Morte de Influencer em Campinas Destaca Risco Sem Cinto

O lamentável acidente sem cinto de segurança que resultou na morte de Rafaela Delbianchi, influenciadora digital de 27 anos, em Campinas (SP), expõe severos riscos associados à negligência do uso desse equipamento essencial. O incidente ocorreu na Rodovia Lix da Cunha (SP-073), onde a influenciadora foi ejetada do veículo após um capotamento, evidenciando a importância crucial do dispositivo de segurança veicular.

Dados divulgados pela Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campinas (Emdec) revelam um cenário preocupante na metrópole. Em 2025, foram registradas, em média, 26 autuações diárias por falta de uso do cinto de segurança. O período entre janeiro e setembro contabilizou um total de 7.213 multas aplicadas, sublinhando a persistência dessa infração grave, apesar das campanhas de conscientização.

Morte de Influencer em Campinas Destaca Risco Sem Cinto

De acordo com o Código de Trânsito Brasileiro (CTB), o não uso do cinto de segurança, seja pelo condutor ou por qualquer passageiro, é classificado como infração grave. Tal violação acarreta uma multa no valor de R$ 195,23 e a adição de cinco pontos na Carteira Nacional de Habilitação (CNH) do responsável. Essas penalidades refletem a seriedade com que a legislação trata a ausência do equipamento.

A gravidade da situação é amplificada pelas explicações do professor Creso de Franco Peixoto, da Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo (FECFAU) da Unicamp. Peixoto enfatiza que, apesar das constantes inovações tecnológicas e dos recursos de segurança aprimorados nos veículos modernos, o cinto de segurança permanece indispensável. Ele salienta que o airbag não serve como substituto, mas sim como um recurso complementar ao cinto.

O especialista detalha a função do cinto de segurança na proteção contra o que ele define como “segunda colisão”. Conforme explica Peixoto, a “primeira colisão” envolve o impacto do veículo contra um obstáculo, com a estrutura do carro projetada para absorver a energia e preservar a célula interna, ou seja, o habitáculo dos ocupantes. A “segunda colisão”, por sua vez, refere-se ao impacto dos ocupantes contra o interior do próprio veículo, momento em que o cinto desempenha um papel fundamental ao mantê-los presos e protegidos.

Além disso, o professor alerta para uma ainda mais perigosa “terceira colisão”, que acontece dentro do corpo humano. Este fenômeno ocorre quando o cérebro, devido à desaceleração súbita da batida, colide contra a caixa craniana. Creso Peixoto ressalta que a ausência do cinto de segurança permite que essa energia cinética, que deveria ser dissipada pelo dispositivo, seja transferida diretamente para o crânio, podendo causar danos severos não apenas ao cérebro, mas também a outras partes do corpo, reforçando o caráter complementar do airbag.

A triste notícia da morte de Rafaela Delbianchi mobilizou pessoas próximas e colegas. A jogadora da seleção brasileira Kerolin Nicolli, ex-namorada da influenciadora, utilizou suas redes sociais para prestar uma emocionada homenagem. Em sua mensagem, Kerolin expressou seu amor eterno por Rafaela e agradeceu pelo apoio e inspiração que ela representou. A atleta também se comprometeu a continuar zelando por “Xulinha”, apelido carinhoso da filha de Rafaela, demonstrando a força do laço afetivo que as unia.

A discussão sobre a segurança no trânsito se aprofunda com o perfil das vítimas. Segundo dados do Sistema de Informações de Acidentes de Trânsito em São Paulo (Infosiga-SP), homens jovens concentram o maior número de mortes em acidentes na Região Administrativa de Campinas (RAC). Entre 1º de janeiro e 31 de agosto, 758 pessoas faleceram em sinistros de trânsito em vias urbanas e rodovias nos 90 municípios que compõem a região. Desse total, notáveis 81,4% eram do sexo masculino.

Imagem: g1.globo.com

Os levantamentos do Infosiga-SP detalham que homens com 26 anos foram as vítimas mais frequentes, registrando 20 óbitos. Em seguida, figuram homens de 37 anos, com 19 mortes. Esses dados demonstram a vulnerabilidade específica de certos grupos demográficos no trânsito regional. É crucial, segundo a Polícia Rodoviária Federal, a observância de todas as normas de segurança, como o uso correto do cinto, para reduzir fatalidades, como destacado nesta cartilha da PRF sobre o tema.

Ainda de acordo com o Infosiga, uma proporção significativa de acidentes de trânsito – fatais e não fatais – envolve motoristas jovens. Cerca de quatro em cada dez condutores envolvidos tinham entre 18 e 24 anos. Dos 4.686 registros de ocorrências na Região Administrativa de Campinas no período de janeiro a agosto, 1.082 tiveram a participação de motoristas nesta faixa etária, e 837 casos envolveram condutores entre 25 e 29 anos, ressaltando o comportamento de risco observado entre os mais jovens ao volante.

A Região Administrativa de Campinas (RAC) abrange 90 municípios, dentre eles Aguaí, Americana, Campinas, Holambra, Hortolândia, Indaiatuba, Itatiba, Jaguariúna, Jundiaí, Leme, Limeira, Louveira, Monte Mor, Nova Odessa, Paulínia, Piracicaba, Santa Bárbara d”Oeste, Sumaré, Valinhos e Vinhedo, englobando uma vasta área onde a segurança no trânsito é uma preocupação constante para as autoridades locais.

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A morte da influenciadora Rafaela Delbianchi reforça, assim, a urgência em promover a conscientização sobre a importância do uso contínuo e correto do cinto de segurança para todos os ocupantes de veículos. Compreender as dinâmicas de segurança e aderir às normas de trânsito são passos essenciais para prevenir futuras tragédias e preservar vidas. Para mais informações e notícias relevantes sobre sua cidade e região, continue acompanhando a editoria Cidades em nosso portal.

Foto: Reprodução/Instagram