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Miguel Paiva: cartunista e suas reflexões sobre envelhecer

Miguel Paiva: cartunista e suas reflexões sobre envelhecer – O icônico criador de personagens como a Radical Chic e o Gatão de Meia-idade, Miguel Paiva, discorre abertamente sobre a complexidade do processo de envelhecimento, oferecendo uma perspectiva singular aos 75 anos. Com uma multifacetada carreira que abrange cartum, ilustração, roteiro, literatura e direção teatral, Paiva […]

Miguel Paiva: cartunista e suas reflexões sobre envelhecer – O icônico criador de personagens como a Radical Chic e o Gatão de Meia-idade, Miguel Paiva, discorre abertamente sobre a complexidade do processo de envelhecimento, oferecendo uma perspectiva singular aos 75 anos. Com uma multifacetada carreira que abrange cartum, ilustração, roteiro, literatura e direção teatral, Paiva é uma figura proeminente na cultura brasileira, também conhecido pela parceria com Luis Fernando Veríssimo nas aclamadas aventuras do detetive Ed Mort, que resultaram em cinco livros.

Recentemente, em entrevista a um blog, o artista abordou sem rodeios o tema da passagem do tempo e, com exclusividade para o G1, presenteou os leitores com uma nova ilustração de seu famoso Gatão, agora retratado com sessenta anos. Suas considerações revelam uma visão amadurecida, mas surpreendentemente otimista, sobre os anos que se somam.

Miguel Paiva: cartunista e suas reflexões sobre envelhecer

Apesar de atingir a marca dos 75 anos, Miguel Paiva confessa que a plena aceitação da idade não é um processo imediato. “Acho que aquele clique do envelhecimento nunca acontece completamente, até por uma questão de defesa nossa. Agora é que começo a aceitar o fato de que sou uma pessoa mais velha, mas por pura racionalidade, não porque me sinta assim”, relata o cartunista. Essa perspectiva pessoal sugere que o avanço da idade é, para ele, mais um conceito mental do que uma experiência vivida em sua plenitude física ou emocional. O que se observa, portanto, é uma ressignificação constante da própria percepção de longevidade, desafiando estigmas sociais.

Saúde e Vigor: Uma Rotina de Autocuidado na Longevidade

Em sua análise sobre o envelhecimento, Paiva destaca que, excetuando-se um problema nos joelhos – ele já realizou a cirurgia para colocação de prótese em um deles e se prepara para o mesmo procedimento no outro – não enfrenta limitações físicas significativas. Ele reconhece, contudo, que essa condição é quase uma raridade entre os homens de sua faixa etária. O artista atribui essa vitalidade a um estilo de vida ativo, cultivado ao longo de décadas: “Corri e joguei tênis a vida toda, só parei por causa dos joelhos e penso em voltar às quadras quando tiver colocado a segunda prótese.” A disciplina se estende à sua rotina atual, que inclui a academia diariamente, onde a musculação é prioridade, vista como “fundamental, ainda mais quando a gente envelhece.”

Além da atividade física constante, Miguel Paiva mantém um controle rigoroso sobre sua alimentação. Segundo ele, seu consumo de frituras e gorduras é mínimo. O hábito de beber, que antes era diário com coquetéis no fim da tarde, hoje se restringe apenas aos fins de semana, o que demonstra uma conscientização e um controle evoluído em relação à sua saúde. Sua jornada na longevidade mostra a importância de abordar o tema do envelhecimento saudável de forma ativa e preventiva.

Produção e Compromisso na Carreira Jornalística e Artística

Aos 75 anos, Miguel Paiva mantém uma impressionante agenda de trabalho. Ele produz uma charge diária para a plataforma Brasil 247, além de assinar uma crônica semanal. Sua participação ativa se estende a quatro programas na mesma plataforma, um dos quais, “O barato da idade”, com a jornalista Regina Zappa, é especificamente focado na questão da longevidade. Essa prolífica atividade sublinha que o envelhecimento para Paiva está longe de ser sinônimo de inatividade, mas sim de um aprofundamento e diversificação de sua contribuição para o debate público e a arte.

Em 2023, Paiva lançou seu livro mais recente, “Diário do inferno”, que aborda o governo Bolsonaro, evidenciando seu engajamento com temas políticos e sociais relevantes. A publicação reflete seu compromisso em continuar sendo uma voz ativa, observadora e crítica do cenário contemporâneo.

Personagens e Perspectivas de Gênero ao Longo do Tempo

Questionado sobre seus personagens icônicos, Miguel Paiva demonstra uma evolução de pensamento alinhada às mudanças sociais. Ele afirma que hoje “não faria mais sentido falar pelas mulheres”, como fez na época da Radical Chic. Considera que poderia ainda desenhar a personagem, mas não mais escrever os textos que expressariam o universo feminino. Ele inclusive especula sobre uma “mulher mais velha, vivendo a menopausa, uma questão que precisa de mais visibilidade, mais reflexão”, mostrando um olhar atento às discussões sobre gênero e fases da vida feminina.

Quanto ao Gatão de Meia-idade, Paiva recorda que o humor original residia na tentativa do personagem de parecer mais jovem do que realmente era. No entanto, sua própria visão sobre o envelhecimento se transformou radicalmente. “Hoje vejo um homem ou uma mulher de 60 anos e só penso em quanta vida há pela frente!”, observa, enfatizando a vitalidade e as oportunidades que ainda se apresentam na terceira idade. Esse novo olhar para o envelhecer impacta diretamente como ele concebe seus personagens.

Filosofia de Vida e o Segredo para o Contentamento

Ao ser indagado sobre que conselhos daria para seu personagem quarentão, Miguel Paiva oferece uma filosofia de vida pragmática e focada no presente: “Eu não penso muito no futuro, no que vai acontecer. Procuro viver e não tenho arrependimentos. Diria para ele não se programar demais, para ir em frente apreciando a vida. O mais importante é fazer o que te deixa feliz, porque o sucesso vem a reboque.” Para o cartunista, a praticidade tem sido uma ferramenta essencial ao longo de seus 75 anos. Ele relata ter enfrentado diversas “situações bastante dramáticas” onde a capacidade de ser prático foi crucial, ajudando-o a resistir, mesmo sem diminuir a intensidade do sofrimento.

Casado há 23 anos com a atriz Ângela Vieira, Miguel Paiva vê na família sua principal referência e pilar. Ele se descreve como “que nem uma galinha querendo botar todos debaixo das asas”, evidenciando um forte senso de proteção e cuidado. Ele avalia que o envelhecimento trouxe consigo uma notável tolerância. “Quando a gente é jovem, vive debaixo de uma cobrança enorme, querendo provar ao mundo que tem valor. Essa ansiedade não existe mais.” Essa tranquilidade adquirida permite que, mesmo produzindo intensamente, ele se mantenha aberto a novos projetos, sem a pressão de antes.

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A trajetória e as reflexões de Miguel Paiva oferecem uma inspiradora visão sobre o envelhecimento, desafiando percepções tradicionais e reafirmando que a idade pode ser um período de intensa criatividade, vitalidade e autoconhecimento. Para aprofundar-se em mais análises e notícias do cenário cultural e celebridades, continue acompanhando nossa editoria. Suas novas descobertas esperam por você.

Crédito: Foto: Acervo pessoal

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