O lucro da Vulcabras, renomada fabricante brasileira de calçados esportivos e casuais, experimentou um crescimento impressionante no terceiro trimestre deste ano. A companhia registrou um lucro atribuído aos controladores de R$ 547,2 milhões, o que representa uma elevação substancial de 217,8% em comparação com o mesmo período do ano anterior. Esse avanço notável foi significativamente impulsionado pelo reconhecimento de R$ 366 milhões em impostos diferidos, um fator não recorrente que impactou positivamente o resultado.
Ao desconsiderar esse efeito pontual de impostos diferidos, que conferiu um impulso extraordinário ao balanço, o lucro líquido ajustado da empresa ainda demonstrou uma solidez financeira marcante. A cifra atingiu R$ 163,2 milhões, refletindo um crescimento consistente de 11,6% em relação ao terceiro trimestre de 2022. Esses números sublinham a robustez das operações e a capacidade da Vulcabras de gerar valor para seus acionistas em um cenário de mercado dinâmico.
Lucro da Vulcabras Dispara 217% no 3º Tri com Receita Recorde
A performance operacional da Vulcabras no período foi igualmente digna de nota. A receita operacional bruta da empresa atingiu um patamar recorde de R$ 1,11 bilhão, representando um aumento significativo de 21,8%. Este é o 21º trimestre consecutivo de expansão no faturamento, evidenciando uma trajetória de crescimento contínuo e sustentável. A receita líquida acompanhou esse ritmo de avanço, somando R$ 955,7 milhões. Desse montante expressivo, R$ 920 milhões foram gerados no mercado interno, destacando a força do consumo doméstico, que cresceu 22,8%. Enquanto isso, o mercado externo também contribuiu para o resultado, com um leve avanço de 0,6%, totalizando R$ 35,7 milhões em receita.
O volume bruto de calçados comercializados pela Vulcabras alcançou a marca de 9 milhões de pares, um incremento de 7,7% frente ao ano anterior. Esse aumento expressivo foi, em grande parte, impulsionado pelo sucesso e pela demanda crescente da linha Corre da marca Olympikus. Segundo Pedro Bartelle, CEO da Vulcabras, a empresa apostou na tendência de corrida há seis anos com o lançamento inicial de um produto. “Estamos ampliando nossas linhas de produtos, começamos a linha Corre há seis anos com um produto e identificamos essa tendência de que a corrida cresceria no Brasil”, explicou Bartelle, ressaltando a visão estratégica da companhia em antecipar as demandas do consumidor e desenvolver produtos que capturassem esse potencial de mercado.
Estratégias Futuras e Expansão de Mercado
Como parte de sua estratégia de diversificação e ampliação de portfólio, a Vulcabras desenvolveu uma pequena linha embrionária de vestuário dentro do ecossistema da linha Corre, atualmente vendida por meio de seu canal de e-commerce. A empresa avalia a possibilidade de intensificar sua presença no varejo físico com a abertura de lojas próprias, o que permitiria uma maior exposição dos itens de vestuário e acessórios, que hoje representam aproximadamente 10% da receita. O CEO apontou que as lojas tradicionais no Brasil muitas vezes não proporcionam a curadoria completa que a marca desejaria para expor sua proposta integral. “As lojas no Brasil não têm uma curadoria onde possamos expor a proposta como um todo, as lojas especializadas fazem uma experiência por categoria e não marca. Temos uma discussão para ampliar nossas vendas diretas ao consumidor com algumas lojas conceito. Hoje, já temos lojas de fábrica e outlets no Brasil, pontos com ótima exposição em que temos testado algumas coisas que vêm dando certo”, afirmou, indicando um futuro foco na experiência de marca e no canal direto ao consumidor.
No desempenho por marca, a Under Armour teve seu melhor trimestre no Brasil até o momento, impulsionada fortemente pelas categorias de treino e corrida inspired, o que demonstra a assertividade da Vulcabras na gestão dessa licença. A Mizuno, outra marca importante do portfólio, manteve um ritmo robusto de crescimento, fortalecendo sua posição no segmento de alta performance. Um dos grandes destaques digitais para a Mizuno foi o lançamento de seu aplicativo, que contribuiu diretamente para a elevação do tíquete médio de compra, otimizando a experiência do cliente e a receita.
Performance Digital e Margens da Vulcabras
O canal de comércio eletrônico da Vulcabras apresentou um avanço notável de 25,4% em relação ao terceiro trimestre de 2022, atingindo R$ 144,8 milhões em receita. Essa performance elevou a participação do e-commerce para 15,2% da receita líquida total da empresa, reforçando a importância dos canais digitais para a estratégia de vendas e engajamento da companhia. No que diz respeito à rentabilidade, o Lucro Antes de Juros, Impostos, Depreciação e Amortização (Ebitda) somou R$ 226,5 milhões no período de julho a setembro, registrando um aumento de 15,1% quando comparado ao mesmo intervalo do ano anterior. Em termos recorrentes, o indicador avançou 13,8%, alcançando R$ 211,2 milhões, mostrando a consistência dos resultados operacionais principais.

Imagem: valor.globo.com
Contudo, as margens apresentaram um leve recuo, reflexo de investimentos estratégicos. A margem Ebitda recorrente caiu 1,5 ponto percentual, situando-se em 22,1%. De forma similar, a margem líquida recorrente também recuou 1,5 ponto percentual, fechando em 17,1%. Pedro Bartelle atribuiu essa redução de rentabilidade às ações empreendidas pela Vulcabras para suprir a demanda crescente, particularmente da linha Corre. “Tivemos que contratar quase 4 mil pessoas em um prazo curto de tempo, o que gera alguma ineficiência porque há um tempo para as pessoas atingirem sua curva de aprendizado. Sabíamos que pressionaríamos um pouco as margens em prol desse crescimento, o que de fato veio”, justificou o CEO, destacando o custo inicial inerente à rápida expansão e integração de novos colaboradores.
A expectativa da companhia é que, a partir de janeiro, os ganhos relacionados à sua estratégia de expansão sejam plenamente assimilados. Isso deverá permitir à Vulcabras retomar uma trajetória de ganho de rentabilidade, otimizando as eficiências operacionais conquistadas com o aumento da capacidade produtiva. A busca contínua por inovação, a gestão eficaz de suas marcas e o planejamento estratégico para expansão tanto de produtos quanto de canais de venda demonstram a resiliência e o potencial de crescimento sustentado da empresa no mercado de calçados.
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O cenário para a Vulcabras no próximo ano indica a continuidade do foco em inovação e na otimização de suas operações, consolidando seu papel de destaque no setor de calçados e vestuário esportivo. Mantenha-se informado sobre os desdobramentos do mercado financeiro e corporativo em nossa editoria de Economia.
Crédito da imagem: Facebook/Olympikus


 
						 
						