A indústria cinematográfica lamenta a perda de um dos seus maiores talentos: a lendária atriz Diane Keaton morreu aos 79 anos neste sábado (11), na Califórnia, nos Estados Unidos. A causa da morte da vencedora do Oscar de Melhor Atriz não foi divulgada, e a família solicitou privacidade neste momento de luto. Keaton deixa um legado imenso, tendo se destacado em mais de uma centena de produções para cinema e televisão, cravando seu nome como uma das intérpretes mais influentes de sua geração.
Conhecida por uma personalidade marcante tanto na tela quanto na vida, Diane Keaton transcendeu os estereótipos, navegando com maestria entre papéis cômicos e dramáticos. Frequentemente associada à imagem de mulher excêntrica, um traço que, segundo relatos, ela também possuía em sua vida pessoal, a atriz possuía uma intensidade singular que a fazia brilhar até mesmo nos filmes de menor projeção. Sua capacidade de capturar a essência de cada personagem garantiu-lhe um lugar de destaque no panteão de Hollywood.
Morre Diane Keaton aos 79 Anos: Legado Imortal no Cinema
Sua trajetória artística teve início nos palcos da Broadway, onde integrou o elenco do aclamado musical “Hair”, uma produção que a viu recusar-se a seguir a convenção de nudez de seus colegas, demonstrando sua forte convicção desde cedo. A consagração teatral viria mais tarde, sob a direção de seu então namorado, Woody Allen, na peça “O Sonho de um Sedutor”. Por sua performance neste trabalho, Keaton foi agraciada com o Prêmio Tony, considerado o “Oscar da Broadway” para Melhor Atriz, antes que a obra fosse adaptada para o cinema.
A transição para as telonas consolidou sua carreira, notadamente com a memorável interpretação da nora de Marlon Brando em “O Poderoso Chefão”, um dos filmes mais icônicos de todos os tempos. Ao lado de Al Pacino, ela emprestou profundidade à personagem que retornaria nos dois filmes subsequentes da célebre trilogia. Contudo, foi através da prolífica parceria com Woody Allen que Diane Keaton atingiu o estrelato. Ela se tornou a musa de sete de seus filmes, em uma colaboração que culminaria em seu reconhecimento máximo na sétima arte.
O ano de 1977 marcou o auge dessa parceria com o lançamento de “Annie Hall”, conhecido no Brasil como “Noivo Neurótico, Noiva Nervosa”. Neste longa, Keaton não apenas entregou uma atuação sublime que lhe rendeu o Oscar de Melhor Atriz, mas também revolucionou a moda. Seus trajes masculinos, frequentemente adornados por chapéus, inspiraram tendências e influenciaram o estilo de toda uma geração. A despeito de Hollywood considerá-la “alta demais” — com seus 1,73m, 5 centímetros a mais que Woody Allen —, sua estatura nunca ofuscou seu gigantesco talento.
A versatilidade de Diane Keaton foi reconhecida com mais três indicações ao Oscar: uma pela performance como uma feminista engajada em “Reds” (1981), outra pela interpretação tocante de uma mulher lutando contra a leucemia em “As Filhas de Marvin” (1996), e a última como uma dramaturga em “Alguém Tem Que Ceder” (2003), contracenando com Jack Nicholson. Entre seus papéis mais aclamados por sua profundidade dramática está o de “À Procura de Um Homem” (1977), demonstrando sua capacidade de explorar nuances complexas da alma humana.
Imagem: g1.globo.com
Sua vida pessoal, embora mantida com certa privacidade, foi marcada por relacionamentos longos e notórios com figuras como Woody Allen, Al Pacino e Warren Beatty, embora nunca tenha optado pelo casamento. Aos 50 anos, Diane decidiu se tornar mãe, adotando um menino e uma menina, construindo uma família em seus próprios termos. Contariando os padrões estéticos impostos por Hollywood, ela envelheceu com dignidade, nunca recorrendo a cirurgias plásticas e mantendo uma beleza autêntica.
Até os últimos anos, Keaton permaneceu ativa na cena cinematográfica, contribuindo para o sucesso de comédias como “O Pai da Noiva” (1991) e “O Clube das Desquitadas” (1996), provando sua eterna relevância e timing cômico. Sua influência também se estendeu às redes sociais, onde conquistou milhões de seguidores, evidenciando uma nova fase de engajamento com o público. Em uma virada surpreendente em sua carreira, ela também se aventurou na música, lançando uma canção natalina emocionante, que abordava o tema da primeira celebração do Natal após a perda de um ente querido, tocando o coração de seus fãs.
Além de sua carreira multifacetada, Diane Keaton deixou um legado literário com seu livro de memórias, “Mais Uma Vez”, publicado no Brasil. Nele, a atriz reflete sobre a efemeridade do tempo e a persistência do amor, encerrando a obra com a profunda constatação: “O agora logo vai ser o passado. O passado nunca será o agora. Não podemos salvar o passado ou solucionar o enigma do amor. Mas para mim, vale a pena tentar.” Sua vida, de fato, foi uma tentativa constante e bem-sucedida de experimentar e vivenciar cada momento com intensidade, deixando uma marca indelével na cultura pop e no imaginário coletivo. Seu prêmio do Oscar em 1978, em uma noite memorável da história do cinema, permanece como um dos muitos marcos de sua notável carreira. Mais detalhes sobre a história e os vencedores deste prêmio podem ser encontrados no site oficial do Oscar.
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A perda de Diane Keaton representa o encerramento de um capítulo para Hollywood, mas sua extraordinária filmografia e o impacto cultural que deixou permanecem vivos. Acompanhe a editoria Celebridade no Hora de Começar para ficar por dentro das homenagens e revisitar outros grandes nomes que marcaram o cinema mundial.
Foto: Reprodução/TV Globo
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