Lula Propõe Impulsionar Biocombustíveis na Pauta Exportadora em um movimento estratégico para consolidar a posição do Brasil como protagonista na transição energética global. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva conduziu discussões importantes, na última quinta-feira, 30 de outubro de 2025, acerca das possibilidades de fomentar pesquisas e integrar os biocombustíveis de maneira proeminente na lista de produtos exportados pelo país.
A iniciativa ocorreu durante um encontro crucial no Palácio do Planalto, onde o presidente recebeu Erasmo Carlos Battistella, CEO da empresa Be8, e Denis Güven, presidente da Mercedes-Benz do Brasil e América Latina. O diálogo teve como objetivo central apresentar inovações e discutir como a indústria nacional pode se beneficiar do potencial dos combustíveis renováveis.
Lula Propõe Impulsionar Biocombustíveis na Pauta Exportadora
No decorrer da reunião, Lula teve contato com os veículos que integram a notável “Rota Sustentável COP30”. Estes caminhões e ônibus operam com o avançado biocombustível BeVant, desenvolvido pela Be8. A principal promessa do BeVant é a capacidade de reduzir drasticamente as emissões de gases de efeito estufa – em até 99% – quando comparado ao diesel fóssil tradicional. A “Rota Sustentável COP30” tem o propósito fundamental de submeter este novo biocombustível a rigorosos testes práticos nos veículos da Mercedes-Benz, com o percurso visando replicar condições reais de transporte em longa distância.
Complementando os testes, dois outros veículos foram incorporados à rota utilizando o diesel B15, uma mistura de 15% de biodiesel com diesel convencional. Essa abordagem comparativa permite avaliar de forma precisa a eficácia e o desempenho do BeVant em relação a opções mais difundidas no mercado de combustíveis mistos. Os veículos iniciaram sua jornada em 20 de outubro, partindo de Passo Fundo, no Rio Grande do Sul, e têm como destino a cidade de Belém, no Pará. Essa viagem, que se estende por aproximadamente 4 mil quilômetros, simboliza a busca por soluções inovadoras para a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP30), que a capital paraense sediará em novembro de 2025.
O Potencial do BeVant e a Demanda de Mercado
Segundo Erasmo Carlos Battistella, CEO da Be8, o biocombustível BeVant oferece uma solução versátil, capaz de substituir o óleo diesel em uma vasta gama de motores. Sua aplicação é particularmente vantajosa para rotas de longas distâncias, onde as dificuldades de eletrificação do transporte são mais acentuadas e onde soluções alternativas são mais prementes. Essa característica posiciona o BeVant como um forte candidato para impulsionar a descarbonização em setores cruciais da economia, como o transporte rodoviário de cargas e passageiros.
O executivo formalizou um pleito ao presidente, solicitando apoio institucional do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) e da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil). O objetivo é inserir os biocombustíveis como um elemento central na agenda de exportações brasileiras. Battistella ressaltou a Lula que a medida representa uma “solução imediata de descarbonização”, evidenciando o potencial brasileiro para contribuir significativamente com a sustentabilidade global, alinhado com as discussões propostas pela COP30.
Estratégia de Exportação e Testes Internacionais
Em resposta à proposição, o presidente Lula sugeriu um plano ambicioso: expandir os testes com o BeVant para veículos fabricados pela Mercedes-Benz na Alemanha. A ideia é replicar a avaliação de desempenho e o nível de redução de gases de efeito estufa em um contexto internacional. “Quem sabe a gente possa exportar isso aqui para o mundo. Quem sabe a gente importa caminhão e exporta [biocombustível] para a Alemanha”, declarou o presidente, demonstrando a confiança no potencial do produto nacional.
O presidente salientou as vantagens competitivas do Brasil, incluindo sua vasta capacidade de produção agrícola, essencial para a fabricação de biocombustíveis, e o vigor de sua indústria, particularmente no desenvolvimento de tecnologias de ponta, como o BeVant. Ele expressou otimismo na inteligência e engenhosidade dos profissionais brasileiros: “Com a inteligência humana do Brasil, com engenheiros e engenheiras brasileiros, a gente consegue mostrar ao mundo que a transição energética que o mundo sonha não é tão difícil. Basta ter vontade política e basta ter coragem de fazer”, completou Lula, reforçando o papel do país na vanguarda da sustentabilidade.
O Dilema do Petróleo e a Transição Gradual
Apesar do foco em biocombustíveis e energias renováveis, o presidente Lula também abordou a complexidade da transição energética. Ele reiterou a impossibilidade de abrir mão do combustível fóssil de forma abrupta, do “dia para a noite”. O tema gerou discussões no Brasil, especialmente sobre a exploração de petróleo na Margem Equatorial. Esta região, localizada na costa norte do país, é vista por muitos especialistas como o “novo pré-sal”, dada a expectativa de grande potencial petrolífero.
A exploração na Margem Equatorial ganhou novos contornos em 2025, quando a Petrobras obteve a necessária licença do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) para dar início às operações de pesquisa exploratória na área. “É preciso construir o fim da utilização do combustível fóssil. E para isso a gente tem que pesquisar a Margem Equatorial com o cuidado que o meio ambiente exige, uma responsabilidade que o Brasil tem de mostrar que nós vamos ser o país mais perfeito do ponto de vista da transição energética no mundo”, afirmou o presidente.
Lula enfatizou que, enquanto for necessário, o país continuará a utilizar o petróleo, mas com o compromisso de que a Petrobras passará por uma transformação, convertendo-se em uma empresa de energia mais abrangente, diversificando seu portfólio para incluir fontes renováveis e contribuindo para uma matriz energética mais equilibrada. Essa visão estratégica reconhece a necessidade de um equilíbrio entre o presente e o futuro energético do Brasil, mantendo o abastecimento e, ao mesmo tempo, direcionando esforços para um cenário de maior sustentabilidade.
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As recentes discussões promovidas pelo presidente Lula sobre a inserção dos biocombustíveis na pauta exportadora do Brasil evidenciam uma visão clara de futuro para a matriz energética nacional e global. A inovação, como o BeVant, e as parcerias estratégicas, juntamente com uma transição ponderada dos combustíveis fósseis, marcam o caminho do país em direção à sustentabilidade. Para aprofundar-se em mais análises e notícias sobre os rumos econômicos e energéticos do Brasil, continue acompanhando a nossa editoria de Economia.
Crédito da imagem: Ricardo Stuckert/PR




