A chocante notícia da morte da bióloga brasileira Flávia Vasconcelos de Mello em Portugal abalou amigos e familiares na última quinta-feira, 25 de setembro. Flávia, de 36 anos, faleceu tragicamente após ser atropelada enquanto atravessava uma faixa de pedestres em uma movimentada avenida na cidade de Lisboa, onde residia atualmente junto ao seu namorado, Yago Bezerra. Em meio ao luto profundo, uma campanha de arrecadação online foi iniciada para auxiliar no complexo processo de translado de seu corpo para o Brasil, mobilizando uma notável onda de solidariedade que já superou o valor esperado.
O acidente, que ceifou precocemente a vida da pesquisadora, gerou uma imediata comoção. Yago Bezerra, companheiro de Flávia em Lisboa, utilizou sua conta no Instagram para expressar a imensa dor e o vazio deixados pela partida inesperada. Em uma sequência de depoimentos emocionados, ele lamentou a perda, destacando o impacto de Flávia em sua vida. “Perdi a pessoa que sentia o prazer de me fazer feliz. Com você, me senti o homem mais amado nesta vida. Estou sem chão, só queria que tudo isso fosse um pesadelo”, escreveu Yago, evidenciando o vínculo profundo que compartilhavam. As mensagens de despedida foram um testemunho público do amor e da felicidade que Flávia irradiava.
Morte de bióloga brasileira em Portugal: vaquinha arrecada R$ 122 mil
Em outras publicações na rede social, o namorado da bióloga reafirmou a admiração por sua companheira, realçando sua paixão por detalhes como o sorriso de Flávia. “Eu amo cada detalhe seu, meu amor. Um deles era o seu sorriso, eu sou completamente apaixonado. Não estou sabendo entender o por que que a vida é assim. Eu vou sentir a sua falta pelo resto da minha vida, e nada apagará o que nós vivemos”, declarou. Essas palavras ressaltam não apenas a dimensão pessoal da perda, mas também o quanto Flávia era querida e importante para aqueles que estavam próximos. A vida da cientista foi marcada por um intenso percurso acadêmico e profissional, além de uma paixão por viagens, tendo visitado 50 países, conforme orgulhosamente detalhava em suas próprias redes sociais.
Flávia Vasconcelos de Mello era uma profissional de destaque no campo da biologia. Ela descrevia-se como bióloga, cientista e doutora em ecologia, atributos que espelhavam sua profunda dedicação à pesquisa e ao conhecimento. Sua trajetória educacional começou na UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), onde concluiu sua formação em Biologia e, posteriormente, defendeu seu doutorado em biologia ambiental. Com o desejo de aprimorar-se continuamente, a cientista realizou um pós-doutorado em pesquisa na Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto, em Portugal, entre o final de 2019 e 2021, aprofundando seus estudos em diversas áreas relevantes para a ecologia moderna.
No ano de 2022, a bióloga optou por se mudar definitivamente para Lisboa, marcando um novo capítulo em sua promissora carreira internacional. Na capital portuguesa, Flávia iniciou sua atuação como pesquisadora e, há cerca de sete meses, celebrava a conquista de uma importante posição como pesquisadora assistente no Mare (Centro de Ciências do Mar e do Ambiente), que é parte integrante da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa. No laboratório BiotoxLab, ela dedicava-se intensamente a projetos de investigação voltados para contaminantes ambientais, ecotoxicologia e, principalmente, o impacto de poluentes nos ecossistemas aquáticos, demonstrando seu compromisso com a saúde ambiental global. Para mais informações sobre a instituição e suas pesquisas, você pode consultar o site oficial do Mare – Centro de Ciências do Mar e do Ambiente.
Durante sua brilhante jornada, Flávia Vasconcelos se destacou em investigações de projeção internacional. Um de seus trabalhos mais notórios foi o estudo sobre poluentes orgânicos persistentes em aves marinhas na Antártida, que lhe rendeu importantes reconhecimentos acadêmicos. Entre as distinções recebidas, destacou-se o prestigioso prêmio Bolsista Nota 10, concedido pela Faperj (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro) em 2017, evidenciando sua excelência e a relevância de suas contribuições científicas. A cientista não era apenas um modelo de competência, mas também de uma alegria contagiante, uma característica sempre presente em suas atividades, inclusive em suas frequentes viagens.

Imagem: www1.folha.uol.com.br
A direção do Mare, instituição onde Flávia exercia suas pesquisas mais recentes, manifestou profundo pesar em seu site oficial. Em uma homenagem emocionante, o centro destacou as qualidades humanas e profissionais da bióloga: “A sua dedicação, competência e espírito colaborativo marcaram profundamente colegas e estudantes, deixando um legado de ciência e amizade que permanecerá entre nós”. A nota reforçou que Flávia “será sempre lembrada pela sua energia contagiante, pela alegria de viver e pelo humor inconfundível, qualidades que levava consigo também nas suas viagens, uma das suas grandes paixões”, sublinhando a marca indelével que ela deixou no ambiente acadêmico e em seus pares.
A tragédia mobilizou uma expressiva corrente de solidariedade, culminando na criação de uma vaquinha online por Priscila Rodrigues Justo do Nascimento, amiga próxima da bióloga. O objetivo inicial era arrecadar R$ 100 mil para cobrir os altos custos associados ao translado do corpo de Flávia de Portugal para o Brasil, além das passagens aéreas de suas irmãs e pais, que precisam se deslocar ao país europeu para acompanhar todos os trâmites legais. O montante também custeará as despesas do velório no Brasil. A campanha superou amplamente as expectativas, atingindo um total de R$ 122.250,26 até a noite do sábado, 27 de setembro, evidenciando o carinho e o desejo de muitos em prestar auxílio neste momento de imensa dor.
“Flávia era uma mulher alegre, generosa e cheia de sonhos — sua partida repentina nos deixou devastados”, expressou Priscila no texto de divulgação da vaquinha, reforçando o impacto da perda. Ela encerrou o apelo com um convite à colaboração: “Vamos juntos ajudar a Flávia a voltar para casa. Obrigada pelo apoio e carinho”. Essa mobilização conjunta não apenas demonstrou o poder da solidariedade, mas também garantiu que a família de Flávia pudesse se dedicar ao luto sem as preocupações financeiras adicionais que uma situação tão complexa imporia.
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A triste partida de Flávia Vasconcelos de Mello é uma lembrança dolorosa das fragilidades da vida e do legado que indivíduos podem deixar através de suas paixões e dedicação. Sua memória permanecerá viva por suas conquistas científicas, sua alegria contagiante e o carinho que soube semear. Para continuar acompanhando as notícias de impacto social e eventos que afetam nossas comunidades no Brasil e no exterior, visite a categoria Cidades em nosso portal.
Crédito da imagem: Reprodução/LinkedIn e Divulgação
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