Mãe e Refém do Hamas Têm Reencontro Virtual Emocionante

O aguardado **reencontro virtual entre um refém do Hamas e sua mãe** marcou um momento de profunda emoção em meio ao complexo cenário do conflito em Gaza. Após um longo período de mais de 700 dias em cativeiro, Matan Zangauker teve sua primeira comunicação visual com sua mãe, Einav Zangauker, nesta segunda-feira (13), por meio […]

A cena, registrada enquanto um familiar apoiava o celular para que Einav pudesse ver seu filho, é um dos poucos e emocionantes vislumbres das complexas negociações e dos acordos de cessar-fogo entre Israel e o Hamas. A conversa representou o primeiro contato da família Zangauker com Matan desde sua captura.

Mãe e Refém do Hamas Têm Reencontro Virtual Emocionante

A emoção da mãe era palpável durante a chamada. Einav Zangauker dirigiu-se ao filho com palavras carregadas de esperança e carinho: “A guerra acabou e você está voltando para casa. Todos vocês estão voltando para casa. Eu te amo. Minha vida, eu te amo, estou esperando por você, minha vida”. A troca foi confirmada pelo grupo Hamas, que informou que outros reféns também tiveram a oportunidade de falar com seus familiares antes de sua libertação iminente.

Os reféns israelenses vivos, que permaneceram sob o controle do Hamas, começaram a ser liberados na madrugada desta mesma segunda-feira (13). Este processo é parte integral de um acordo mais amplo de cessar-fogo assinado entre Israel e o grupo paramilitar. Durante os ataques terroristas de 7 de outubro de 2023, o Hamas sequestrou 251 pessoas. Informações de Israel indicam que, desse total, 48 vítimas ainda estavam sob poder do grupo na Faixa de Gaza, sendo que 28 delas foram confirmadas como mortas. Os demais indivíduos sequestrados foram libertados em ocasiões anteriores, por meio de outros acordos de cessar-fogo ou resgatados por operações militares israelenses.

As Forças de Defesa de Israel relataram que sete reféns foram liberados inicialmente. O Hamas, por sua vez, anunciou a intenção de entregar mais 13 indivíduos até as 4h (horário de Brasília) da mesma segunda-feira. No momento da última atualização da reportagem original, detalhes adicionais sobre esta etapa da operação não haviam sido divulgados. O protocolo para os reféns libertados inclui a entrega à Cruz Vermelha, seguida pela transferência para as Forças de Defesa de Israel para deixar a Faixa de Gaza e passar por exames médicos em território israelense. Em retribuição, Israel se comprometeu a libertar cerca de 2 mil prisioneiros palestinos, dos quais 250 cumpriam pena de prisão perpétua. Agências internacionais, como a Reuters, noticiaram que os detentos embarcaram em ônibus da Cruz Vermelha com destino a Gaza, Cisjordânia e outras nações.

Acordo de Paz e Libertação

O plano de paz entre Israel e Hamas, inicialmente apresentado no fim de setembro pelo então presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, foi anunciado publicamente na quarta-feira (8) e mediado por Egito, Catar e Turquia. Este acordo estipulava que o grupo se comprometeria a libertar todos os reféns ainda vivos e a devolver os restos mortais das vítimas que faleceram em cativeiro. O prazo para a conclusão da libertação dos reféns vivos era até as 6h desta segunda-feira (13), horário de Brasília. O Hamas garantiu a devolução das 20 vítimas que permaneciam vivas, mas solicitou tempo adicional para conseguir localizar e identificar todos os corpos dos reféns que morreram. Um cronograma definitivo para a entrega desses restos mortais ainda não foi estabelecido. Como parte dos esforços para a resolução, a Turquia anunciou a formação de uma força-tarefa dedicada a auxiliar o Hamas na localização dos restos mortais na Faixa de Gaza.

De acordo com as Nações Unidas, a busca por uma resolução pacífica e humanitária é urgente. O plano de paz negociado possui vários pontos cruciais. Quanto aos reféns, Israel estimava que, dos 48 sequestrados remanescentes, apenas 20 estariam vivos, enquanto os 28 restantes teriam morrido. A proposta estadunidense previa que o Hamas teria 72 horas para libertar todos os reféns, independentemente de estarem vivos ou mortos, após o início do cessar-fogo. Em contrapartida, Israel deveria libertar aproximadamente 2 mil prisioneiros palestinos, incluindo aqueles sentenciados à prisão perpétua.

Mudanças em Gaza e Pontos Não Esclarecidos

Além da questão dos reféns, o plano também contemplava o fim dos bombardeios na Faixa de Gaza e a retirada gradual das tropas israelenses, conforme detalhado pela Casa Branca. Após o anúncio do cessar-fogo, as forças de Israel recuaram para uma linha pré-acordada com o Hamas, resultando na diminuição da área de ocupação em Gaza de 75% para 53%. O chefe do Estado-Maior israelense instruiu as tropas a manterem-se preparadas para todas as eventualidades, incluindo operações de retorno dos reféns.

Apesar do início do cessar-fogo, vários aspectos do plano de paz ainda carecem de esclarecimento. O presidente Trump indicou que outras fases do acordo estavam em negociação, mas os detalhes sobre essas etapas futuras permanecem incertos. Além disso, não há clareza sobre como será a transição do governo na Faixa de Gaza, um ponto proposto pela Casa Branca. Uma das maiores divergências reside na entrega de armas pelo Hamas, algo com o qual o grupo terrorista tem demonstrado desacordo. O Hamas também rejeitou a ideia de uma tutela estrangeira na governança de Gaza, conforme previsto no plano dos Estados Unidos. Uma cerimônia oficial para formalizar a assinatura do acordo está agendada para esta segunda-feira no Egito, com a esperança de contar com a presença de Trump e cerca de 20 líderes internacionais.

A complexidade em relação aos reféns mortos é outro obstáculo significativo. Dentre as várias condições impostas pelo acordo de paz, a devolução dos corpos dos reféns que faleceram em cativeiro é uma das mais delicadas. Imprensas norte-americana e israelense sugerem que o Hamas desconhece o paradeiro de alguns desses corpos. Nesta quinta-feira, a Turquia reiterou seu papel ao anunciar a criação de uma força-tarefa com autoridades estrangeiras para ajudar na localização desses corpos em diferentes regiões da Faixa de Gaza. O número exato de corpos desaparecidos ainda não foi determinado oficialmente, mas estima-se que 28 dos 48 reféns ainda detidos pelo Hamas tenham morrido, com até oito corpos considerados desaparecidos, segundo relatos da imprensa israelense. O grupo terrorista, até o momento, não se pronunciou formalmente sobre este assunto específico.

Confira também: crédito imobiliário

A dramática comunicação entre Matan Zangauker e sua mãe ressalta o impacto humano do conflito, ao mesmo tempo em que destaca a fragilidade e a esperança presentes nos acordos de cessar-fogo. A situação na Faixa de Gaza permanece fluida, com detalhes cruciais sobre o plano de paz ainda por serem revelados. Continue acompanhando a seção de Política para se manter atualizado sobre os desdobramentos deste e de outros importantes eventos globais.

Crédito da imagem: REUTERS