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Justiça Avalia TikTok sobre Desafios Perigosos e Banimento

Justiça Avalia TikTok sobre Desafios Perigosos e Banimento é o foco de uma disputa que pode redefinir os limites do conteúdo de humor nas redes sociais. A controvérsia envolve o TikTok, uma das plataformas mais influentes do mundo, e o grupo de comédia La Fênix, cuja performance de “desafios” se tornou viral, mas também levantou […]

Justiça Avalia TikTok sobre Desafios Perigosos e Banimento é o foco de uma disputa que pode redefinir os limites do conteúdo de humor nas redes sociais. A controvérsia envolve o TikTok, uma das plataformas mais influentes do mundo, e o grupo de comédia La Fênix, cuja performance de “desafios” se tornou viral, mas também levantou sérias questões sobre segurança e o bem-estar de seus milhões de seguidores, especialmente jovens.

Fundado há 21 anos com o propósito declarado de “impactar, inspirar e alegrar pessoas”, o La Fênix ganhou notoriedade por vídeos que retratam disputas físicas e desafios considerados de alto risco. Conteúdos como competir para ver quem suporta mais grampos no corpo – culminando em 250 grampos para o vencedor e 200 para o perdedor –, chutar bolas com arame farpado, mastigar cactos ou submeter-se a doses extremas de laxante, são exemplos da performance do grupo. Essas cenas, invariavelmente, são acompanhadas de risos e aparente descontração entre os participantes, gerando uma complexa discussão sobre o que constitui humor e onde começa a irresponsabilidade.

Justiça Avalia TikTok sobre Desafios Perigosos e Banimento

Nos próximos dias, a Justiça de São Paulo proferirá uma decisão crucial sobre se o TikTok é obrigado a restabelecer o perfil do La Fênix em sua plataforma, conforme reivindicado pelo grupo, ou se tem o direito de manter o banimento que impôs no final do ano anterior. O centro da argumentação judicial reside na interpretação dos “desafios perigosos” e seus potenciais impactos na audiência. Esta decisão terá reverberações não apenas para o La Fênix e o TikTok, mas para criadores de conteúdo e plataformas digitais em geral.

O Controverso Estilo do La Fênix: Humor ou Incitação ao Risco?

Os vídeos do La Fênix que geraram o impasse com a plataforma chinesa exibem cenas de risco explícito. Além das disputas com grampeadores profissionais, o grupo apresenta atividades como o consumo de um pedaço de cacto e o ato de martelar um objeto pontiagudo na unha de um dos membros, sempre com uma atmosfera de brincadeira. Em outra gravação anexada aos autos do processo, integrantes competem para ver quem consegue caminhar sobre um latão de lixo rolante. Aqueles que perdem o equilíbrio recebem como “punição” um jato de tinta no rosto, um balde de farinha na cabeça ou, em casos mais polêmicos, um chute na região escrotal, protegida apenas por uma bexiga de aniversário. Para o La Fênix, todo o conteúdo é exibido em um contexto de ficção e humor performático, com a intenção exclusiva de entretenimento e sem a finalidade de induzir qualquer pessoa a replicar as ações.

A Posição do TikTok Pelo Banimento

Em sua defesa perante a Justiça, o TikTok afirmou que o banimento do La Fênix ocorreu por grave violação de suas diretrizes internas. A plataforma sustentou que o grupo promove a divulgação de “atividades e desafios perigosos” que carregam o risco de inspirar seguidores, principalmente jovens, a imitá-los, resultando em possíveis danos físicos. A empresa ressaltou seu compromisso intransigente com a “segurança e o bem-estar dos jovens”, categorizando o tipo de conteúdo do La Fênix como estritamente proibido em suas políticas. A alegação central do TikTok é que, apesar da autodescrição como um grupo de amigos engajado em “sorrisos e boas risadas”, a realidade dos vídeos é “majoritariamente relacionada a desafios perigosos” e “castigos físicos que podem ser prejudiciais à saúde”, mencionando especificamente o ato de aplicar corretivo líquido nos dentes.

A Defesa do La Fênix: Liberdade de Expressão e Meio de Vida

Por outro lado, o La Fênix acionou a Bytdance Brasil, proprietária do TikTok, contestando a decisão de banimento. O grupo argumenta que a medida foi “arbitrária, abrupta e injustificada”, causando-lhe uma “situação extremamente vexatória” e provocando a perda de credibilidade junto a seus mais de 774,7 mil seguidores e 6,6 milhões de curtidas, além de afetar diretamente patrocinadores. Para o La Fênix, que afirmou ter sido “tolhido de sua única fonte de renda” pelo banimento, não houve publicação de conteúdo infrator. O grupo interpreta a exclusão como uma forma de censura prévia e uma violação explícita de seus direitos fundamentais à liberdade de expressão. Insiste que seus atos são performáticos e que “é incompatível com a lógica e o senso comum admitir que qualquer pessoa, em plena consciência, publicaria, de forma deliberada, conteúdos capazes de colocar em risco sua própria integridade física ou saúde com o mero intuito de obter engajamento digital”. Adicionalmente, comparou a acusação de incitar condutas perigosas à atribuição a filmes de ação da responsabilidade por atos cometidos por quem desconsidera o contexto fictício. Tanto o La Fênix quanto seu advogado, assim como a defesa do TikTok, não se manifestaram quando procurados.

O Legado dos Desafios Perigosos na Era Digital

O fenômeno das “brincadeiras perigosas” não é inédito, remetendo a programas televisivos como o americano “Jackass”, exibido nos anos 2000 pela MTV. No entanto, a era da internet e das redes sociais amplificou exponencialmente o alcance e a popularidade desse tipo de conteúdo, tornando-o facilmente acessível a um público vasto, incluindo crianças e adolescentes, com os debates sobre os limites da liberdade de expressão cada vez mais pertinentes. O que diferencia a era digital é a capacidade de viralização e a lógica da monetização, que muitas vezes incentiva a criação de conteúdo cada vez mais audacioso para gerar engajamento e lucros.

Advertências de Especialistas e o Risco de Reprodução

As psicólogas Luísa Freire Miranda e Luciana Lobo Miranda, em artigo publicado na Revista de Psicologia da Universidade Federal do Ceará, alertam para a disponibilidade irrestrita de vídeos contendo brincadeiras e **desafios perigosos**. Elas frisam que “crianças e jovens acessam livremente esses conteúdos e, muitas vezes, reproduzem em casa ou na escola aquilo a que assistiram”. Como exemplo alarmante, elas citam o vídeo “Colocando a mão no formigueiro”, do youtuber Everson Zoio, de dezembro de 2014, onde o influenciador deixa a mão sobre um formigueiro por cerca de 20 segundos. Na ocasião da publicação do artigo das psicólogas, o vídeo já contava com 17,9 milhões de visualizações e, hoje, atinge a marca impressionante de 24 milhões de acessos, com as mãos e braços de Zoio inchados descritos por ele como “choquito”. As autoras enfatizam que a grande audiência desses vídeos os transforma em espaços atrativos para fins publicitários, consolidando uma “lógica de monetização de tais publicações” que perpetua o ciclo de desafios de risco.

Confira também: artigo especial sobre redatorprofissiona

A controvérsia entre o grupo La Fênix e o TikTok evidencia um debate complexo entre a liberdade criativa e a responsabilidade social das plataformas digitais. A iminente decisão da Justiça paulista sobre a exibição de conteúdos com **desafios perigosos** será um marco importante na discussão sobre a regulação do que é permitido e incentivado no ambiente online. Para continuar aprofundando sobre os impactos da regulação de plataformas digitais, acompanhe nossa editoria de Análises.

Crédito da imagem: Reprodução/TikTok

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