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Maduro em uniforme militar clama por soberania em cenário de escalada com EUA

Facebook Twitter Pinterest LinkedInCaracas, Venezuela – Em um momento de crescente tensão nas relações bilaterais, o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, fez uma aparição pública fardado na última quinta-feira, 28 de agosto de 2025, enquanto expressava a necessidade imperativa de “defender a paz e a soberania nacional”. Sua declaração ocorreu simultaneamente à chegada de navios … Ler mais

Caracas, Venezuela – Em um momento de crescente tensão nas relações bilaterais, o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, fez uma aparição pública fardado na última quinta-feira, 28 de agosto de 2025, enquanto expressava a necessidade imperativa de “defender a paz e a soberania nacional”. Sua declaração ocorreu simultaneamente à chegada de navios de guerra dos Estados Unidos em águas do sul do Caribe, próximas à costa venezuelana, intensificando uma já complexa crise com a administração norte-americana do presidente Donald Trump.

A presença de Maduro em vestes militares, que simbolizam prontidão e comando, foi observada durante uma visita a diversas tropas em Caracas, a capital venezuelana. O chefe de estado aplaudiu os soldados das Forças Especiais e participou de um ato que incluiu seu deslocamento junto a membros do governo e efetivos militares. Esta ostensiva demonstração de união com as forças armadas sublinha o tom de defesa e resistência adotado pelo governo venezuelano diante do cenário atual.

Dirigindo-se à nação e a observadores internacionais, o líder venezuelano vocalizou uma perspectiva desafiadora em relação aos eventos recentes. “Hoje posso dizer, depois de 20 dias seguidos de anúncios, ameaças, guerra psicológica, 20 dias de cerco contra a nação venezuelana, que hoje estamos mais fortes que ontem, mais preparados para defender a paz, a soberania e a integridade territorial do que ontem, muito mais”, declarou enfaticamente Maduro, articulando a percepção de um período prolongado de pressões e confrontos não apenas verbais, mas também psicológicos.

No contexto dessas declarações e demonstrações internas de força, Maduro também estendeu reconhecimento ao presidente colombiano, Gustavo Petro. O elogio de Maduro a Petro refere-se ao envio de 25 mil militares colombianos para uma ação estratégica na fronteira comum. Este contingente foi destinado a fortalecer a segurança na região de Catatumbo, uma área de relevância geográfica e estratégica, partilhada por ambos os países.

Chegada da frota naval dos Estados Unidos e a resposta venezuelana

Concomitante à mobilização e retórica de Caracas, uma frota militar dos Estados Unidos iniciou sua presença no sul do Caribe, região diretamente vizinha ao território venezuelano. A informação, veiculada pela agência Reuters na quinta-feira, 28 de agosto de 2025, foi atribuída a uma autoridade norte-americana. Segundo o relato, além das embarcações que já se encontram no local, outros navios militares estavam a caminho, sinalizando uma operação naval de proporções consideráveis. Detalhes posteriores revelaram que esta força consistiria em sete navios de guerra e um submarino de propulsão nuclear, com a previsão de que todos chegassem à área até o início da próxima semana.

Entre os navios que compõem o grupo naval norte-americano, destacam-se os nomes de três unidades: o navio de transporte anfíbio USS San Antonio, o porta-helicópteros USS Iwo Jima e o navio de desembarque USS Fort Lauderdale. Estas embarcações foram projetadas para transportar um contingente significativo de forças. Ao todo, 4.500 militares estão a bordo da frota, com 2.200 deles sendo fuzileiros navais, de acordo com as fontes consultadas pela Reuters. A operação também conta com suporte aéreo, onde aviões de vigilância marítima P-8 do Exército dos Estados Unidos realizam voos regulares na região com o objetivo de coletar informações e inteligência. É importante ressaltar que as fontes indicaram que todas as operações desta frota estão sendo conduzidas estritamente em águas internacionais, conforme foi relatado pela agência.

Oficialmente, o governo dos EUA justificou a mobilização da frota como uma ação destinada a combater o tráfico internacional de drogas. Essa declaração busca enquadrar a presença militar em um esforço contra o crime transnacional. No entanto, a operação e seu escopo têm provocado reações intensas no âmbito diplomático venezuelano.

Diplomacia e contra-acusações na arena internacional

Em resposta à movimentação militar norte-americana, o embaixador da Venezuela nas Nações Unidas, Samuel Moncada, encontrou-se com o secretário-geral da ONU, António Guterres, também na quinta-feira, 28 de agosto de 2025. Na ocasião, o representante venezuelano em Nova York proferiu sérias acusações contra os Estados Unidos, afirmando que Washington estaria promovendo uma “campanha terrorista” na região do Caribe e, por extensão, contra a Venezuela.

O embaixador Moncada contextualizou a operação como uma iniciativa muito mais ampla do que a meramente declarada pelos EUA. Em suas palavras, é “uma operação massiva de propaganda para justificar o que os especialistas chamam de ação cinética – ou seja, intervenção militar em um país que é soberano e independente e não representa ameaça a ninguém”. A Venezuela, através de seu embaixador, sublinha a percepção de uma intenção de ingerência, indo além da esfera da repressão ao narcotráfico.

Do outro lado, a Casa Branca foi confrontada com questões sobre a operação no mesmo dia. A porta-voz Karoline Leavitt, durante um pronunciamento, foi inquirida por um jornalista sobre uma possível avaliação de ataque à Venezuela, questionamento embasado na alegação de que o aparato militar deslocado para o Caribe superaria o necessário para simples ações antidrogas. Leavitt, por sua vez, optou por não emitir comentários específicos sobre eventuais ações militares.

Maduro em uniforme militar clama por soberania em cenário de escalada com EUA - Imagem do artigo original

Imagem: g1.globo.com

Apesar de sua evasiva em relação a uma intervenção, a porta-voz aproveitou a oportunidade para reforçar a posição de Washington sobre o reconhecimento de Nicolás Maduro, reiterando que o governo dos EUA não o considera como o legítimo presidente da Venezuela. Em declaração, Leavitt chamou Maduro de “fugitivo da Justiça dos EUA”. Em seguida, proferiu a seguinte declaração: “Trump está preparado para usar todos os elementos da força americana para impedir que as drogas inundem nosso país e para levar os responsáveis à Justiça. E, como já disse aqui deste púlpito, o regime de Maduro não é o governo legítimo da Venezuela”. Ela utilizou o termo em inglês “power”, que pode ser traduzido tanto como “força” quanto “poder”, expressando a intenção do governo Trump de mobilizar amplos recursos para atingir seus objetivos.

O pano de fundo da guerra às drogas e acusações de narcoterrorismo

O governo Trump tem sistematicamente imputado à Venezuela a responsabilidade pelo influxo de drogas ilegais nos Estados Unidos. Contudo, essa narrativa enfrenta um contraponto vindo de relatórios internacionais. O Relatório Mundial sobre Drogas de 2025, emitido pela Organização das Nações Unidas (ONU), contradisse essa acusação ao apontar que as substâncias entorpecentes mais consumidas pelos cidadãos norte-americanos não têm sua origem no território venezuelano.

Especificamente, Nicolás Maduro é formalmente acusado pelos EUA de envolvimento com o narcoterrorismo, sendo apontado como o principal articulador do chamado “Cartel de los Soles”. Esta organização, por sua vez, foi recentemente designada pelos próprios Estados Unidos como uma entidade terrorista de alcance internacional. Como um agravante às acusações, no início de agosto de 2025, os Estados Unidos elevaram a recompensa oferecida por informações que pudessem levar à captura ou condenação do líder venezuelano, duplicando o valor para significativos US$ 50 milhões.

Em reação a esta série de acusações e à intensificação das pressões, Maduro tem consistentemente caracterizado as ações recentes do governo norte-americano como “ameaças”. Em resposta à mobilização militar externa, ele anunciou medidas defensivas no plano interno. Entre elas, destaca-se a mobilização de 4,5 milhões de integrantes de milícias, um número expressivo, para formar uma rede de defesa em todo o território venezuelano. Em discursos públicos, o presidente incitou a população à defesa armada, proclamando com vigor: “Fuzis e mísseis para a força camponesa! Para defender o território, a soberania e a paz da Venezuela!”, e complementando com: “Mísseis e fuzis para a classe operária, para defender a nossa pátria!”

Outra medida tangível foi o deslocamento de 15 mil militares venezuelanos para a divisa com a Colômbia. Essa movimentação militar fronteiriça foi realizada após o governo colombiano levantar a hipótese de que a acusação de narcotráfico estaria sendo utilizada pelos Estados Unidos como uma “desculpa para uma invasão militar”. Apesar da preocupação expressa pela Colômbia em relação a essa suposta retórica norte-americana, o governo colombiano tem mantido uma postura de descarte da possibilidade de colaborar com Nicolás Maduro, reiterando uma distância política entre os dois países vizinhos.

O posicionamento da Venezuela também se manifestou oficialmente através de um documento formal. Na terça-feira, 26 de agosto de 2025, Caracas encaminhou um documento à Organização das Nações Unidas, onde as ações dos Estados Unidos foram categorizadas como uma “grave ameaça à paz e à segurança regional”. O governo venezuelano, por meio deste memorando, instou a ONU a desempenhar um papel de monitoramento diante do que considerou uma “escalada de ações hostis” e “ameaças” provenientes da administração dos EUA. Paralelamente a esta complexa situação diplomática, diversas nações demonstraram alinhamento com a postura norte-americana em relação ao Cartel de los Soles. Países como Argentina, Equador, Paraguai e Guiana seguiram a determinação dos Estados Unidos e também designaram o Cartel de los Soles como uma organização terrorista internacional. Adicionalmente, Trinidad e Tobago, uma nação caribenha situada a uma curta distância geográfica da Venezuela, manifestou seu apoio às operações militares dos Estados Unidos.

Com informações de g1.globo.com

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