Morte de Beth Fernandes: Ativista LGBTQIA+ em Goiás Falece

A comunidade goiana e o movimento LGBTQIA+ lamentam profundamente a morte de Beth Fernandes, uma das mais influentes ativistas pela causa em Goiás. A psicóloga e mulher trans, cujo nome de registro era Roberta Fernandes de Souza, faleceu na última quarta-feira (15), na capital goiana, deixando um legado marcante de defesa dos direitos e da dignidade para a população transexual.

Beth Fernandes foi uma referência inquestionável na luta por igualdade e representatividade, com uma atuação fundamental em diversos conselhos de abrangência estadual e nacional. Seu comprometimento com a diversidade e sua voz ativa a transformaram em um pilar para a comunidade, inspirando gerações e abrindo caminhos para avanços sociais significativos no estado de Goiás e no cenário nacional.

Morte de Beth Fernandes: Ativista LGBTQIA+ em Goiás Falece

A notícia de sua partida reverberou rapidamente, mobilizando políticos, instituições e amigos em uma corrente de homenagens. Através das redes sociais, foram incontáveis as manifestações de carinho e reconhecimento à trajetória da ativista, sublinhando a profunda perda para o ativismo goiano e brasileiro. Entre as manifestações, destacou-se a do vereador de Goiânia Fabrício Rosa (PT), que, em um emocionado depoimento, recordou a vida e o papel insubstituível de Beth Fernandes na militância em Goiás.

Trajetória Marcante e Reconhecimento Público

O vereador Fabrício Rosa descreveu Beth Fernandes como a “diva da militância”, a “pedagoga do ativismo” e a “mãe de muitos”. Ele enfatizou sua multifacetada personalidade e seu impacto duradouro, descrevendo-a como “militante, psicóloga, intelectual, formadora, mãe, madrinha e força. Uma constelação inteira.” A abrangência de sua influência foi reiterada pelas condolências de outras figuras políticas de peso, incluindo a vereadora Kátia Maria (PT) e os deputados Mauro Rubem (PT) e Bia de Lima (PT), todos unânimes em expressar seu pesar pela perda irreparável da ativista.

Não apenas o cenário político, mas também instituições ligadas à causa LGBTQIA+ expressaram seu pesar. A Associação da Parada do Orgulho GLBT de Goiás divulgou um comunicado evocando as diversas conquistas e a dedicação incansável de Beth Fernandes ao longo de seus anos de ativismo. Sua atuação, que remonta aos anos 1980, teve como marcos importantes a fundação do Fórum de Transexuais de Goiás, em 2011, e a coordenação da Parada LGBT de Goiânia por vários anos consecutivos, eventos que se consolidaram como espaços cruciais para a visibilidade e reivindicação de direitos. “Beth deixa um legado inestimável de coragem, resistência e humanidade. Sua voz, suas ações e seu amor transformaram vidas e instituições”, declarou a ONG, evidenciando o profundo impacto de sua jornada.

Legado de Luta e Respeito aos Direitos Humanos

A Defensoria Pública do Estado de Goiás (DPE-GO) também manifestou solidariedade à família e aos amigos da ativista, ressaltando o valor de sua luta. Em nota, a instituição declarou que Beth Fernandes “deixa um legado de luta e resistência em prol dos direitos da população LGBTQIAPN+.” Para a Defensoria, sua trajetória deve servir como uma inspiração constante “àqueles que lutam pelo direito de existir com dignidade”, um testemunho de seu compromisso inabalável com a justiça social e a plena cidadania.

O impacto de Beth Fernandes transcendia as fronteiras de Goiás. A Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra), por meio de seu perfil oficial, também divulgou uma nota de profundo pesar em memória da ativista. A Antra destacou a relevância de Beth na “construção de políticas públicas, formação de lideranças e fortalecimento dos movimentos sociais em Goiás e no Brasil”. Essa dimensão nacional de sua influência sublinha a capacidade de Beth em articular e catalisar ações em prol de uma sociedade mais justa e inclusiva. A associação enfatizou que “Beth não nos deixa apenas saudades – deixa um legado para ser retomado e multiplicado. Que cada conquista, cada voz levantada, cada passo adiante carregue seu espírito de resistência.” A militante foi fundamental para as bases do ativismo trans no país e sua ausência certamente será sentida profundamente. Para mais informações sobre direitos humanos e a agenda de defesa das minorias no Brasil, consulte a página oficial do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania.

Imagem: g1.globo.com

Mesmo sua formação como psicóloga reforçava sua capacidade de atuar nas esferas de acolhimento e compreensão, fornecendo suporte e orientação essenciais a muitos membros da comunidade que buscavam apoio e representatividade. Sua dedicação inabalável, desde os anos 1980, fez dela uma figura proeminente e uma defensora ferrenha dos direitos humanos.

Cerimônias de Despedida

Segundo informações compartilhadas por amigos próximos nas redes sociais, as cerimônias de despedida para Beth Fernandes foram realizadas nesta quinta-feira (16). O velório teve início às 7h e o enterro foi marcado para as 11h, no Cemitério Jardim das Palmeiras, localizado na cidade de Goiânia. A presença da comunidade e de admiradores nas últimas homenagens ressaltou a grandiosidade de seu papel e a gratidão por sua luta incansável.

O Conselho Regional de Psicologia da 9ª Região de Goiás (CRP-09) também emitiu uma nota de pesar, reforçando o reconhecimento ao legado de Beth. O conselho a enalteceu como “uma das pioneiras do ativismo LGBTQIAPN+ no Brasil e referência na defesa da diversidade em Goiás”, solidificando seu status como uma das mais importantes vozes da comunidade.

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A partida de Beth Fernandes deixa uma lacuna imensa no movimento LGBTQIA+, mas seu pioneirismo, coragem e comprometimento, em prol dos direitos e da dignidade, continuarão a reverberar. Seu legado é um chamado à continuidade da luta e à perpetuação dos valores que ela defendeu com tanta paixão e veemência. Mantenha-se informado sobre temas relevantes de nossa sociedade acompanhando a editoria de Política em nosso portal.

Crédito da imagem: Foto: Fábio Lima/O Popular