A **morte de uma mulher trans**, identificada como Ladeira Rolim, de 43 anos, em Mogi das Cruzes, Grande São Paulo, está sob investigação da Polícia Civil. O corpo de Ladeira, conhecida também como Thifanny, foi encontrado no último sábado, dia 1º de junho, na Avenida Pedro Romero. O caso ganhou repercussão por ter ocorrido logo após a vítima ter recebido atendimento em uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) na mesma cidade.
As autoridades policiais foram acionadas para verificar uma ocorrência no bairro do Rodeio, onde a equipe de militares localizou Ladeira Rolim caída. Conforme apurações preliminares, antes de seu óbito, a mulher havia passado por uma consulta médica na UPA Rodeio, sido liberada e, posteriormente, sentiu-se mal novamente. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi chamado ao local e confirmou o falecimento.
Morte de Mulher Trans Após UPA em Mogi das Cruzes é Investigada
A Secretaria Municipal de Saúde e Bem-Estar de Mogi das Cruzes divulgou um posicionamento detalhando o atendimento à paciente. De acordo com as informações, Thifanny foi encaminhada à UPA Rodeio pela equipe do Samu, dando entrada na unidade às 15h57 daquele sábado, apresentando um quadro de crise convulsiva. A UPA Rodeio é gerida pela Fundação do ABC (FUABC).
Os relatos da equipe do Samu indicaram que, ao chegar à unidade, a paciente estava na fase pós-ictal, que se refere ao período subsequente a uma convulsão, frequentemente marcado por confusão mental, sonolência e fadiga. No momento do atendimento na UPA, Thifanny apresentava um Glasgow de 14, considerado leve, com sinais vitais estáveis, sem evidências de infecção e afebril.
Ladeira estava acompanhada de seu companheiro, que informou aos profissionais de saúde sobre o uso de drogas lícitas e ilícitas pela paciente. Essa informação foi devidamente registrada em seu prontuário médico. A coordenadora médica da UPA Rodeio, Débora Nogueira Missiato, declarou que a paciente tinha histórico de epilepsia, sem evidências de tratamento regular. Ela assegurou que todos os protocolos clínicos foram seguidos rigorosamente durante a permanência de Ladeira na unidade.
Conforme o prontuário e as declarações da Secretaria de Saúde, Ladeira Rolim recebeu a administração de fenitoína, um anticonvulsivante, e demonstrou melhora em seu quadro clínico. Ela se manteve comunicativa e orientada, conseguiu alimentar-se e permaneceu sob observação médica por um período aproximado de duas horas e meia. Dada a situação de rua da paciente e seu companheiro, a equipe da UPA ofereceu o acionamento do acolhimento social, um serviço da Secretaria de Assistência Social.
Contudo, tanto Ladeira quanto seu companheiro recusaram a oferta de encaminhamento social, informando que prefeririam seguir para a região de Brás Cubas, onde, segundo eles, teriam um local para ficar. Após assinar a alta médica, o que foi registrado como realizado pelo Dr. José Augusto Cardoso Filho, a paciente foi conduzida até a saída da UPA em uma cadeira de rodas. Ela deixou a unidade por volta das 19h, caminhando e conversando com a equipe médica e seu companheiro.

Imagem: g1.globo.com
A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP) confirmou que a morte foi registrada como suspeita na Delegacia Seccional de Mogi das Cruzes. Exames necroscópicos foram solicitados ao Instituto Médico Legal (IML) para determinar a causa exata do falecimento. As diligências seguem em andamento para o completo esclarecimento dos fatos que levaram ao trágico desfecho. Assim que foi notificada sobre a morte, ocorrida em um ponto de ônibus próximo à UPA, a Secretaria Municipal de Saúde e Bem-Estar solicitou imediatamente à Fundação do ABC um relatório detalhado sobre o atendimento e acompanha de perto todas as etapas da investigação.
O enterro de Ladeira Rolim está agendado para esta segunda-feira, 3 de junho, às 14h30, no Cemitério da Saudade. Para compreender melhor os padrões de atendimento em unidades de emergência como as UPAs no Brasil, é possível consultar informações detalhadas sobre o Sistema Único de Saúde. Para mais detalhes sobre as diretrizes e funcionalidades dos serviços de saúde pública no país, visite a página oficial do Ministério da Saúde.
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A trágica morte de Ladeira Rolim, a mulher trans que buscou atendimento na UPA de Mogi das Cruzes, segue sob intensa investigação, visando clarear todas as circunstâncias do ocorrido. O caso levanta questões sobre os protocolos de saúde e assistência social a indivíduos em situação de vulnerabilidade. Continue acompanhando a cobertura completa em nossa editoria para se manter informado sobre este e outros temas relevantes de notícias de Cidades.
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