A cidade de Salvador testemunhou a nova prisão de Marcelo Batista é Preso Novamente em Salvador por Duplo Homicídio, proprietário de um ferro-velho localizado no bairro de Pirajá. A detenção ocorreu neste sábado, 4 de novembro, e o empresário foi encaminhado ao Complexo de Delegacias da Polícia Civil, situado em Itapuã. Marcelo é peça central em diversas investigações criminais, incluindo o duplo assassinato dos jovens Paulo Daniel Pereira Gentil do Nascimento e Matusalém Silva Muniz, ex-funcionários de sua empresa, cujos corpos permanecem desaparecidos. Ele também enfrenta acusações de tentativa de homicídio contra outras três pessoas.
A recente ordem de prisão foi emitida pelo Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA) e executada por equipes da 3ª Delegacia de Homicídios, em colaboração com a Agência de Inteligência e Coordenação de Operações do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). A ação aconteceu no distrito de Jauá, pertencente a Camaçari, na Região Metropolitana de Salvador. É crucial lembrar que o acusado já havia sido detido por tentativa de homicídio no mês anterior e, em seguida, liberado.
Empresário Marcelo Batista é Preso Novamente em Salvador por Duplo Homicídio
As autoridades tentam coletar mais detalhes junto à Justiça e à Polícia para elucidar os pormenores desta nova prisão. A defesa de Marcelo Batista foi contatada em busca de um posicionamento, mas não houve retorno até o momento da publicação desta matéria. O empresário já acumula um histórico de prisões e libertações provisórias, que revelam a complexidade e a duração das investigações que o envolvem.
Cronologia de Envolvimentos e Medidas Judiciais
A última detenção de Marcelo Batista, antes da atual, aconteceu em 26 de agosto. Naquela ocasião, ele foi alvo de uma prisão por tentativa de homicídio envolvendo três indivíduos, sendo que dois deles também eram antigos colaboradores de sua empresa. As vítimas, apesar de serem alvejadas por disparos de arma de fogo, conseguiram escapar. Conforme relatou o delegado Vítor Spinola na época, Marcelo tentou frustrar a prisão se escondendo sob um armário e reforçando a porta de acesso ao local onde foi encontrado, o que, para o investigador, denota uma ação “ardilosa”. Mesmo com a detenção, ele foi liberado em 11 de setembro, passando a cumprir medidas cautelares com uso de tornozeleira eletrônica.
Em um momento anterior, precisamente em 9 de junho, Marcelo Batista havia se apresentado voluntariamente à Justiça após permanecer foragido por mais de dois meses. Ele era procurado em decorrência das mortes de Paulo Daniel Pereira Gentil do Nascimento e Matusalém Silva Muniz. O juiz Vilebaldo José de Freitas decidiu, então, pela concessão de liberdade provisória ao empresário. Como parte das medidas cautelares impostas, ele deveria usar tornozeleira eletrônica, submeter-se a recolhimento noturno e não podia sair da capital baiana. O magistrado justificou sua decisão citando a apresentação espontânea do acusado, a entrega do passaporte e um pedido formal de desculpas, interpretados como “arrependimento e respeito ao Judiciário”.
Essa foi a segunda vez que a prisão preventiva contra o dono do ferro-velho foi revogada, sendo substituída por um conjunto de medidas cautelares. Na justificativa, o juiz considerou a ausência de provas de ameaça a testemunhas e a inexistência de indícios que indicassem perigo à ordem pública por parte do acusado. Foi estabelecido que o não cumprimento de qualquer uma das condições estabelecidas resultaria na revogação imediata da liberdade e na decretação de nova prisão preventiva, sem necessidade de uma oitiva prévia, ou seja, sem a escuta formal do envolvido em processo legal.
Desaparecimento e Acusações de Duplo Homicídio
Paulo Daniel Pereira Gentil do Nascimento, 24 anos, e Matusalém Silva Muniz, 25 anos, desapareceram em 4 de novembro de 2024. Ambos saíram para realizar trabalhos como diaristas no ferro-velho de Pirajá, mas nunca mais foram vistos. A Polícia Civil classifica os jovens como mortos, e até a última atualização do caso, seus corpos ainda não haviam sido localizados.
Em 27 de março deste ano, o Ministério Público da Bahia (MP-BA) formalizou a denúncia contra o empresário Marcelo Batista e o soldado da Polícia Militar Josué Xavier Pereira, acusando-os dos homicídios. O órgão destacou que os crimes foram praticados por motivo torpe, com requintes de crueldade e com recursos que dificultaram a defesa das vítimas, além da ocultação dos cadáveres. Em 31 de março, a Justiça baiana acatou a denúncia, transformando Marcelo e Josué em réus e decretando uma nova prisão preventiva para o empresário.
Desde novembro de 2024, quando o primeiro mandado de prisão preventiva foi expedido, Marcelo Batista era considerado procurado. No entanto, em março do ano corrente, foi concedida a liberdade provisória, e ele deixou de ser classificado como foragido até a nova decisão no final do mesmo mês.
Os advogados do empresário confirmaram à TV Bahia que o mais recente pedido de prisão resultou do descumprimento das medidas cautelares impostas pela Justiça. Eles explicaram que o juiz havia determinado condições como a proibição de ausência do estado, comparecimento mensal ao fórum e o uso contínuo da tornozeleira eletrônica. Diante do não cumprimento dessas regras, o juiz, em conformidade com a legislação, solicitou novamente a detenção. Contudo, os advogados não ofereceram justificativas para a violação das medidas pelo cliente.

Imagem: tentativa de homicídio contra três pes via g1.globo.com
Adicionalmente, em março, outras duas pessoas envolvidas no caso também tiveram a liberdade concedida, mas os detalhes sobre o grau de envolvimento no crime não foram especificados, uma vez que a investigação permanece sob segredo de Justiça. Para mais informações sobre o sistema jurídico, você pode consultar o site oficial do Tribunal de Justiça da Bahia.
Outros Envolvidos e Desdobramentos da Investigação
O soldado Josué Xavier, co-acusado nos homicídios, foi posto em liberdade em janeiro deste ano, após o término do prazo de sua prisão temporária. Com a soltura, o militar foi reintegrado à corporação, assumindo funções no setor administrativo enquanto as investigações prosseguem. Ele é lotado na 19ª Companhia Independente (CIPM), em Paripe. O gerente do ferro-velho, Wellington Barbosa, conhecido como “Cabecinha”, também chegou a ser detido. Ele cumpria prisão domiciliar monitorada por tornozeleira eletrônica, após diagnóstico de hanseníase.
O delegado José Nélis, à frente da 3ª Delegacia de Homicídios, já havia declarado em manifestações anteriores que ainda não era possível estabelecer a participação individual de cada um dos presos nas ações criminosas. Contudo, as averiguações da Polícia Civil já corroboravam a conclusão de que Paulo Daniel e Matusalém foram assassinados. A Polícia Militar foi questionada se Josué Xavier segue em atividades administrativas e aguarda retorno.
Marcelo Batista da Silva é conhecido por ser o proprietário do ferro-velho em Pirajá. Além das acusações de duplo homicídio, o nome do empresário está presente em investigações sobre uma série de outros crimes, o que adiciona camadas à sua ficha criminal. A polícia o aponta como investigado por duplo homicídio, por tentativa de homicídio, e suspeito de envolvimento com milícias e facções criminosas. Ele também responde por violência doméstica contra a ex-esposa. No âmbito da Justiça do Trabalho, há nove processos em tramitação contra ele, somados a outros 60 que já foram arquivados. As acusações nessas ações variam entre descumprimento de pagamento de salários e horas extras, assédio sexual e tortura.
No curso das apurações sobre o desaparecimento dos jovens, o veículo do suspeito foi inspecionado por peritos após ser encontrado em uma loja de automóveis de luxo em Lauro de Freitas. Avaliado em R$ 750 mil, o carro foi deixado por outro homem, que justificou a necessidade de troca dos bancos alegando a presença de “pontos de sujeira”. Para a Polícia Civil, a suposta sujeira poderia ser, na verdade, vestígios de sangue das vítimas.
Em 8 de novembro, antes da expedição do primeiro mandado de prisão, o empresário Marcelo Batista apresentou uma versão dos fatos: ele alegou ter sofrido o furto de cinco toneladas de fardo de alumínio em um período de dois meses e que conseguiu recuperar 500 quilos da carga em 3 de novembro, após rastrear o caminhão utilizado no crime. Segundo sua narrativa, em 4 de novembro, enquanto registrava uma ocorrência policial contra um terceiro funcionário, Paulo Daniel e Matusalém foram surpreendidos cometendo outro furto na empresa. Marcelo Batista afirmou que planejava acionar a polícia no dia seguinte para realizar um flagrante e reaver o material subtraído. No entanto, segundo sua versão, os jovens não compareceram ao trabalho e nunca mais fizeram contato.
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A saga judicial do empresário Marcelo Batista continua a se desdobrar, com sua nova prisão em Salvador reacendendo os debates sobre os desaparecimentos de Paulo Daniel e Matusalém e as múltiplas acusações que pesam contra ele. Para aprofundar-se em outros casos de segurança pública e a dinâmica social na capital baiana, convidamos você a explorar mais notícias em nossa editoria de Cidades.
Foto: Reprodução/Redes Sociais
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