Nesta segunda-feira (3), o tenente-coronel Mauro Cid, que anteriormente atuava como ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, teve sua tornozeleira eletrônica removida após comparecer a uma audiência perante o Supremo Tribunal Federal (STF). A medida sinaliza o início do cumprimento de sua sentença, definida em regime aberto, resultado de um acordo de delação premiada que estabeleceu as novas condições para o ex-militar.
A sessão, conduzida pela juíza auxiliar Flavia Martins de Carvalho, colaboradora direta do gabinete do ministro Alexandre de Moraes, focou nas orientações a serem seguidas por Cid. Ele foi formalmente comunicado sobre as cláusulas e exigências de sua condenação de dois anos de prisão, imposta pela participação identificada no Núcleo 1 da série de eventos conhecida como ‘trama golpista’.
A autorização para o início da execução da pena foi determinada na semana anterior pelo próprio ministro Alexandre de Moraes, responsável por seu caso. A particularidade da condenação de Cid reside no fato de que, em função de ter assinado um acordo de delação premiada ao longo das investigações, ele será dispensado da privação de liberdade em estabelecimento prisional, marcando um ponto importante para o desdobramento judicial de sua situação e confirmando as informações sobre
Mauro Cid: Tornozeleira Eletrônica Removida Após Audiência no STF
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Novas Restrições Impostas ao Tenente-Coronel Mauro Cid
Entre as principais condições impostas ao tenente-coronel estão as restrições geográficas e de locomoção. Cid está estritamente proibido de se afastar do Distrito Federal e deverá aderir a um regime de recolhimento domiciliar noturno e integral nos finais de semana. Este período abrange das 20h às 6h durante a semana, e se estende por 24 horas nos sábados, domingos e feriados, nos quais não lhe será permitido deixar sua residência sob nenhuma circunstância, salvo autorização judicial específica.
Outras imposições relevantes incluem a proibição total de posse ou porte de armas de qualquer calibre, a vedação ao uso de plataformas de redes sociais, e a proibição de manter qualquer tipo de comunicação com os demais indivíduos que também estão sob investigação em processos correlacionados à complexa ‘trama golpista’. Tais medidas visam garantir a lisura das investigações em curso e a integridade do processo judicial, aspectos cruciais para a administração da justiça brasileira.
Benefícios Concedidos Pela Colaboração com a Justiça
Em reconhecimento à sua significativa colaboração com a justiça, onde apresentou revelações e detalhes cruciais dos fatos observados durante seu período de assessoria direta ao ex-chefe do Executivo, os benefícios para Mauro Cid começam a ser implementados. A remoção da tornozeleira eletrônica é uma das concessões mais visíveis. Além disso, para assegurar a sua proteção e a de seus familiares, ele será escoltado por agentes da Polícia Federal. Paralelamente, seus bens, que haviam sido judicialmente bloqueados, serão gradualmente liberados, marcando um novo capítulo em sua situação jurídica, uma prática legal conhecida por auxiliar na elucidação de crimes complexos, conforme explicações detalhadas pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) sobre a delação premiada.
Contexto das Condenações no Supremo Tribunal Federal
É importante contextualizar que a sentença de Cid se insere em um processo mais amplo. Em 11 de setembro, a Primeira Turma do STF proferiu uma condenação substancial, com 4 votos a 1, contra Mauro Cid, o ex-presidente Jair Bolsonaro e outros cinco corréus. Os crimes pelos quais foram declarados culpados são de grande gravidade: organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, concretização de um golpe de Estado, dano qualificado que envolveu violência e grave ameaça, e a deterioração de patrimônio público tombado, evidenciando a multiplicidade das infrações cometidas.

Imagem: agenciabrasil.ebc.com.br
Na mesma ocasião judicial, o então ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e atual deputado federal, Alexandre Ramagem, também figurou entre os sentenciados. Para Ramagem, as condenações foram específicas: ele foi considerado culpado por organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito e pelo crime de golpe de Estado. Cabe ressaltar que ele foi beneficiado por uma suspensão de parte das acusações originais da Procuradoria-Geral da República (PGR), respondendo a apenas três dos cinco delitos que lhe haviam sido inicialmente atribuídos, refletindo nuances em sua participação no esquema.
Ainda no âmbito deste complexo caso, os recursos apresentados tanto pelo ex-presidente Jair Bolsonaro quanto pelos demais réus que buscam contestar as suas condenações, estão programados para serem submetidos ao julgamento da Primeira Turma da Corte Suprema. O calendário judicial aponta o dia 7 de novembro como a data para o início da análise dessas apelações, que definirão os próximos passos para os envolvidos e a continuidade do desenrolar deste importante processo na mais alta instância jurídica do país.
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Em suma, a decisão do STF de retirar a tornozeleira eletrônica de Mauro Cid marca uma nova fase em sua situação jurídica, balançando entre as restrições impostas por sua condenação e os benefícios da delação premiada. O desfecho desses recursos será acompanhado de perto pela sociedade. Para se manter atualizado sobre os próximos capítulos e outros temas relevantes da cena política brasileira, continue acompanhando a editoria de Política em Nosso Blog.
Crédito da imagem: Valter Campanato/Agência Brasil


