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Laudo pericial detalha exaustão severa de cavalo Gaúcho antes de ser mutilado vivo em Bananal, SP

Um laudo técnico elaborado pela Polícia Civil, por intermédio do Instituto de Criminalística, revelou que o cavalo identificado como ‘Gaúcho’ estava consciente e vivo no momento em que suas patas foram amputadas no município de Bananal, interior de São Paulo. A análise pericial, acessada com exclusividade por jornalistas, também trouxe à tona que o equino […]

Um laudo técnico elaborado pela Polícia Civil, por intermédio do Instituto de Criminalística, revelou que o cavalo identificado como ‘Gaúcho’ estava consciente e vivo no momento em que suas patas foram amputadas no município de Bananal, interior de São Paulo. A análise pericial, acessada com exclusividade por jornalistas, também trouxe à tona que o equino foi submetido a uma cavalgada intensa e prolongada, culminando em um estado de exaustão extrema antes dos atos de mutilação. O episódio, que ganhou repercussão nacional na semana passada, levanta sérias questões sobre os cuidados e a responsabilidade de tutores de animais.

De acordo com o documento oficial, ‘Gaúcho’ era um animal macho jovem, com uma idade estimada entre oito e dez anos. A investigação aprofundada das condições físicas do cavalo e do percurso que ele enfrentou evidenciou que o animal “não estava em plenas condições ou preparo físico” para completar o trajeto da cavalgada. Este fato é ainda mais grave ao considerar as “dificuldades topográficas da trilha”, um ponto de atenção crucial ressaltado pelos peritos, que demonstrava uma completa inadequação do cavalo para a atividade proposta.

A rota da cavalgada se estendeu por uma distância considerável, totalizando 14 quilômetros. O percurso foi caracterizado pela presença de diversas subidas íngremes, o que, naturalmente, exige um esforço físico acentuado e um condicionamento robusto do animal. Segundo a apuração policial, foi durante ou após esse esforço excessivo que o cavalo começou a demonstrar sinais de sofrimento. Ele teria passado mal e, em decorrência do esgotamento físico, acabou por deitar no chão, incapaz de prosseguir com a marcha. Este é um indicativo claro da gravidade do estado em que o animal se encontrava, alertando para a irresponsabilidade de quem o submeteu a tal jornada.

O laudo não apenas constatou o estado de exaustão, mas também se dedicou a explicar os mecanismos fisiológicos por trás dessa síndrome. O documento técnico detalha que a exaustão em equinos é comumente caracterizada por um conjunto de sintomas graves, incluindo a desidratação severa, a perda acentuada de eletrólitos essenciais para o funcionamento orgânico e a hipertermia, ou seja, o superaquecimento do corpo do animal. Essas condições podem levar a um “grave déficit de oxigenação nos tecidos”, o que, por sua vez, tem o potencial de causar eventos críticos como paradas cardiorrespiratórias. A minúcia com que o laudo aborda a exaustão serve para sublinhar a condição de extremo sofrimento em que ‘Gaúcho’ foi colocado.

Ainda segundo o que consta no documento da perícia, os cavalos manifestam cansaço por meio de alterações perceptíveis em seu comportamento. No entanto, o “total desfalecimento do animal sob o piso” — uma descrição chocante e específica para o caso de ‘Gaúcho’ — somente ocorre quando o equino é “forçado até o extremo”. Este trecho específico da perícia sustenta a crença dos investigadores de que o que aconteceu com ‘Gaúcho’ se enquadra exatamente nessa situação de força e exigência extremas, resultando em seu colapso e imobilização no chão. O entendimento dos peritos, portanto, é que o animal foi deliberadamente levado ao limite absoluto de sua resistência física.

A investigação criminal foi além da constatação do estado de saúde. O laudo é explícito ao afirmar que ‘Gaúcho’ “estava em situação de sofrimento e, consequentemente, maus-tratos”. Os peritos atribuem essa condição diretamente ao tutor do animal, indicando que ele foi responsável por “ter causado dor e dano ao animal”. Esta conclusão se baseia não apenas nas lesões da mutilação – perpetrada enquanto o animal ainda estava vivo – mas também na submissão de ‘Gaúcho’ a “atividades excessivas, que ameacem a condição física, como a cavalgada extensa”. Este é um pilar fundamental da acusação de maus-tratos, pois não se limita ao ato de mutilar, mas também à forma como o animal foi manejado e explorado.

Além das chocantes mutilações das patas, os peritos criminais realizaram uma inspeção minuciosa no corpo de ‘Gaúcho’, revelando uma série de outras lesões que amplificam a imagem de sofrimento e violência. Foram identificadas, por exemplo, oito lesões distintas localizadas na lateral direita do corpo do animal. Complementarmente, a lateral esquerda também apresentava lesões, em número de nove. Áreas como o tórax e o abdômen também exibiam ferimentos, sem a especificação de um número exato para essas regiões no material original da investigação. O laudo menciona, ademais, a existência de outras lesões que foram identificadas pelos peritos, mas que não foram detalhadas pormenorizadamente na documentação consultada. Este panorama geral de múltiplos ferimentos reflete um quadro de agressão contínua ou exposição a condições altamente prejudiciais antes mesmo da fatalidade que se seguiu.

Com o inquérito policial agora finalizado e as provas técnicas consolidadas, o Ministério Público de São Paulo (MP-SP) tomou a iniciativa de formalizar uma denúncia judicial contra o tutor de ‘Gaúcho’. O acusado, que enfrentará um processo por maus-tratos a animais, terá de responder perante a Justiça por seus atos. A promotoria responsável pelo caso classificou publicamente o ocorrido como “cruel e covarde”, termos que demonstram a indignação da instituição com a brutalidade dos fatos. Esta qualificação, emitida por uma autoridade do Ministério Público, reforça a seriedade da imputação e a condenação social dos atos.

Contudo, a situação legal do tutor, Andrey Guilherme Nogueira de Queiroz, de 21 anos, permanece em um estado de limbo processual. Até a última atualização da reportagem original, a denúncia formalmente apresentada pelo Ministério Público de São Paulo ainda não havia sido avaliada pelo Poder Judiciário. Em decorrência dessa ausência de análise judicial e consequente determinação de medidas cautelares, o tutor do cavalo continua em liberdade, um aspecto que gera questionamentos e discussões sobre a celeridade e eficácia da Justiça em casos de crimes contra animais. A comunidade e ativistas pelos direitos animais acompanham o desenrolar do caso com grande expectativa, esperando uma resolução justa.

Laudo pericial detalha exaustão severa de cavalo Gaúcho antes de ser mutilado vivo em Bananal, SP - Imagem do artigo original

Imagem: g1.globo.com

Em investigações anteriores, o próprio tutor do cavalo, Andrey Guilherme Nogueira de Queiroz, já havia confessado ter realizado a mutilação do animal. No entanto, sua versão dos acontecimentos difere drasticamente do que foi apurado pela perícia. Queiroz alegou, em seu depoimento, que o cavalo já estava sem vida no momento em que ele procedeu com o corte das patas. Para justificar seus atos e o seu estado naquele momento, o acusado afirmou estar arrependido e disse que agiu sob o efeito de álcool, embriagado, e em um estado de transtorno emocional. Esta alegação será, sem dúvida, um ponto central da defesa, que buscará atenuar a responsabilidade do tutor ou justificar suas ações sob um prisma diferente das conclusões periciais.

A imprensa, buscando aprofundar os fatos e garantir o contraditório, tentou estabelecer contato com a defesa de Andrey na quinta-feira, dia 28 de agosto, a data em que a reportagem original foi publicada. Até o momento, o material informativo não continha manifestação de seu representante legal ou do próprio Andrey após a revelação do conteúdo detalhado do laudo. A inclusão dessa busca por posicionamento sublinha o empenho em cobrir todos os ângulos da notícia e fornecer ao público uma perspectiva completa e equilibrada do caso, dentro dos limites das informações disponíveis e dos fatos apurados.

A Polícia Civil de São Paulo iniciou a investigação deste trágico evento com base em denúncias de maus-tratos a um cavalo, o qual havia sido encontrado mutilado por um facão na zona rural de Bananal, confirmando a morte do animal. As primeiras informações indicavam que o tutor do equino teria sido o responsável por cortar as patas de ‘Gaúcho’ logo após uma cavalgada, no dia 16 de agosto. Essa denúncia inicial, veiculada e apurada, serviu como gatilho para a mobilização das autoridades e o início de um processo que viria a revelar a extensão da crueldade.

Após a significativa repercussão que o caso obteve, gerando clamor público, a polícia agiu com celeridade e, em 18 de agosto, procedeu com a oitiva de Andrey, o tutor do cavalo, e de uma testemunha que presenciou parte dos fatos. Os depoimentos foram cruciais para a reconstituição dos eventos. O boletim de ocorrência lavrado na ocasião contém o relato detalhado da testemunha. Ela informou que estava em uma cavalgada ao lado do tutor, cada um montado em um cavalo, quando ‘Gaúcho’, o cavalo branco, demonstrou sinais claros de cansaço, parou de andar e, em seguida, deitou-se no chão. Este foi o momento de inflexão, onde a sequência de eventos trágicos teve seu início visível.

O relato da testemunha, conforme o boletim de ocorrência, descreve uma cena perturbadora. Segundo a declaração, no instante em que o cavalo ‘Gaúcho’ se deitou exausto, o tutor, Andrey, dirigiu-se à testemunha com a frase: “se você tem coração, melhor não olhar”. Imediatamente após essa advertência sombria, Andrey retirou um facão que carregava preso à cintura. Com a arma branca em mãos, ele desferiu um golpe preciso e brutal na pata do animal, cortando-a. Diante da brutalidade da cena, a testemunha afirmou ter sentido um mal-estar profundo e optou por abandonar o local, deixando o tutor para trás e sem ter conhecimento do que ocorreria subsequentemente ao animal. Esse depoimento foi fundamental para embasar a confissão inicial de Andrey, ainda que suas versões sobre a condição vital do cavalo divergissem.

Apesar da confissão de Andrey e da contundência das evidências coletadas, inclusive do relato testemunhal e, posteriormente, do laudo pericial, nenhum mandado de prisão foi expedido contra o tutor do cavalo. O boletim de ocorrência também registra a versão de Andrey, que confirmou ter usado o facão para mutilar o animal, mas reafirmou sua alegação de que ‘Gaúcho’ já estava morto no momento da agressão. A divergência entre o depoimento do tutor e as conclusões técnico-científicas da perícia marca o principal ponto de embate no processo legal em andamento, enquanto a ausência de prisão no início do caso reflete o complexo cenário jurídico e processual. A Justiça ainda irá ponderar todas as evidências e depoimentos para determinar o desfecho desta grave acusação de maus-tratos, cuja principal base, o laudo pericial, atesta a condição de animal vivo e exausto no momento da mutilação. A sociedade, agora mais ciente dos detalhes brutais do caso, aguarda uma resolução que reafirme a proteção aos animais e a punição a atos de crueldade.

Com informações de g1.globo.com

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