A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) concluiu, na quarta-feira (3), o segundo dia do **julgamento da trama golpista**, concentrando-se nas sustentações orais das defesas de importantes réus do processo, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o ex-ministro Walter Braga Netto. A sessão foi marcada por um ritmo intenso de trabalho dos ministros, acompanhamento detalhado dos argumentos apresentados e até um momento de leve descontração em plenário.
A dinâmica da sessão demonstrou a seriedade com que o caso está sendo tratado pelos integrantes da Corte. O ministro Alexandre de Moraes, relator do processo, foi visto dedicando-se diligentemente à leitura dos documentos. Ele tomava notas utilizando uma caneta, enquanto folheava as centenas de páginas em sua mesa, utilizando um marca-texto para destacar pontos cruciais nos documentos relacionados ao caso que se desenrola no Sistema judiciário brasileiro.
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### Acompanhamento Rigoroso dos Ministros e Defesa do Sistema Eleitoral
Outros membros da Primeira Turma também mantiveram uma atenção meticulosa aos procedimentos. O ministro Luiz Fux, por exemplo, também fez suas anotações durante cada manifestação relevante das defesas. Sua atuação em todas as etapas do processo, assumindo uma postura informal de revisor, sugere a possibilidade de apresentar uma divergência substancial em relação ao posicionamento de Moraes no decorrer do julgamento.
Os ministros Flávio Dino e Cármen Lúcia igualmente se mostraram atentos às falas dos advogados, interpondo perguntas pontuais sobre as sustentações. A ministra Cármen Lúcia, que preside o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), dedicou novamente partes de suas intervenções para reafirmar a integridade e a solidez do sistema eleitoral brasileiro, um dos pontos centrais da discussão levantada pelos fatos sob análise.
O plenário da Primeira Turma do Supremo apresentava um público visivelmente menor na quarta-feira, em comparação com a intensa presença observada no primeiro dia de audiência. A participação de parlamentares foi mais restrita, limitada a apenas três deputados da base governista: Lindbergh Farias (PT-RJ), Fernanda Melchionna (PSOL-RJ) e Orlando Silva (PCdoB-SP), que acompanhavam o desenrolar das argumentações.
### Ausência e Lesão de Réu Importante
O ex-ministro da Defesa Paulo Sérgio Nogueira, que havia comparecido ao Supremo na terça-feira (2) como único réu presente, optou por se ausentar nesta quarta. Sua decisão foi motivada pelo exaustivo e, segundo ele, pouco proveitoso primeiro dia. Atualmente, o general da reserva utiliza uma tipoia para imobilizar seu braço esquerdo, que foi lesionado em um acidente ocorrido durante uma partida de pingue-pongue com um de seus netos. Essa ausência ressalta as tensões e o impacto pessoal que o prolongado processo acarreta sobre os envolvidos.
O segundo dia do julgamento da trama golpista foi significativamente mais curto em duração do que o dia inicial. A sessão totalizou cerca de quatro horas de sustentações orais, durante as quais os advogados representaram as defesas de figuras como Augusto Heleno, Jair Bolsonaro, Paulo Sérgio Nogueira e Walter Braga Netto, que foram mencionados nos autos.
### Destaque para os Advogados de Defesa e Argumentos Centrais
A tribuna foi ocupada por advogados renomados e por novos talentos da área jurídica. Entre os defensores convocados para falar estavam Celso Vilardi e José Luis de Oliveira Lima, ambos com extensas carreiras e um histórico de atuação em casos de grande relevância perante o Supremo, incluindo o julgamento do Mensalão.
Outros profissionais também apresentaram seus argumentos. Matheus Milanez foi apontado como uma das principais revelações do julgamento, chamando a atenção pela qualidade de sua exposição. Também participaram Paulo Bueno Cunha e Andrew Fernandes, defensor de Paulo Sérgio Nogueira, cuja característica principal é a discrição em sua atuação.
A estratégia das defesas no segundo dia de **julgamento da trama golpista** focou em pontos específicos. Os advogados buscaram desconstruir os termos do acordo de delação premiada feito pelo tenente-coronel Mauro Cid, um elemento chave para a acusação. Além disso, as críticas se voltaram ao suposto cerceamento do exercício do direito de defesa, argumentando falhas procedimentais que teriam limitado a atuação dos defensores. Finalmente, houve um intenso debate sobre o mérito das acusações apresentadas pela Procuradoria-Geral da República (PGR), contestando diretamente a base fática e jurídica que fundamenta a ação penal.
### O Momento Inusitado da “Sogra” no Supremo
Em meio à seriedade dos debates jurídicos, um momento de inesperada leveza e humor chamou a atenção no plenário. Surpreendendo os presentes devido ao seu perfil mais reservado, Andrew Fernandes citou sua sogra durante a sustentação oral de seu cliente, gerando curiosidade e sorrisos.
Ele compartilhou uma observação:
> “Aqui eu me lembro da minha sogra. Minha sogra fala: Às vezes as palavras são como um punhal, uma arma: machucam e doem. E por que lembrei da minha querida sogra?”
A interrupção veio rapidamente do ministro Flávio Dino, que, curioso com a citação, expressou seu interesse. Em seguida, Alexandre de Moraes entrou na brincadeira, completando com um gracejo: “A sua sogra fala isso ou as palavras dela são um punhal?”. O breve, mas significativo, episódio de descontração persistiu até o final da sustentação oral de Andrew. Naquele momento, ele precisou colocar rapidamente o celular no silencioso, pois o aparelho havia tocado em cima do púlpito do Supremo. Dino, não perdendo a oportunidade, fez outro comentário divertido: “Não se esqueça de atender o telefone. Era sua sogra”.
Este episódio contrastou com a solenidade da Corte e marcou um dos pontos altos de interesse, aliviando momentaneamente a tensão da pauta em questão. O segundo dia do julgamento teve, de fato, um número menor de momentos considerados constrangedores ou gafes, em comparação com os incidentes observados na sessão anterior, realizada na terça-feira.
### Pós-Sessão e Expectativas para o Futuro
Após o encerramento da sessão, jornalistas e advogados se reuniram em uma das saídas do Supremo, tanto para realizar entrevistas quanto para pegar seus veículos e deixar o local. A poucos metros de distância, em um estacionamento público, um trompetista conhecido, Fabiano Leão, posicionou-se para tocar melodias emblemáticas, incluindo a “Marcha Fúnebre” e a música “Tá na Hora do Jair Já Ir Embora”. Leão tornou-se um personagem notável nas fases finais do processo contra Bolsonaro, fazendo aparições e tocando seu instrumento sempre que o ex-presidente concedia entrevistas ou quando o Supremo progredia em alguma fase da ação penal.
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O Supremo Tribunal Federal tem programado o retorno do **julgamento da trama golpista** para a próxima terça-feira, dia 9. Nesse dia, espera-se que o ministro Alexandre de Moraes apresente seu voto, inaugurando a fase de posicionamentos individuais dos ministros. Embora outros membros da Corte também possam proferir seus votos, a expectativa é que a sentença final, com a conclusão do julgamento, seja conhecida apenas na sexta-feira, dia 12. A antecipação por essa decisão continua sendo um ponto crucial no cenário político e jurídico do país.
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Fonte: Folha de S.Paulo (https://www1.folha.uol.com.br/poder/2025/09/ministros-tomam-notas-e-fazem-piada-sobre-sogra-no-2o-dia-de-julgamento-da-trama-golpista.shtml)

Imagem: www1.folha.uol.com.br
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