Morte Elefanta Pupy: África de 35 anos falece em Santuário de MT

O Santuário de Elefantes Brasil (SEB), localizado em Chapada dos Guimarães, Mato Grosso, confirmou a morte da elefanta Pupy, um dos seus habitantes mais recentes e a primeira elefanta africana a residir no local. Com 35 anos, Pupy faleceu na noite de sexta-feira, 10 de maio, após um rápido colapso, apesar de ter recebido atendimento veterinário imediato por parte da equipe do santuário.

Pupy havia chegado ao SEB há aproximadamente cinco meses, após um processo complexo de resgate de um ecoparque em Buenos Aires, Argentina. A instituição lamentou profundamente a perda, ressaltando que, embora seu tempo no santuário tenha sido breve, Pupy partiu “cercada de amor, liberdade e cuidado”. O comunicado oficial do SEB expressou gratidão a todos que contribuíram para a sua transferência e acolhimento no Brasil, destacando a dificuldade de lidar com a perda de animais idosos resgatados após décadas de privação e cuidados inadequados.

Morte Elefanta Pupy: África de 35 anos falece em Santuário de MT

Nos dias que antecederam seu falecimento, Pupy apresentava sinais de desconforto gastrointestinal. No mesmo dia de sua morte, ela chegou a expelir cerca de 1,5 kg de pedras escuras durante a defecação. Este episódio causou um visível enfraquecimento e mudanças comportamentais no animal. Momentos antes de seu colapso fatal, Pupy cedeu e caiu enquanto recebia água de um cuidador. A veterinária do santuário prontamente tentou reanimá-la, mas todos os esforços foram em vão, e Pupy não resistiu.

A chegada de Pupy ao Brasil representou um marco significativo para o Santuário de Elefantes. Em maio deste ano, ela concluiu uma viagem terrestre de 2,6 mil quilômetros, realizada em um caminhão especialmente adaptado para garantir o transporte seguro de elefantes. A jornada durou quatro dias e foi minuciosamente monitorada por câmeras que acompanhavam qualquer sinal de cansaço, sede ou desconforto da elefanta. Sua vinda foi um feito notável, pois Pupy se tornou a primeira elefanta de origem africana a ser resgatada e levada para o SEB.

Detalhes de sua história anterior revelam uma vida marcada pelo cativeiro. Em 1993, Pupy foi transferida do Parque Nacional Kruger para um zoológico em Buenos Aires, onde viveu por mais de 30 anos ao lado de sua companheira, Kuky. Mais tarde, elas foram transferidas para o Templo Hindu dos Elefantes, no Ecoparque de Buenos Aires. Em julho de 2020, foi anunciado que Kuky e Pupy seriam transferidas para o Santuário no Brasil, após a assinatura de um decreto oficial. Contudo, Kuky veio a falecer em outubro de 2024 (na redação original do texto base, ou seja, *anteriormente* ao planejamento da transferência), enquanto a construção do habitat para os elefantes africanos ainda estava em andamento no SEB, o que fez com que Pupy viajasse sozinha para o santuário brasileiro.

O processo de transporte de Pupy exigiu planejamento e coordenação extensivos. Embora a previsão inicial fosse para fevereiro, a data foi prorrogada para garantir a segurança da caixa de transporte. Equipes, incluindo o diretor do SEB, Scott Blais, e a Dra. Trish, estiveram no ecoparque de Buenos Aires acompanhando a preparação e adaptação de Pupy na caixa. A preocupação em oferecer conforto e cuidados necessários era constante, com monitoramento ininterrupto e uma equipe dedicada a minimizar o estresse da viagem. Pupy, após 56 dias de preparação e a longa viagem, chegou tranquila ao Brasil, bem alimentada, hidratada e demonstrando interação positiva com os tratadores.

O Santuário de Elefantes Brasil (SEB) é uma associação da sociedade civil, sem fins lucrativos, dedicada ao resgate de elefantes em situação de cativeiro e risco. Sua missão é proporcionar espaço, condições e cuidados para que esses animais possam se recuperar física e emocionalmente após anos de vida em ambientes inadequados. Localizado em Chapada dos Guimarães, a 65 km de Cuiabá, o SEB conta com o apoio de organizações internacionais renomadas na defesa e estudo de elefantes, como a ElephantVoices e a Global Sanctuary for Elephants, reforçando sua credibilidade e expertise no campo da conservação de paquidermes, como destaca a Global Sanctuary for Elephants.

Imagem: g1.globo.com

Atualmente, o Santuário abriga cinco elefantas asiáticas: Bambi, Mara, Raia, Maia e Guilhermina. Todas foram resgatadas após décadas de trabalho em circos e zoológicos, e a experiência do SEB em reabilitação desses animais é um testemunho de seu compromisso. Pupy, com sua origem africana, acrescentava uma nova dimensão à população do santuário, simbolizando a ampliação de esforços para espécies diferentes e a complexidade que cada resgate implica. A realização da necropsia está prevista para as próximas semanas, com resultados que podem levar até três meses para serem divulgados, e o santuário prometeu manter as informações atualizadas nos próximos dias.

Embora o Santuário de Elefantes não seja aberto à visitação pública – uma medida para garantir que os animais vivam em seu ambiente natural sem serem atrações – o dia a dia das elefantas pode ser acompanhado por meio das redes sociais e do portal da instituição. O público pode assistir a vídeos e ler relatos dos tratadores, conectando-se à missão do SEB. Além disso, a campanha “Adotar um Elefante” oferece uma forma de contribuição financeira direta, permitindo que indivíduos apoiem os cuidados essenciais para qualquer uma das residentes.

A perda de Pupy reitera os desafios e as dores inerentes ao trabalho em santuários de resgate. Ela partiu deixando um legado de esperança para outros elefantes em cativeiro, simbolizando o esforço contínuo para proporcionar-lhes um fim de vida digno. O trabalho do Santuário de Elefantes Brasil continua sendo vital na defesa e proteção desses animais majestosos, um compromisso com a vida em sua forma mais vulnerável e resiliente.

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A morte da elefanta Pupy, a primeira de sua espécie africana no Santuário de Elefantes Brasil, ressalta a complexidade e a importância dos cuidados dedicados a animais resgatados de vidas de cativeiro. Para acompanhar outras notícias sobre meio ambiente, conservação animal e o impacto da ação humana na vida selvagem em Cidades, continue navegando em nossa editoria.

Crédito da imagem: Foto: SEB