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Mostra de Cinema SP e a Literatura: Forte Conexão em Destaque

A Mostra Internacional de Cinema em São Paulo reafirma e intensifica sua notável ligação com a literatura em sua mais recente edição. Tradicionalmente, o evento tem sido um celeiro para adaptações cinematográficas de obras literárias, refletindo a dinâmica natural entre as duas formas de arte. No entanto, o festival deste ano parece transcender essa conexão […]

A Mostra Internacional de Cinema em São Paulo reafirma e intensifica sua notável ligação com a literatura em sua mais recente edição. Tradicionalmente, o evento tem sido um celeiro para adaptações cinematográficas de obras literárias, refletindo a dinâmica natural entre as duas formas de arte. No entanto, o festival deste ano parece transcender essa conexão usual, aprofundando o diálogo de maneira significativa e multifacetada, conforme evidenciado pela curadoria e pela programação apresentada.

Um dos elementos que sublinham essa aproximação mais robusta é a escolha do renomado escritor português Valter Hugo Mãe para assinar o pôster oficial do festival. A diretora da Mostra, Renata de Almeida, revelou que o convite ao popular autor lusitano foi motivado após sua experiência com o documentário “De Lugar Nenhum”, que detalha o processo criativo de Mãe. Este filme, dirigido por Miguel Gonçalves Mendes, cujo currículo inclui o aclamado “José e Pilar”, um sensível retrato do falecido escritor José Saramago e sua esposa, Pilár del Río, fará parte da programação do festival.

Mostra de Cinema SP e a Literatura: Forte Conexão em Destaque

Além da homenagem no pôster, o trabalho de Valter Hugo Mãe ganha destaque especial nas telonas. Será exibida, em première, a aguardada adaptação cinematográfica “O Filho de Mil Homens”. O filme, dirigido pelo brasileiro Daniel Rezende, representa a transposição da obra literária do autor para o cinema e é fruto de uma colaboração de sucesso entre a Mostra e a plataforma Netflix. Essa parceria tem sido crucial para trazer ao público produções de grande relevância, fortalecendo a visibilidade tanto dos escritores quanto dos cineastas envolvidos.

A intersecção entre cinema e literatura vai além das obras de Valter Hugo Mãe nesta edição. Outras produções com diálogos intrigantes com o universo literário enriquecem a programação. “Dalloway” é um exemplo, seguindo a jornada de uma escritora de mesmo nome, Clarissa, que busca superar um bloqueio criativo com a auxílio de inteligência artificial. Similarmente, “Os Papéis do Inglês” apresenta um roteiro elaborado pelo escritor José Eduardo Agualusa, explorando uma épica jornada do também escritor Ruy Duarte de Carvalho. Contudo, alguns dos desenvolvimentos mais estimulantes entre as duas artes se manifestam fora das salas de exibição.

Desde 2019, a Mostra tem fornecido um fórum essencial para a interação entre editoras, autores e produtores de cinema, promovendo o ciclo “Da Palavra à Imagem”. Este evento estratégico, que ocorrerá no próximo dia 25 de outubro, em um sábado, na Cinemateca, funciona como um “pitching”. Durante ele, criadores de conteúdo e detentores de direitos literários apresentam brevemente suas obras com o objetivo de despertar o interesse de produtores em desenvolver adaptações cinematográficas e televisivas. A iniciativa da Mostra Internacional de Cinema em São Paulo tem se mostrado um catalisador vital para a concretização de projetos.

Os resultados desse programa são tangíveis e comprovam o seu valor no mercado. No ano passado, por exemplo, a produtora Gullane adquiriu os direitos de adaptação do romance “De Onde Eles Vêm”, do autor Jeferson Tenório. Houve também uma acirrada disputa pelos direitos de “Contra Fogo”, obra do brigadista ambiental Pablo Casella, que acabou sendo arrematada por um grande serviço de streaming, evidenciando o apetite da indústria audiovisual por narrativas literárias envolventes. A diretora Renata de Almeida reforça a relevância desse intercâmbio: “Muito do cinema vem de adaptações literárias”, e complementa, “O que tentamos fazer é ajudar nessa aproximação.”

Em outra importante novidade editorial, a editora Arqueiro assegurou os direitos para a publicação do primeiro romance de ficção da atriz e produtora Reese Witherspoon. Intitulada “Gone Before Goodbye” (algo como “Partida Antes do Adeus”), a obra é um thriller de conspiração coescrito com o popular Harlan Coben e tem como protagonista uma médica militar. Nos últimos anos, Witherspoon tem cultivado uma forte conexão com o mundo literário, principalmente por meio de seu clube de leitura de grande sucesso e de sua produtora focada em adaptar narrativas femininas. A edição brasileira do livro está programada para ser lançada em março do próximo ano.

Mostra de Cinema SP e a Literatura: Forte Conexão em Destaque - Imagem do artigo original

Imagem: www1.folha.uol.com.br

Simultaneamente, a editora WMF Martins Fontes anunciará, também em março, o lançamento do aclamado best-seller sobre Gaza, de autoria do jornalista Omar El Akkad. O livro, recém-indicado ao prestigiado National Book Award, intitula-se “One Day, Everyone Will Have Always Been Against This”, em uma tradução livre, “Um Dia, Todo Mundo Terá Sido Contra Isso Desde Sempre”. O autor, de origem egípcia e imigrado para o Canadá, apresenta em sua obra um vigoroso questionamento dos princípios fundamentais da sociedade americana, descrevendo o livro como uma “carta de término com o Ocidente”, um título que reflete a intensidade de sua crítica e análise social.

O cenário literário nacional continua fervilhante com a chegada de novos eventos culturais. Após a notícia de múltiplos festivais que surgiram em diversas regiões do Brasil ao longo deste ano, o Centro-Oeste também recebe um grande evento: a nova Bienal Pantanal. Este festival literário promete enriquecer a cena cultural da região, ocorrendo na capital sul-mato-grossense, Campo Grande, até este domingo, dia 12. A expansão de feiras e bienais demonstra o vigor da produção e do consumo literário pelo país.

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Em síntese, a Mostra Internacional de Cinema em São Paulo não só reafirma a intrínseca relação entre o cinema e a literatura, como também inova ao criar novos canais para que essa conexão floresça, de adaptações na tela a oportunidades de negócios editoriais. O evento se consolida como um marco cultural que transcende as exibições cinematográficas, abraçando plenamente o universo dos livros e de seus criadores, ao mesmo tempo em que o mercado editorial pulsa com lançamentos significativos e a proliferação de festivais pelo Brasil. Continue acompanhando a seção de Análises para mais discussões aprofundadas sobre cultura e arte.

Crédito da Imagem: Divulgação.

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