e um estabelecimento comercial específico. A mulher detida seria a responsável pela gestão da casa de shows Nitro Dance Fest, situada na própria Serrinha. Este local já se encontrava sob o radar das autoridades, tendo sido interditado em fevereiro deste ano após uma operação policial que o identificou como um ponto nevrálgico de encontro para os integrantes da facção criminosa. Além de ser um espaço de socialização e articulação entre membros, a casa de shows era estrategicamente utilizada para o recrutamento de novos elementos, potencializando o crescimento e a consolidação do poder da organização no território.

Imagem: g1.globo.com
Na ação que levou à interdição do estabelecimento em fevereiro, um homem identificado como sócio da Nitro Dance Fest, Francisco Bruno Holanda Lima, foi inicialmente detido sob prisão temporária por um prazo de 30 dias. Contudo, devido à gravidade e ao volume das evidências coletadas, a prisão temporária de Lima foi posteriormente convertida em prisão preventiva pela Justiça, uma medida que, ao contrário de sua predecessor, não tem um limite de tempo definido. Isso reflete a consideração judicial de que a manutenção da liberdade do indivíduo representaria risco à ordem pública ou à instrução criminal, sublinhando o impacto das operações conjuntas em descapitalizar e desarticular a estrutura financeira e logística das facções criminosas no Ceará.
A contínua atuação das forças-tarefas coordenadas pelo Ministério Público do Ceará tem se mostrado crucial para combater e desestruturar organizações criminosas de grande porte, garantindo mais segurança à população. Para informações adicionais sobre as iniciativas e ações do Ministério Público no enfrentamento ao crime organizado, visite as notícias e comunicados oficiais do MPCE.
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O sucesso desta operação destaca o empenho das autoridades em reprimir o crime organizado em Fortaleza, oferecendo mais tranquilidade à comunidade. Para se manter atualizado sobre os desenvolvimentos deste caso e outras notícias relevantes sobre política, segurança pública e economia, continue acompanhando as análises e reportagens aprofundadas em nosso portal.
Foto: José Leomar/SVM
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