Lula reafirma: Bolsonaro é passado na política brasileira

Economia

Lula reafirma: Bolsonaro é passado na política brasileira – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva enfatizou que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) representa uma figura do passado na arena política brasileira. A declaração foi proferida durante uma coletiva de imprensa em Kuala Lumpur, na Malásia, em um contexto de conversas com o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

De acordo com o presidente brasileiro, as discussões sobre questões comerciais e a chamada “tarifaço” ficarão a cargo das equipes técnicas de ambos os países, enquanto os chefes de Estado, no caso, ele próprio e Trump, se concentrariam em aspectos políticos mais amplos. Essa distinção foi feita após um encontro onde o tema da relevância política de Bolsonaro foi abordado por Lula. Ele salientou: “Quem vai discutir política é o presidente Trump e o Lula, e os técnicos vão negociar as taxações comerciais.”

Lula reafirma: Bolsonaro é passado na política brasileira

Lula fez questão de reforçar que Bolsonaro não detém mais um papel significativo, tanto no panorama das relações entre Brasil e Estados Unidos, quanto internamente no Brasil, considerando-o “assunto superado”. O presidente brasileiro foi quem inseriu o nome do ex-mandatário na pauta da reunião com Trump, ocorrida no domingo (26), ao pleitear a revogação de sanções impostas a figuras brasileiras, incluindo o cancelamento de vistos americanos e a aplicação da Lei Magnitsky a ministros da Suprema Corte. A respeito desta lei, Lula esclareceu: “A Lei Magnitsky é política, vai ser resolvida entre Trump e eu.” A pauta evidenciou a estratégia de Lula de demarcar a nova gestão presidencial brasileira perante a liderança americana.

Durante a coletiva de imprensa, o chefe de Estado brasileiro detalhou ter apresentado a Trump o processo que culminou na ação penal contra Bolsonaro. Segundo Lula, essa ação foi sustentada por provas “robustas”, que apontavam, inclusive, para a existência de um suposto plano de assassinato que teria como alvos ele, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). O presidente ressaltou que os magistrados da Suprema Corte apenas seguiram o devido processo legal, assegurando os direitos de contraditório e ampla defesa aos acusados.

Ao abordar a influência do ex-presidente, Lula reiterou sua convicção de que Bolsonaro não possui mais qualquer relevância política substancial. Usando a analogia popular, ele declarou que “rei morto, rei posto. Bolsonaro faz parte do passado da política brasileira.” Essa afirmação busca consolidar a percepção de uma transição definitiva na política nacional e na maneira como o Brasil se posiciona internacionalmente.

Lula argumentou ainda que, caso o ex-presidente americano, Donald Trump, participasse de três encontros com ele, compreenderia a falta de peso político de Bolsonaro. O presidente frisou que suas ponderações são de cunho estritamente político e em defesa dos interesses nacionais. A tese central de sua abordagem era distanciar o governo atual de qualquer sombra da gestão anterior, enfatizando a mudança de era na política do país. A conversa com Donald Trump, ex-chefe de Estado de um parceiro comercial e político essencial, sublinha a relevância desta pauta para o governo Lula.

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Paralelamente a esses diálogos em Kuala Lumpur, no mesmo domingo (26), o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) manifestou-se. Ele, que havia se transferido para os Estados Unidos com o objetivo de buscar sanções do governo americano contra o Brasil, celebrou a taxação de 50% sobre as exportações nacionais e ironizou as declarações do presidente Trump sobre seu pai. “Lula encontra Trump e na mesa um assunto que claramente incomoda”, publicou em sua conta na rede X, divulgando um vídeo do início da reunião entre os dois presidentes. A postura de Eduardo Bolsonaro evidenciou a contínua tensão em relação à relevância de seu pai e as sanções contra autoridades brasileiras, pautas levantadas anteriormente.

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Imagem: Mark Schiefelbein via valor.globo.com

Em um momento chave da interação, um repórter indagou Donald Trump sobre seus sentimentos em relação ao ex-presidente Bolsonaro. Trump respondeu que “sempre gostou” do ex-presidente e se sentia “mal com o que aconteceu com ele”, embora não tenha feito menção explícita à sua condenação pelo STF. Questionado se Bolsonaro seria um dos temas do encontro a portas fechadas, Trump de forma concisa respondeu: “não é da sua conta”, indicando que certas pautas são exclusivas da diplomacia entre líderes de Estado, mesmo que levantadas pelo presidente Lula.

As declarações de Lula, no entanto, indicam uma estratégia clara de redefinir as narrativas sobre o papel do Brasil no cenário internacional, especialmente na relação com os Estados Unidos. Ao destacar que Bolsonaro pertence ao “passado da política brasileira”, Lula busca projetar uma imagem de um país focado em novas prioridades, distanciado de figuras e episódios da gestão anterior. Este movimento é vital para a articulação de acordos e a retomada de um posicionamento diplomático distinto no cenário global, conforme o presidente afirmou na Malásia.

Essa troca de declarações, entre Lula, Trump e o próprio filho de Bolsonaro, ilustra a complexidade da diplomacia moderna, onde a política interna e externa se entrelaçam intensamente. O debate sobre a “Lei Magnitsky” e as sanções americanas contra autoridades brasileiras, elevado à mesa presidencial, sublinha a intenção de resolver questões pendentes sob uma nova perspectiva diplomática, reforçando o poder da chefia de estado em alterar as direções das discussões. Para mais informações sobre relações exteriores do governo, pode-se consultar diretamente as publicações do Ministério das Relações Exteriores.

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Em síntese, as recentes afirmações de Lula em Kuala Lumpur reforçam a narrativa de que o período de Bolsonaro na presidência é um capítulo encerrado na história política do Brasil, uma mensagem diretamente transmitida a figuras políticas globais. Fique por dentro de todas as análises sobre política nacional e internacional, acompanhando a editoria de Política em Hora de Começar.

Crédito da Imagem: Valor Econômico

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