A Justiça mantém prisão de suspeito em morte de personal trainer em Cuiabá. Nesta quarta-feira, 1º de novembro, a decisão judicial confirmou a prisão temporária de Vitor Hugo Oliveira da Silva, um motociclista investigado por suposto envolvimento no assassinato da personal trainer Rozeli da Costa Nunes. O veredito foi proferido durante uma audiência de custódia realizada na capital mato-grossense, consolidando os próximos passos de um caso que continua a impactar a comunidade local e reforçar a seriedade da apuração policial.
A resolução de manter Vitor Hugo sob custódia, conforme determinou o juiz Pierro de Faria Mendes, decorre de uma avaliação minuciosa das provas existentes e da ausência de fatos novos. Em sua deliberação, o magistrado afirmou que não foram apresentadas circunstâncias que justificassem a revogação da prisão, nem tampouco elementos suficientes para substituí-la por outras medidas cautelares menos restritivas. A continuidade da prisão temporária é vista como um passo essencial para o avanço das investigações, buscando esclarecer integralmente a participação de todos os indivíduos implicados neste grave crime que resultou na perda da vida de uma profissional da saúde e mãe de família.
Justiça mantém prisão de suspeito em morte de personal
As apurações preliminares, coordenadas pelo delegado Bruno Abreu, sugerem que Vitor Hugo Oliveira da Silva teria sido recompensado financeiramente e materialmente para auxiliar no planejamento e execução do assassinato. Segundo informações coletadas na fase investigativa, o suspeito teria recebido um aparelho celular e a quantia de R$ 500 do policial militar Raylton Mourão. Raylton é apontado como o mentor e executor principal do crime que vitimou a personal trainer. Um aspecto relevante para a investigação é que Vitor Hugo era ex-funcionário de Raylton Mourão, um elo que adiciona camadas à complexidade da rede de cumplicidade.
Confissão Parcial e a Versão do Envolvido
Durante seu depoimento à Polícia Civil, Vitor Hugo admitiu ter participado da ação que culminou na morte de Rozeli da Costa Nunes. No entanto, o motociclista argumentou que não tinha conhecimento prévio de que se tratava de um assassinato. Ele narrou que o policial militar o convocou na madrugada para uma “missão”, sem, contudo, oferecer detalhes sobre a natureza do serviço que deveria ser executado. Esta versão apresentada por Vitor Hugo é um dos pontos-chave que as autoridades buscam verificar com a complementação do inquérito e confronto com outras provas e depoimentos.
Em sua narrativa, Vitor Hugo detalhou o dia do crime, mencionando que Raylton Mourão conduziu o veículo até as proximidades da residência da vítima e, nos momentos que antecederam os disparos, circulou repetidamente pelo quarteirão. O suspeito alegou ter percebido a conduta de Raylton como “estranha”, mas afirmou que não questionou as razões daquelas manobras. A única instrução explícita que teria recebido foi para “emparelhar com o carro” de Rozeli. Foi apenas no exato momento em que Raylton Mourão efetuou os disparos contra a personal trainer que Vitor Hugo, segundo sua própria alegação, percebeu que a “missão” designada tratava-se de um premeditado homicídio.
Desdobramentos Após a Execução e Ocultação de Evidências
Depois de concretizado o assassinato, as informações apontam que Raylton Mourão deixou Vitor Hugo em um local previamente combinado na cidade e, na sequência, tomou providências para esconder a motocicleta que foi usada na investida criminosa, em uma área de mata. O veículo, de suma importância para a elucidação do modo operandi, pertencia a um terceiro indivíduo – um amigo do policial militar – que o teria emprestado a Raylton sem ter ciência da finalidade ilícita para a qual seria utilizado. A ocultação da moto é mais um elemento que a polícia investiga como parte do plano dos criminosos.
A Captura de Vitor Hugo e Seu Perfil
A prisão de Vitor Hugo Oliveira da Silva foi efetuada pela Polícia Rodoviária Federal (PRF), após a expedição de um mandado de prisão em seu nome. O suspeito foi detido enquanto utilizava um serviço de transporte por aplicativo, revelando sua tentativa de se locomover pela região. A investigação também levantou dados sobre a situação profissional de Vitor Hugo: ele atuava ocasionalmente com serviços gerais e, na época do crime, encontrava-se sem uma ocupação fixa. Esse cenário socioeconômico é um dos pontos que pode ter sido explorado na indução ao envolvimento no crime.
A Trágica Morte da Personal Trainer Rozeli Nunes
Rozeli da Costa Nunes, de 40 anos, foi brutalmente assassinada em 11 de setembro de 2023. A vítima foi atingida por cerca de seis tiros de arma de fogo enquanto estava dentro de seu próprio automóvel, no exato momento em que se preparava para sair de casa em direção ao trabalho. Rozeli era mãe de dois filhos, de 6 e 12 anos, e seu marido, caminhoneiro, estava a trabalho na cidade de Sorriso, localizada a aproximadamente 420 quilômetros de Cuiabá, quando o crime ocorreu. A comunidade, bem como a família, buscam por respostas e justiça para o ato de violência que encerrou prematuramente a vida de Rozeli.
A Trama da Investigação: Disputas e Motivação
A principal vertente investigativa traçada pela Polícia Civil indica que o assassinato de Rozeli da Costa Nunes teve como principal motivação uma intensa disputa judicial. Este embate, que vinha se arrastando, envolvia a própria personal trainer, o policial militar Raylton Mourão e sua esposa à época, Aline Kounz. A origem do litígio estaria relacionada a um acidente de trânsito ocorrido anteriormente. Embora inicialmente a esposa do policial, Aline Kounz, tivesse sua participação considerada, a polícia posteriormente a descartou de envolvimento direto no planejamento ou execução do crime, concentrando as ações investigativas sobre o PM Raylton.

Imagem: motociclista em movimento via g1.globo.com
Raylton Mourão confessou ser o autor do crime e, como consequência de sua confissão e do curso das investigações, ele permanece detido em um quartel militar, sob a vigilância das autoridades. Em 29 de outubro, os pais do policial militar foram ouvidos durante as oitivas conduzidas na fase de investigação, em um esforço para coletar o maior número de informações e compreender melhor a dinâmica e o ambiente familiar e social do acusado, visando contribuir para o delineamento de todas as nuances do caso.
Outros Incidentes e o Perfil de Raylton Mourão
A conduta do policial militar Raylton Mourão não é restrita ao caso da personal trainer Rozeli Nunes. Ele também é alvo de outra investigação por um crime distinto na região metropolitana da capital. No dia 11 de agosto de 2023, Raylton teria efetuado disparos de arma de fogo contra o portão de uma empresa. Esses antecedentes reforçam um histórico problemático e são analisados para compor um panorama completo do envolvimento do PM em atividades ilícitas e violentas.
A utilização de imagens de segurança se mostrou fundamental para a elucidação da cronologia dos eventos. Filmagens capturaram Raylton Mourão deixando sua residência, situada no Bairro São Simão, às 3h28 da madrugada do dia 11 de setembro, conduzindo uma motocicleta com características que coincidem com as do veículo empregado no assassinato da personal trainer. Mais tarde, às 4h08 do mesmo dia, aproximadamente quarenta minutos após a saída do PM de casa, câmeras flagraram dois homens em uma motocicleta circulando nas imediações da residência de Rozeli. Minutos depois, precisamente às 4h10, a dupla retorna ao mesmo ponto de monitoramento, o que alertou os investigadores.
O monitoramento intensivo da rotina da vítima ficou ainda mais nítido nas horas que antecederam o crime, entre 6h e 6h20 da manhã, quando os suspeitos foram vistos novamente circulando pela área, indicando um acompanhamento minucioso de Rozeli. A execução do ato criminoso ocorreu exatamente às 6h25, momento em que os autores fugiram rapidamente do local. Esta detalhada reconstituição da movimentação é uma prova cabal da premeditação do crime.
A audiência de custódia, rito processual que avalia a legalidade e a necessidade de uma prisão, teve a manutenção da custódia de Vitor Hugo Oliveira da Silva ratificada, ressaltando a solidez das evidências iniciais contra ele. É crucial destacar, conforme os procedimentos estabelecidos, que a decisão por sua manutenção foi tomada respeitando-se as diretrizes legais, como aquelas que podem ser compreendidas ao consultar o Conselho Nacional de Justiça. Os desdobramentos deste caso prometem continuar sob a atenção da opinião pública e da justiça, que busca clareza e punição aos responsáveis pela morte de Rozeli Nunes.
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Crédito da imagem: PRF / Reprodução
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