A investigação sobre a trágica morte do advogado Luiz Fernando Pacheco, de 51 anos, na capital paulista, ganhou novos contornos. De acordo com um dos detidos sob suspeita de envolvimento no assalto seguido de morte, o grupo percorria a região central da cidade de São Paulo em busca de potenciais vítimas que carregassem objetos de valor passíveis de serem subtraídos. O relato aponta para uma premeditação na busca por alvos.
Lucas Brás dos Santos, de 27 anos, Ana Paula Teixeira Pinto de Jesus, de 45, e José Lucas Domigo Alves, de 23, foram capturados na última sexta-feira, dia 3 de maio. A prisão ocorreu em frente a um abrigo na rua Riachuelo, localizada na Sé, no coração da capital, após identificação das imagens por câmeras de segurança. A equipe de reportagem busca o contato da defesa dos indivíduos.
Suspeitos da Morte do Advogado Luiz Fernando Pacheco Atacaram em SP
O ataque ao advogado Luiz Fernando Pacheco aconteceu na madrugada de quarta-feira, dia 1º de maio. A vítima, após deixar um bar no bairro de Higienópolis, foi abordada de forma violenta, sofreu agressões e caiu, batendo a cabeça no chão. Os agressores subtraíram o celular e o relógio de Pacheco. Apesar de ter sido prontamente socorrido e levado a um hospital, o advogado infelizmente veio a óbito em decorrência dos ferimentos.
Em depoimentos prestados na noite da mesma sexta-feira (3), na sede do 4º Distrito Policial (Consolação), os três presos afirmaram residir nas ruas da área central da cidade. Todos declararam estar desempregados e enfrentando graves dificuldades financeiras, uma realidade que alegam ter motivado a ação criminosa.
A Versão de Lucas Brás dos Santos
Lucas Brás dos Santos, cuja imagem foi registrada durante a agressão a Pacheco, narrou aos policiais sua versão dos fatos. Ele declarou que transitava pela rua Itambé acompanhado de sua namorada, Ana Paula, e mais dois outros indivíduos em situação de rua. Ao avistar o advogado, que aparentava estar embriagado, cambaleando e indisposto, Santos relatou ter se aproximado.
Segundo o suspeito, ele teria questionado Pacheco sobre seu estado. Nesse instante, o advogado teria desequilibrado-se e caído sobre Santos. Ao notar a vítima no chão, Lucas Brás admitiu ter aproveitado a situação para subtrair o celular e o relógio de Pacheco, fugindo em seguida na companhia de Ana Paula. Ele afirmou ter olhado para trás durante a fuga e visto o advogado ainda sentado no chão, ofegante.
Distante do local do crime, Santos contou ter repassado o aparelho celular a um dos outros moradores de rua que os acompanhava, José Lucas, conhecido como Gordinho. O relógio, por sua vez, foi entregue a um quarto homem, cuja identidade ainda não foi determinada pelos investigadores. Ele insistentemente alegou que Ana Paula não participou ativamente do roubo e que desconhecia sua intenção. No entanto, uma imagem divulgada demonstra claramente a participação do casal na abordagem, com Ana Paula sendo vista retirando o relógio do pulso da vítima.
Santos reforçou que os dois outros homens envolvidos mantiveram-se afastados do momento do roubo direto, com a função específica de vender os objetos subtraídos. Ele declarou veementemente aos investigadores que não possuía qualquer intenção de tirar a vida de Luiz Fernando Pacheco. Após a consumação do crime, o casal teria passado a madrugada em uma praça, deslocando-se em seguida para um hotel situado na Avenida São João, também no centro da capital paulista. Lucas Brás dos Santos ainda mencionou ter tomado conhecimento da morte do advogado por meio de notícias na televisão. Ele negou ter desferido qualquer soco na cabeça do advogado, afirmando também não ter vendido os itens e desconhecendo o paradeiro final do relógio e do celular, que teriam ficado com os outros dois homens.
O Depoimento de Ana Paula Teixeira Pinto de Jesus
Ana Paula Teixeira Pinto de Jesus, ao contrário do parceiro, forneceu um relato com divergências significativas à polícia. Ela confirmou que havia um grupo de quatro pessoas, mas dois homens se afastaram para que ela e Lucas Brás se aproximassem de Pacheco. Sua versão indica que ela própria teria chutado a perna do advogado no momento em que Santos o empurrou, causando a queda na calçada. Ana Paula confessou aos policiais que roubou o relógio, enquanto seu namorado ficou com o celular.

Imagem: www1.folha.uol.com.br
Ainda diferindo da narrativa de Santos, Ana Paula alegou ter permanecido no Vale do Anhangabaú, enquanto seu companheiro saiu com o intuito de vender os objetos roubados. Ele retornou horas mais tarde, após o que se dirigiram ao hotel na Avenida São João. A suspeita afirmou não ter informações precisas se o celular e o relógio foram, de fato, comercializados.
José Lucas Domingo Alves e o Encontro Premeditado
José Lucas Domigo Alves, apelidado de Gordinho, também foi interrogado e compartilhou sua perspectiva sobre os acontecimentos. Ele disse estar em uma escadaria no Vale do Anhangabaú por volta das 20h da terça-feira, dia 30 de abril, quando foi abordado e convidado por Santos e Ana Paula para realizar um assalto. Frustrados por não encontrarem vítimas adequadas na área do Vale, o grupo teria se deslocado pela Praça da República e pela Praça Roosevelt, até alcançar o bairro de Higienópolis.
Na Rua Itambé, Alves confirmou que avistaram Luiz Fernando Pacheco em aparente estado de embriaguez, momento em que decidiram abordá-lo. Segundo seu relato, Lucas Brás teria notado que o advogado utilizava um relógio da marca Rolex e proferido que o objeto “valia dinheiro”. Alves afirmou ter mudado de ideia sobre participar do roubo ao observar um segurança particular em uma cabine nas proximidades. Ele alegou ter tentado convencer Santos a não cometer o crime, mas acabou se retirando do local com o outro homem não identificado, deixando o casal sozinho com a vítima.
Os caminhos dos suspeitos se reencontraram por volta das 3h, quando Santos e Ana Paula exibiram os itens roubados: um iPhone e o relógio Rolex. De acordo com o depoimento de Alves, o casal justificou que iria vender os objetos no bairro do Glicério e prometeu a ele uma quantia de R$ 500 após a concretização da venda. Por volta das 7h, eles se viram novamente, mas a transação comercial ainda não havia sido finalizada. Naquela ocasião, Santos teria revelado que o valor de mercado do relógio girava em torno de R$ 94 mil.
A Polícia Civil de São Paulo continua empenhada na investigação, especialmente na identificação e localização do quarto homem mencionado pelos presos, figura central para desvendar todos os aspectos do crime. É fundamental que a justiça seja feita e todos os responsáveis respondam por suas ações. Segundo dados recentes, crimes contra o patrimônio na capital paulista são uma preocupação constante. Para informações adicionais sobre os indicadores de criminalidade, é possível consultar os dados da SSP de São Paulo.
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Este trágico episódio que culminou na morte do advogado Luiz Fernando Pacheco sublinha a importância de debater a segurança nas grandes cidades. Aprofunde-se nos desafios urbanos e em outras notícias relevantes na seção de Cidades do nosso portal para manter-se informado e ciente dos acontecimentos que impactam diretamente a população brasileira.
Crédito da imagem: Imagem de câmera de segurança – Reprodução
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