Os investimentos em mineração na Bahia estão projetados para alcançar a marca de US$ 9 bilhões no período entre 2025 e 2029. As estimativas, divulgadas pelo Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram) em colaboração com a Companhia Baiana de Produção Mineral (CBPM), destacam a Bahia como a terceira maior força no setor de mineração em nível nacional, com uma robusta pipeline de projetos que prometem impulsionar a economia estadual.
De acordo com Henrique Carballal, presidente da CBPM, que compartilhou detalhes durante sua participação na Exposibram, a expectativa é que pelo menos 17 municípios baianos se tornem centros de novos empreendimentos no setor mineral nos próximos anos. Esse fluxo de capital e a implementação de novas iniciativas consolidam a posição do estado como um polo estratégico para o desenvolvimento da mineração no Brasil, gerando empregos e valor agregado localmente.
Mineração na Bahia atrai US$ 9 bi em investimentos
Entre os empreendimentos de destaque que caracterizam os investimentos em mineração na Bahia, figura o projeto Ferro Verde, uma colaboração entre a Brazil Iron e a CBPM. Essa iniciativa inovadora prevê a produção de ferro briquetado a quente (HBI), um componente vital para a transformação da indústria global do aço. Carballal especificou que o projeto representa um aporte financeiro significativo, totalizando US$ 5,7 bilhões direcionados ao estado.
Projetos Estratégicos Impulsionam o Setor
Outra parceria relevante da CBPM é o projeto Brasil Transparente, desenvolvido em conjunto com a Homerun Brasil. Com um investimento estimado em R$ 1,8 bilhão, essa iniciativa pioneira visa estabelecer a primeira fábrica de vidro solar fora da China, com localização planejada para o município de Belmonte, no sul do estado. A diversidade desses projetos ressalta o potencial baiano para diferentes vertentes do setor mineral.
No que tange ao investimento em pesquisa, a CBPM demonstrou seu compromisso com o avanço tecnológico ao destinar R$ 55 milhões para a área em 2023. A companhia é reconhecida como a empresa brasileira com maior investimento em pesquisa mineral, possuindo uma das maiores e mais diversas litotecas do país. Segundo o executivo, este acervo representa um vasto patrimônio de conhecimento geológico, que reforça a relevância da Bahia na evolução do setor.
O Papel Crucial da Pesquisa e da Tecnologia
Raul Jungmann, diretor-presidente do Ibram, aproveitou a abertura da Exposibram para enfatizar a necessidade premente de investimentos em tecnologia e formação de mão de obra qualificada no setor mineral brasileiro. Ele ressaltou que, embora o Brasil já demonstre avanços significativos nestes campos, ainda há um grande caminho a percorrer, necessitando de mais aportes em tecnologia, pessoas, logística e outras áreas para assegurar a sustentabilidade e a competitividade do setor. Para saber mais sobre o panorama geral do setor mineral no Brasil, é possível consultar os dados da instituição em fontes confiáveis como o site oficial do Ibram.
Infraestrutura e Logística para o Desenvolvimento
A importância da infraestrutura e logística para a prosperidade da mineração no Nordeste brasileiro foi destacada por Alex Trevizan, diretor comercial e de terminais da Transnordestina Logística. Trevizan sublinhou o valor do modal ferroviário para o transporte de minerais. Atualmente, a Transnordestina conta com um investimento de R$ 10,7 bilhões, abrangendo 1.206 km de extensão e empregando 4.053 colaboradores.
O diretor detalhou que o projeto de expansão da Transnordestina até o Porto de Pecém, em Fortaleza (Ceará), está em suas fases finais de licitação, com previsão de conclusão até setembro de 2027. Iniciando no interior do Piauí, no município de Eliseu Martins, a ferrovia já atingiu 75% de avanço físico em direção ao porto cearense, com 676 km finalizados e mais 280 km em obras na fase 1. Trevizan informou que a etapa atual foca na obtenção das licenças necessárias para o início da operação. A conclusão da ferrovia representará um investimento total de R$ 15 bilhões.
Imagem: João Paulo Almeida via valor.globo.com
Desempenho Econômico e Geração de Empregos
O setor de mineração na Bahia também tem demonstrado crescimento robusto na Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais (CFEM). Conforme dados do Ibram, a arrecadação estadual cresceu de R$ 160 milhões em 2023 para R$ 167 milhões em 2024. Embora a Bahia represente 2% da participação nacional, posicionando-se atrás apenas de Minas Gerais (45%) e Pará (41%), seu papel é de crescente importância.
No que concerne à geração de empregos, a pesquisa do Ibram indica que o setor mineral baiano é responsável por 15.823 empregos diretos e mais de 170 mil postos de trabalho indiretos, contribuindo significativamente para a economia local. Em âmbito nacional, a mineração gerou 220.841 empregos diretos e aproximadamente 2,4 milhões de empregos indiretos.
O faturamento total do setor de mineração no Brasil atingiu R$ 270,8 bilhões em 2024. A Bahia ocupa a quarta posição no ranking nacional, registrando um faturamento de R$ 9,7 bilhões em 2023 e alcançando R$ 10,1 bilhões em 2024. Minas Gerais liderou com R$ 108,3 bilhões em 2024, seguido pelo Pará (R$ 97,6 bilhões) e São Paulo (R$ 10,3 bilhões em 2023), conforme os dados apresentados pelo Ibram durante a Exposibram.
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Em suma, os dados e projetos apresentados reforçam a projeção de que os investimentos em mineração na Bahia terão um papel fundamental no fortalecimento econômico do estado nos próximos anos, impulsionando a indústria e gerando milhares de empregos. Para aprofundar seu conhecimento sobre o cenário econômico e suas diversas vertentes, continue acompanhando as notícias e análises da nossa editoria de Economia.
Crédito da imagem: Divulgação/CBPM
