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Mercados argentinos impulsionados por promessa de apoio dos EUA

Nesta segunda-feira, os mercados argentinos apresentaram uma significativa recuperação, com ativos financeiros valorizados e o peso argentino ganhando força, após a confirmação de que os Estados Unidos estão considerando “todas as opções” para oferecer suporte ao governo do país sul-americano. Esta movimentação marca um contraponto às recentes perdas observadas na economia argentina. As declarações, proferidas […]

Nesta segunda-feira, os mercados argentinos apresentaram uma significativa recuperação, com ativos financeiros valorizados e o peso argentino ganhando força, após a confirmação de que os Estados Unidos estão considerando “todas as opções” para oferecer suporte ao governo do país sul-americano. Esta movimentação marca um contraponto às recentes perdas observadas na economia argentina.

As declarações, proferidas por Scott Bessent, Secretário do Tesouro dos EUA, indicam uma possível série de intervenções. Bessent mencionou explicitamente que os mecanismos de apoio poderiam incluir linhas de swap de moeda, compras diretas de moeda estrangeira e a aquisição de dívida pública argentina denominada em dólares norte-americanos. Tais ações são justificadas pela importância estratégica da Argentina, descrita pelo Secretário como um “aliado sistêmico importante dos EUA na América Latina”. O cenário diplomático também se aquece com o anúncio de um encontro agendado para terça-feira entre o presidente argentino, Javier Milei, e o presidente dos EUA, Donald Trump.

Mercados argentinos impulsionados por promessa de apoio dos EUA

A promessa de um suporte econômico por parte dos Estados Unidos surge em um momento crucial para a Argentina, cuja economia e ativos financeiros têm enfrentado pressões significativas nas últimas semanas. Investidores demonstravam crescentes preocupações sobre a capacidade de gestão do presidente Javier Milei, especialmente após alegações de corrupção envolvendo sua equipe e uma derrota política de maior repercussão que o esperado em uma eleição provincial em Buenos Aires, o que contribuía para a incerteza nos cenários políticos e econômicos do país. A recuperação desta segunda-feira demonstra uma forte reação do mercado a uma expectativa de estabilização.

Paralelamente a essas discussões internacionais, o governo argentino anunciou uma medida doméstica importante. Foi divulgada a remoção temporária dos impostos de exportação sobre todos os grãos. Esta isenção, com validade estabelecida até o fim de outubro, foi estrategicamente alinhada para abranger o período anterior a uma eleição de meio de mandato, marcada para 26 de outubro. A iniciativa visa dinamizar o setor exportador e injetar liquidez na economia em um momento de desafios.

Nos últimos meses, a Argentina testemunhou um desempenho de mercado turbulento. Os títulos internacionais, em especial, sofreram uma queda acentuada, perdendo mais de 20% de seu valor acumulado no ano. A moeda local, o peso, também enfrentava forte pressão, aproximando-se do limite mais fraco da banda cambial estabelecida há alguns meses para controle de sua flutuação. Essa volatilidade refletia a desconfiança do mercado diante dos obstáculos políticos e econômicos internos enfrentados pela administração de Milei.

A resposta positiva dos mercados argentinos foi descrita por especialistas como uma intervenção fundamental. Alejo Czerwonko, CIO para mercados emergentes nas Américas do UBS, observou que os “ativos da Argentina estavam precisando desesperadamente de um disjuntor — e acabaram de receber um”. Czerwonko enfatizou o “peso enorme” da intervenção de Bessent nesse cenário delicado, projetando que ela pode “oferecer ao governo Milei uma janela crítica para se reorientar antes das eleições de outubro”, dada a importância de um resultado político favorável para apaziguar a ansiedade dos investidores.

Os dados concretos do dia reforçaram a tendência de alta. Um índice que acompanha ações argentinas negociadas nas bolsas de valores dos EUA registrou um salto notável de quase 12%. No mercado de títulos, o Título 2046 valorizou-se 6,7 centavos, atingindo a marca de 53,85 centavos de dólar, conforme informações da MarketAxess. A moeda argentina também exibiu robustez, com o peso fortalecendo-se em 2%, chegando a 1,446 por dólar. Essa recuperação acontece após uma semana em que o Banco Central argentino se desfez de mais de 1 bilhão de dólares em reservas para tentar estabilizar a divisa nacional.

Mercados argentinos impulsionados por promessa de apoio dos EUA - Imagem do artigo original

Imagem: g1.globo.com

Apesar da recuperação expressiva nos eurobônus, que indicam um otimismo renovado entre os investidores, os rendimentos ainda persistem em patamares relativamente elevados, oscilando entre 16% e 26% em todos os vencimentos. Este cenário reflete uma cautela persistente por parte dos mercados, que permanecem atentos à disposição do governo de Javier Milei em ajustar o curso de suas políticas econômicas, uma capacidade que tem sido testada tanto nas movimentações de rua quanto nas flutuações financeiras.

A análise da codiretora de pesquisa soberana da Gramercy Funds Management, Kathryn Exum, destaca que o impacto combinado do suporte financeiro dos EUA e das medidas fiscais de exportação anunciadas internamente “poderia ajudar Milei a administrar de forma mais eficaz a atual estrutura cambial até o dia 26”, data das eleições de outubro. A intervenção americana em mercados monetários pode ser uma ferramenta poderosa para governos, conforme discutido por instituições como o Departamento do Tesouro dos EUA. Essa ação estratégica tem o potencial de mitigar a atual taxa de consumo de reservas cambiais preciosas pelas autoridades argentinas, um nível considerado insustentável. A maneira como o governo ajustará a política após a votação de outubro será crucial para determinar a trajetória dos preços dos títulos e a possível necessidade de gestão de passivos ou acesso ao mercado em 2026.

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Em suma, a notícia da disposição dos EUA em oferecer apoio financeiro galvanizou os mercados argentinos, impulsionando ações e títulos após semanas de instabilidade. A promessa de assistência, juntamente com medidas domésticas do governo Milei, sinaliza uma tentativa de reestabilização econômica. Continue acompanhando nossa editoria de Economia para mais detalhes sobre os desdobramentos na Argentina e no cenário global.

Foto: Reuters

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