MPF solicita mapeamento de cemitérios clandestinos no RJ

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O mapeamento de cemitérios clandestinos no RJ é o cerne de uma recente solicitação feita pelo Ministério Público Federal (MPF) ao governo brasileiro. A proposta visa à criação de um grupo de trabalho com a incumbência de identificar todas as valas e locais de descarte ilegal de corpos na Região Metropolitana do Rio de Janeiro, em um prazo de seis meses. A urgência da medida se intensificou após a descoberta de um cemitério clandestino operado pelo Comando Vermelho.

A revelação chocante ocorreu nesta terça-feira, dia 21, quando equipes da polícia localizaram uma área de mata no Morro do Jordão, situado no bairro do Tanque, na Zona Sudoeste do Rio, que abrigava um local clandestino de ocultação de cadáveres. As autoridades encontraram, dentro de uma cavidade que se estendia por pelo menos 30 metros de profundidade, restos mortais pertencentes a cinco indivíduos. Para acessar a localidade, os policiais precisaram percorrer uma trilha complexa, evidenciando o caráter recôndito da operação criminosa. A polícia aponta que o profundo poço, originalmente destinado à instalação de torres de transmissão de energia, havia sido abandonado.

MPF solicita mapeamento de cemitérios clandestinos no RJ

A operação policial que culminou na identificação do cemitério clandestino foi impulsionada por valiosas informações provenientes do setor de inteligência da Polícia Civil. Contando com o apoio estratégico da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) e do Corpo de Bombeiros, os agentes e bombeiros executaram a complexa tarefa de descida ao fundo do poço utilizando cordas e equipamentos especializados. Durante a busca, não apenas no interior da cavidade, mas também dispersos pelo solo da área circundante, foram encontrados fragmentos ósseos. As investigações agora se concentram em elucidar a identidade dos perpetradores e a forma como os corpos foram transportados e abandonados neste local isolado.

Os materiais ósseos coletados foram encaminhados ao Instituto Médico-Legal (IML), onde passarão por análises forenses detalhadas. A expectativa dos investigadores é que seja possível identificar as vítimas desses atos criminosos e, assim, desvendar as circunstâncias e motivações por trás das mortes. De acordo com as apurações, o terreno era habitualmente empregado pela facção Comando Vermelho para o ocultamento de pessoas assassinadas por membros do grupo criminoso. Até o momento, a quantidade total de vítimas que podem ter sido descartadas nesta região específica ainda não foi estabelecida.

Padrão Crimininoso Se Repete na Região Fluminense

Infelizmente, práticas criminosas de ocultação de cadáveres com características similares já haviam sido documentadas em outras áreas do estado do Rio de Janeiro, reiterando um padrão preocupante de atuação das facções. Um caso notável ocorreu em abril deste ano, quando a Polícia Civil descobriu oito corpos enterrados em uma área de mata em Belford Roxo, na Baixada Fluminense. A Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF) confirmou, à época, que o local também era utilizado pela facção Comando Vermelho. Durante aquela ação, três indivíduos foram detidos em posse de armas e entorpecentes, apontando para a relação direta entre o tráfico de drogas e esses métodos bárbaros de descarte de vítimas.

Esses incidentes recorrentes de achados de corpos em locais clandestinos na Região Metropolitana do Rio foram o catalisador para a intervenção do Ministério Público Federal. O MPF, atuando no seu papel de fiscal da lei, formulou a recomendação ao estado brasileiro com o objetivo primordial de implementar um sistema eficaz para localizar e identificar essas áreas utilizadas pelo crime organizado. O propósito é interromper essa cadeia de crimes e dar respostas às famílias das vítimas.

MPF solicita mapeamento de cemitérios clandestinos no RJ - Imagem do artigo original

Imagem: g1.globo.com

Solicitação Formal e Criação de Grupo de Trabalho

A requisição formal do MPF endereça-se especificamente ao Ministério da Justiça e Segurança Pública e ao Ministério de Direitos Humanos e Cidadania, solicitando que ambas as pastas instituam, de maneira colaborativa, um grupo de trabalho multidisciplinar. Este grupo terá o prazo de trinta dias para ser formalmente constituído e iniciar suas atividades. A meta estabelecida é que o mapeamento exaustivo e abrangente de todos os cemitérios e valas clandestinas seja integralmente concluído em um período de seis meses. Essa iniciativa representa um esforço conjunto para desvendar e coibir a prática de crimes de ocultação de cadáveres, trazendo visibilidade para uma triste realidade enfrentada pela segurança pública no Rio de Janeiro e promovendo justiça para as famílias afetadas.

Para mais informações sobre as ações do MPF na garantia de direitos humanos e segurança pública, consulte a página oficial do Ministério Público Federal, onde são publicadas notícias e relatórios sobre o combate ao crime organizado e a proteção à dignidade humana em todo o país.

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Este esforço coordenado do MPF é um passo crucial para desarticular as estratégias de ocultação de crimes do Comando Vermelho e oferecer dignidade aos desaparecidos, reforçando a luta por segurança e justiça na metrópole carioca. Continue acompanhando as últimas notícias sobre a criminalidade e as ações de segurança pública em nossa editoria de Cidades para se manter informado sobre este e outros desdobramentos importantes.

Crédito da imagem: Divulgação/PCERJ

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