A líder opositora da Venezuela, María Corina Machado, foi formalmente comunicada sobre a atribuição do Prêmio Nobel da Paz de 2025 nesta sexta-feira (10). A notícia foi transmitida em uma chamada telefônica surpresa, instantes antes do anúncio oficial, por Kristian Berg Harpviken, secretário do Comitê Norueguês do Nobel, que confirmou a eleição da venezuelana à prestigiada láurea internacional.
A comunicação de Harpviken a María Corina Machado foi marcada pela emoção. “Estou ligando para informar que, em alguns minutos, será anunciado aqui no Instituto Nobel que você receberá o Prêmio Nobel da Paz de 2025”, declarou o secretário, com a voz embargada, complementando com votos de “os mais calorosos parabéns” à líder. A notícia surpreendeu Machado, que expressou sua incredulidade e humildade frente à magnitude do reconhecimento global, um dos mais importantes galardões do mundo. Para compreender a trajetória e o impacto do Prêmio Nobel da Paz, pode-se consultar informações adicionais no site oficial do Nobel, que detalha a história e os critérios da premiação.
Após alguns segundos de silêncio e choque, María Corina Machado é Notificada sobre Nobel da Paz 2025. A política venezuelana respondeu com uma declaração que reflete seu perfil de liderança coletiva: “Meu deus. Eu não tenho palavras. Muito obrigada, mas eu espero que você entenda que é um movimento, uma conquista de toda a sociedade. Eu sou apenas uma pessoa. Eu certamente não mereço.” Harpviken prontamente refutou sua autoavaliação, afirmando que tanto o movimento que ela representa quanto a própria mereciam o reconhecimento. O secretário pediu desculpas por ter acordado Machado em plena madrugada – o anúncio oficial ocorreria às 11h, horário local de Oslo, equivalente às 5h na Venezuela – e adiantou trechos do comunicado oficial do comitê.
A Justificativa do Comitê Nobel para a Premiação
A honraria concedida a María Corina Machado é, segundo o Comitê Norueguês do Nobel, um reconhecimento direto a “seu trabalho incansável promovendo os direitos democráticos do povo da Venezuela e por sua luta para alcançar uma transição justa e pacífica da ditadura para a democracia”. Essa justificativa ressalta a importância dos esforços da líder opositora em um cenário político complexo e desafiador. A própria Machado, em sua primeira reação pública sobre os motivos do prêmio, declarou sentir-se “honrada, humilde e muito grata em nome da população da Venezuela”. Ela também enfatizou que, embora a vitória da democracia ainda não tenha sido plenamente alcançada, há um árduo trabalho em curso e uma certeza de sucesso iminente, dedicando o reconhecimento à sua nação.
Reações e Dedicações de María Corina Machado
Horas após o anúncio da premiação, María Corina Machado utilizou sua conta na plataforma X (anteriormente Twitter) para expressar seus sentimentos e dedicação. Em sua publicação, ela descreveu a conquista como um impulsionador vital para a liberdade de seu país, afirmando: “Estamos no limiar da vitória, e hoje, mais do que nunca, contamos com o presidente Trump, o povo dos EUA, os povos da América Latina e as nações democráticas do mundo como nossos principais aliados para alcançar a liberdade e a democracia.” Machado foi além, dedicando o prestigiado prêmio não apenas ao povo venezuelano, mas explicitamente ao então presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, reconhecendo seu “apoio decisivo à nossa causa!”
A dedicação a Donald Trump gerou reações. O republicano, conhecido por sua “campanha aberta pelo Nobel” em benefício próprio, ainda não havia se manifestado publicamente sobre a homenagem a Machado. Contudo, a Casa Branca rapidamente emitiu uma declaração, que, por intermédio do porta-voz Steven Cheung no X, criticou a escolha do comitê. A administração de Trump declarou que “Trump continuará fazendo acordos de paz, encerrando guerras e salvando vidas. Ele tem o coração de um humanitário, e nunca haverá ninguém como ele, capaz de mover montanhas com a força de sua vontade”. Cheung concluiu a mensagem acusando o Comitê Nobel de priorizar a política sobre a paz, reforçando uma narrativa específica sobre as ações de Trump no cenário global.

Imagem: www1.folha.uol.com.br
Antecedentes e Contexto da Nomeação
Momentos antes do anúncio global, María Corina Machado já havia compartilhado o impacto da notícia em uma conversa com Edmundo González, outro líder opositor, que foi candidato à presidência da Venezuela em 2024 e se encontra exilado na Espanha desde as controversas eleições. Em um vídeo divulgado no perfil de González na rede X, a opositora aparece em choque, exclamando: “O que é isso? Não consigo acreditar”, ao que ele responde com entusiasmo: “Estamos em choque de alegria.” González, que assumiu a candidatura após Machado ser declarada inelegível pelo regime, parabenizou-a publicamente: “Merecidíssimo reconhecimento à longa luta de uma mulher e de todo um povo pela nossa liberdade e democracia. A primeira vencedora do Prêmio Nobel da Venezuela! María Corina, a Venezuela será livre!”
Curiosamente, a indicação de María Corina Machado para o Prêmio Nobel da Paz não era um movimento recente. Um dos principais membros do gabinete de Donald Trump, o Secretário de Estado Marco Rubio, havia desempenhado um papel ativo nos esforços para sua nomeação. No ano anterior, enquanto atuava como senador pela Flórida, Rubio enviou uma carta ao comitê, juntamente com colegas, na qual argumentava que os esforços da venezuelana “incorporam os próprios princípios que o Prêmio Nobel da Paz busca honrar”. Em agosto do ano passado, Rubio também usou a plataforma X para enaltecer a política: “A luta incansável de María Corina Machado por uma Venezuela livre e justa é uma verdadeira inspiração. Sua coragem será lembrada por muitos anos”, disse ele, compartilhando o documento de apoio. No entanto, ele ainda não se pronunciou publicamente após o anúncio desta sexta-feira sobre a vitória da ex-colega política no Nobel da Paz de 2025.
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Este artigo detalhou a emocionante notificação de María Corina Machado sobre o Prêmio Nobel da Paz de 2025, a justificativa do Comitê Nobel, e as diversas reações em torno de sua premiação, incluindo a dedicação inusitada a Donald Trump e o contexto de sua persistente luta pela democracia na Venezuela. Para mais informações e análises sobre o cenário político na América Latina e eventos de grande repercussão, convidamos você a explorar outras notícias em nossa editoria de Política.
Crédito da imagem: Tom Little – 9.set.2025/Reuters
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