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Justiça gaúcha valida doações milionárias de Andressa Urach à Igreja Universal e nega pedido de anulação

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Em uma decisão judicial proferida no Rio Grande do Sul, a influenciadora Andressa Urach teve seu pedido de anulação das doações feitas à Igreja Universal do Reino de Deus negado. A sentença, publicada em 11 de agosto de 2025, validou as contribuições financeiras que a modelo realizou durante seu período como fiel da instituição religiosa. O veredicto partiu da 13ª Vara Cível de Porto Alegre, sob a titularidade da juíza Karen Rick Danilevicz Bertoncello.

A magistrada responsável pelo caso considerou que os repasses financeiros foram efetuados de maneira voluntária e consciente por Andressa Urach. Segundo a fundamentação da sentença, não foram apresentadas provas suficientes que demonstrassem qualquer tipo de coação ou vício de consentimento no momento das doações. Esta avaliação foi central para a determinação de que os atos não deveriam ser invalidados pela Justiça.

O Contencioso e as Alegações de Andressa Urach

A ação judicial movida por Andressa Urach buscava invalidar os valores significativos que, segundo ela, foram destinados à Igreja Universal. No processo, a influenciadora sustentava ter sido submetida a pressão de cunho moral e espiritual, que a teria levado a realizar as doações. Conforme as alegações da modelo, estas contribuições resultaram em sua ruína financeira e agravaram um estado emocional já fragilizado à época.

Documentos incorporados aos autos do processo indicam que Andressa Urach obteve a quantia de R$ 3,8 milhões proveniente dos direitos autorais de seu livro. Deste montante, ela afirmou ter doado aproximadamente R$ 2 milhões à Igreja Universal do Reino de Deus. Uma das teses apresentadas por sua defesa era a de que as doações teriam caracterizado uma doação universal, ou seja, a cessão de todos os seus bens, o que a deixaria sem meios de subsistência e tornaria os atos nulos.

Contrariamente a essa argumentação, a juíza Karen Rick Danilevicz Bertoncello analisou os valores declarados e concluiu que o montante restante na posse de Andressa Urach seria suficiente para garantir sua manutenção e subsistência. Tal conclusão afastou a tese de doação de todos os bens, crucial para a rejeição do pedido de anulação das contribuições.

A Defesa da Igreja Universal e a Posição Judicial

Por sua vez, a Igreja Universal do Reino de Deus, em sua defesa, refutou veementemente qualquer acusação de ter exercido pressão sobre a fiel. A instituição religiosa alegou que todas as doações são realizadas por livre e espontânea vontade dos fiéis, configurando-se como manifestações de fé expressas durante os cultos e em campanhas específicas promovidas pela igreja. A IURD manteve sua posição de que não houve qualquer irregularidade em seus procedimentos ou na aceitação das doações de Andressa Urach.

No desenrolar da sentença, a magistrada salientou diversos pontos que sustentaram a legalidade das doações. Além da ausência de comprovação de coação ou vício de consentimento, a juíza destacou a ativa participação de Andressa Urach na vida religiosa da Igreja Universal por um período superior a cinco anos. Durante esse tempo, a modelo não apenas frequentava a instituição, mas também atuou em funções como obreira e missionária, indicando um engajamento profundo e voluntário com os preceitos e as práticas da igreja.

A análise judicial abrangeu também outros pleitos da autora. Os pedidos de indenização por danos materiais e morais foram julgados improcedentes. A juíza entendeu que, sem a comprovação de um ato ilícito por parte da Igreja Universal, não havia base legal para conceder as reparações financeiras solicitadas. Além disso, uma acusação de litigância de má-fé, apresentada pela Igreja Universal contra Andressa Urach, também foi rejeitada pela 13ª Vara Cível.

Honorários e Possibilidade de Recurso

Com a proferição da decisão, Andressa Urach foi condenada ao pagamento de honorários advocatícios. O valor desses honorários foi estipulado em 10% sobre o montante atualizado da causa, seguindo os parâmetros processuais. É importante ressaltar que a sentença publicada em 11 de agosto de 2025 ainda não transitou em julgado, o que significa que cabe recurso por parte da influenciadora, permitindo que a questão seja reavaliada em instâncias superiores do sistema judiciário.

Os documentos dos autos do processo também registraram a linha temporal das doações realizadas. A primeira contribuição mencionada nos registros ocorreu em 20 de novembro de 2015. A última doação formalmente registrada teria sido feita em julho de 2019, período que antecedeu o desligamento oficial da influenciadora de sua ligação com a Igreja Universal.

A biografia de Andressa Urach, intitulada “Morri para Viver – Meu submundo de fama, drogas e prostituição”, lançada também em 2015, foi citada no processo por ser a fonte principal dos direitos autorais que compunham grande parte do patrimônio em questão. A obra literária detalha sua jornada pessoal, que incluiu a busca obsessiva por dinheiro e fama, revelações sobre os bastidores da prostituição, o enfrentamento de vícios em cirurgias plásticas, relacionamentos com personalidades públicas, uma experiência de quase morte e sua subsequente busca por redenção espiritual, fatores que contextualizam seu período de maior ligação com a igreja e as subsequentes doações.

A Repercussão e as Declarações Pós-Decisão

A decisão judicial provocou manifestações imediatas tanto por parte da defesa de Andressa Urach quanto da própria influenciadora. O advogado de Andressa expressou que a modelo “foi discriminada juridicamente por expressar sua opinião e seu modo de viver”.

A Nota da Defesa de Andressa Urach

Em nota formal, a defesa de Andressa Urach declarou a percepção de que o julgamento foi “totalmente injusto”. O advogado argumentou que ocorreram alterações no quadro de juízes do caso, destacando que a magistrada responsável pela instrução do processo foi substituída. Nesse sentido, informou que foram apresentados embargos de declaração, com a justificativa de que “vários pontos não foram avaliados” adequadamente pela corte. A sentença foi classificada pela defesa como “conservadora” e “destoante da realidade”.

A nota da defesa ainda reforçou a crença de que Andressa Urach sofreu discriminação em termos legais por ter expressado abertamente suas opiniões e seu estilo de vida. A equipe jurídica também levantou o fato da sucessão de juízes, sugerindo que isso poderia “sinalizar uma pulverização de responsabilidade de quem julga”. Adicionalmente, foi mencionado que o alcance de Andressa, como “formadora de opinião de milhões”, possivelmente influenciou o desfecho. O julgamento foi apontado como “religioso”, carente de neutralidade em relação às práticas da Igreja Universal que envolvem a cobrança de dízimos e a “influência discutíveis de doações a milhares de pessoas”. A defesa encerrou a nota afirmando que Andressa Urach representa a “única resistência contra a Igreja Universal” e que recorrerá “até o fim em prol da justiça com todos os recursos possíveis”.

O Pronunciamento de Andressa Urach nas Redes Sociais

Andressa Urach também se manifestou diretamente sobre o caso em suas redes sociais, dirigindo-se ao público que acompanhava seu processo. Iniciou seu pronunciamento chamando a atenção para a “troca de juízes”, enfatizando que vários magistrados diferentes haviam atuado em seu processo e considerando “não justo que a juíza que não acompanhou a audiência” fosse a responsável por proferir a decisão final, pois quem esteve presente saberia “muito melhor do que aconteceu”.

A influenciadora alegou ter apresentado testemunhas que corroboraram a existência de “prejuízo”, e expressou indignação por esse fato não ter sido “simplesmente ignorado” no processo. Outro ponto levantado por Andressa foi a ausência de “documento oficial” para as doações realizadas, questionando a justiça do país por não ter considerado esse aspecto relevante. Em uma fala incisiva, Urach declarou ser “voz para milhares de pessoas que também foram enganadas por essas instituições”, identificando as ações como “estelionato da fé” e prometendo “não se calar em relação a isso”.

Andressa Urach fez um apelo emocional, mencionando ter conseguido se “reerguer”, ao passo que “pessoas que se mataram após doarem tudo”. Reafirmou sua intenção de recorrer “por tudo isso”, prometendo “continuar recorrendo” e “lutar até o fim”, pois, em suas palavras, “todos sabem o que eu passei”. Agradeceu o apoio e carinho, e enfatizou que essa luta “não é só minha, mas também por tantas outras pessoas que já passaram pela mesma coisa”, declarando-se “corajosa” e disposta a “enfrentar quem for” em nome da justiça. Finalizou seu pronunciamento expressando a esperança de que existam “deputados que criem leis para proteger pessoas como eu, que são enganadas pelo estelionato da fé”.

Diante do cenário, a controvérsia judicial entre Andressa Urach e a Igreja Universal do Reino de Deus persiste, com a decisão da primeira instância consolidando a validade das doações, mas enfrentando a intenção declarada da influenciadora e sua defesa de recorrer a esferas superiores para reverter o resultado.

Com informações de G1 RS

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