Milei Reforça Otimismo em Campanha para Eleições Argentinas

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Nos últimos dias que antecedem as eleições que renovarão parte do Congresso argentino, marcadas para o próximo domingo, dia 26, o presidente Milei Reforça Otimismo em Campanha para Eleições Argentinas. Analistas políticos observam que, fiel ao seu estilo, o líder argentino opta por uma abordagem de aceleração diante das adversidades, prometendo profundas transformações no país mesmo em meio a uma série de desafios e crises. A tática é perceptível em sua intensa agenda pré-eleitoral, conforme relatado por Douglas Gavras de Rosário, Argentina.

Para o encerramento formal da campanha do movimento “A Liberdade Avança”, Javier Milei escolheu estrategicamente a cidade de Rosário na quinta-feira, dia 23. Este comício foi meticulosamente planejado para mobilizar seus eleitores, especialmente diante de pesquisas que indicam uma acirrada disputa de votos em importantes regiões. No cenário político de Santa Fé, Milei busca superar a influência do governador Maximiliano Pullaro, figura proeminente na política regional. Anteriormente, dois dias antes, o presidente havia estado em Córdoba, onde também enfrenta o desafio de angariar apoio contra o ex-governador Juan Schiaretti, o que evidencia a relevância estratégica desses centros populacionais para as próximas votações que determinarão a composição do Congresso.

O percurso político de Milei durante o mês de outubro não transcorreu sem grandes turbulências, sucedendo um revés significativo em 7 de setembro, quando os peronistas conquistaram uma vantagem de 13 pontos nas eleições legislativas na província de Buenos Aires. Entre as diversas polêmicas, destacou-se a revelação de que o principal candidato governista em Buenos Aires foi derrubado após seu financiamento estar ligado a um empresário sob investigação por narcotráfico nos Estados Unidos. Adicionalmente, a Argentina viu-se compelida a solicitar apoio financeiro ao Tesouro americano para contornar uma iminente crise cambial, evidenciando um cenário de desafios econômicos e de reputação que testam a capacidade de governança da atual gestão. Tais movimentações políticas e econômicas têm sido pauta recorrente, como reportado em veículos de notícias globais, mostrando a atenção internacional ao caso argentino, que em determinado momento, chegou a requisitar assistência aos Estados Unidos para gerir sua dívida.

Milei Reforça Otimismo em Campanha para Eleições Argentinas

A seleção de Rosário como palco para o comício de encerramento da campanha não se deu aleatoriamente. A cidade representa um pilar fundamental no discurso “mileísta”, indo além de sua localização geográfica na província de Santa Fé. A Ministra de Segurança Pública, Patricia Bullrich, que pleiteia uma vaga no senado pela cidade de Buenos Aires, frequentemente evoca Rosário em sua plataforma. Ela argumenta que as implementações de suas políticas rigorosas de combate ao narcotráfico foram cruciais para a diminuição dos índices de homicídio na cidade portuária, que outrora era sinônimo de alta criminalidade e insegurança na Argentina. Este cenário justifica a escolha estratégica do local para a campanha de Milei, buscando associar sua imagem à restauração da ordem e segurança para as próximas votações.

Durante o evento, enquanto o presidente discursava no parque às margens do rio Paraná, militantes libertários vocalizavam sua insatisfação e oposição. Gritos como “Pullaro, ladrão!” e “Pullaro, casta!” ecoavam, direcionados ao governador Maximiliano Pullaro, a quem o governo buscava, semanas antes, cooptar. Essa tentativa de aproximação se manifestou na recriação do Ministério do Interior, uma manobra governamental destinada a ampliar o “trânsito” e o apoio parlamentar no Congresso, integrando grupos de governadores como aquele do qual Pullaro é membro. A retórica anti-establishment é um pilar da campanha que sustenta as eleições argentinas.

Retomando o histórico eleitoral, Javier Milei conquistou a província de Santa Fé nas eleições presidenciais de 2023, superando o candidato peronista Sergio Massa. Contudo, para as próximas eleições legislativas deste ano, o cenário revelou-se mais desafiador. Duas pesquisas de intenção de voto, realizadas nos dias 14 e 15 de outubro, indicaram que o grupo político encabeçado pelo governador, denominado “Províncias Unidas”, figura como a força com maior percentual de intenções de voto em Santa Fé. Este resultado sugere uma potencial mudança na preferência do eleitorado para esta nova etapa das votações que impactarão a composição do Congresso.

Detalhando os levantamentos eleitorais conduzidos pelas consultorias In.fluencia e Innova, observou-se que na capital provincial, a vice-governadora Gisela Scaglia se posiciona na liderança, à frente do partido Fuerza Patria. Em Rosário, o topo das intenções de voto pertence à peronista Caren Tepp. Para o “A Liberdade Avança”, partido de Milei, as projeções indicam um terceiro lugar tanto na capital de Santa Fé quanto em Rosário, um indicativo da difícil disputa que o movimento enfrenta para consolidar sua presença nas instâncias legislativas e manter a expectativa de otimismo, apesar dos números recentes. O panorama desafiador requer uma estratégia de campanha ainda mais vigorosa, como se espera nas eleições do Congresso argentino.

Na semana decisiva que antecede as eleições, Javier Milei dedicou-se a transmitir tranquilidade aos seus apoiadores. O presidente optou por não abordar publicamente as recentes baixas em seu gabinete, que incluíram o chanceler Gerardo Werthein e o ministro da Justiça Mariano Cúneo Libarona. Essa postura de silêncio estratégico visou manter o foco na campanha e na mensagem de otimismo para as eleições na Argentina, evitando desviar a atenção das promessas de mudança e progresso em momentos cruciais para a percepção pública.

Durante o seu discurso no palco, o presidente Javier Milei expressou sua visão para o futuro do país, declarando que “a Argentina está trilhando um caminho diferente, que é o caminho das ideias de liberdade”. Ele enfatizou a persistência de problemas enfrentados pela nação nas últimas quatro décadas, citando a inflação crônica, a pobreza generalizada e a insegurança crescente. Milei sublinhou que esses desafios, que “até pouco tempo pareciam eternos e que não tinham solução”, estão agora no centro de sua agenda transformadora. Essa abordagem otimista é crucial em sua campanha de reorientação do panorama político para as eleições argentinas, buscando reacender a esperança na população.

Complementando sua explanação, Milei recordou o momento em que assumiu o cargo, aproximadamente dois anos atrás. “Prometi a mim mesmo que, mesmo que fosse difícil, enfrentaria as raízes dos problemas”, afirmou o presidente. Ele justificou sua postura, muitas vezes adotada “de costas para o Congresso”, como uma necessidade imperativa para implementar uma “curva de 180 graus”. O presidente assegurou que, apesar dos obstáculos significativos, essa virada foi bem-sucedida, realçando sua convicção na estratégia implementada e a validade de sua promessa eleitoral, reafirmando seu foco na mensagem de otimismo na campanha para eleições.

Milei Reforça Otimismo em Campanha para Eleições Argentinas - Imagem do artigo original

Imagem: www1.folha.uol.com.br

O líder do executivo argentino prosseguiu em sua crítica, alegando que “quando a máquina estava a todo vapor, eles começaram a ligar a máquina impeditiva”. Milei reiterou que, apesar da oposição e de um Congresso que ele descreveu como “destituído”, ou seja, que ativamente sabotou o programa governamental, sua gestão chegou às eleições na Argentina “de pé”. Com uma visão promissora, concluiu que, a partir do domingo subsequente aos pleitos, o país passará por uma mudança “do zero”, sinalizando um recomeço e reforçando a urgência das pautas de seu partido.

Refletindo a fervorosa base de apoio, Rogério Martinez, de 25 anos, entregador de aplicativos e estudante de administração, expressou seu entusiasmo na entrada do evento de Milei. Segundo ele, “a casta não pode ver o governo dando certo que começa a destruir tudo”, reforçando a crença de que “o povo argentino acordou e não aceita mais ser enganado pelos velhos políticos de sempre”. A fala de Martinez ressoa o discurso anti-sistema de Milei, evidenciando o apelo que as ideias libertárias exercem sobre parte da população, alimentando a percepção de otimismo em sua campanha mesmo diante de reveses eleitorais locais.

Para evitar incidentes como os registrados em Lomas de Zamora, onde uma carreata presidencial foi recebida com apedrejamento e arremesso de verduras podres às vésperas das eleições legislativas locais na província de Buenos Aires, as medidas de segurança foram significativamente intensificadas em Rosário. O acesso ao evento exigia que os participantes contornassem um calçadão localizado entre o Parque de Espanha e as margens do rio. Para entrar, era mandatório passar por rigorosas verificações de policiais e agentes de segurança da Presidência, com a realização de revistas detalhadas, garantindo a integridade do evento e do presidente na corrida para as próximas eleições argentinas.

Durante seu roteiro pelas províncias argentinas para a campanha nacional, Javier Milei viu-se obrigado a interromper ou abreviar diversos eventos de rua. O presidente alegou que a oposição orquestrava “emboscadas” estratégicas com o objetivo de criar uma falsa percepção de impopularidade, minando o apoio público à sua figura. Essa narrativa fortalece a ideia de que a “casta” age contra ele, o que também é uma parte fundamental da retórica do otimismo. Ao focar nesse antagonismo, o presidente busca solidificar sua base de eleitores, reforçando o contraste entre seu movimento e os partidos tradicionais.

Contrastando com o entusiasmo dos apoiadores, Adolfo Singer, um motorista de ônibus de 49 anos, expressou um ceticismo marcante enquanto era contido por agentes de segurança, cantando a marcha peronista. “Não gostamos mesmo dele aqui”, declarou Singer. Ele criticou a ausência de Milei no interior do país, alegando que o presidente “prefere passear nos Estados Unidos e ser chamado de morto de fome por Donald Trump”. Segundo Singer, é apenas “como estamos perto de outra eleição” que Milei se lembra da existência da população rural. Essa visão, que contrasta diretamente com o discurso de otimismo do presidente, evidencia as complexas divisões e os ressentimentos políticos que permeiam a Argentina e influenciam diretamente o panorama das eleições no Congresso.

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Apesar do discurso focado em um otimismo inabalável e a promessa de uma Argentina renovada “do zero”, as campanhas para as eleições no Congresso revelam um cenário político multifacetado, com crises latentes e oposição veemente. O presidente Javier Milei e seu movimento A Liberdade Avança enfrentam desafios complexos, que vão desde a economia turbulenta até a disputa de votos com forças locais e a necessidade de governabilidade no parlamento. Continue explorando as dinâmicas políticas da América Latina em nossa editoria de Política.

Crédito da imagem: Luis Robayo/AFP

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