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Julgamento de Bolsonaro e Réus: Monitoramento Aponta Baixo Engajamento nas Redes Sociais

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Ainda que a atenção de parte da esfera política e popular se voltasse para as deliberações sobre o futuro de Jair Bolsonaro e outros sete réus, dados de monitoramento digital revelaram que o início do **julgamento de Bolsonaro** não atingiu o impacto esperado nas redes sociais, especialmente no que se refere ao engajamento de um público mais amplo. Iniciado na terça-feira, 2 de setembro, o processo que tem conclusão prevista para o dia 12 prometia reações intensas, especialmente diante da possibilidade de uma eventual prisão do ex-presidente em regime fechado.

Apesar das expectativas iniciais de um espetáculo midiático, o primeiro dia do julgamento se mostrou mais como um rito institucional denso e protocolar, conforme análises de monitoramento. As atenções que recaíam sobre as consequências do processo, que ainda podem gerar diversos desdobramentos até sua data final, encontraram um cenário de pouca viralização no ambiente digital.

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### As Primeiras Reações Digitais ao Julgamento do Ex-Presidente

No decorrer do primeiro dia de deliberações, a plataforma de monitoramento em tempo real Palver realizou uma análise detalhada de mais de 100 mil grupos públicos distribuídos em aplicativos como WhatsApp e Telegram. Essa varredura inicial indicou uma notável intensidade na atividade de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro. Nos dois dias subsequentes ao início do julgamento, uma fatia significativa, aproximadamente 60% das mensagens sobre o tema nos grupos de mensageria, expressava um tom favorável ao ex-mandatário.

As narrativas dominantes entre os usuários que demonstravam apoio a Jair Bolsonaro focavam principalmente na acusação de que o julgamento conduzido pelo Supremo Tribunal Federal (STF) teria uma natureza política e persecutória. Dentro dessa linha argumentativa, diversos usuários questionavam a legitimidade democrática do processo, fundamentando sua posição na expressiva representatividade eleitoral conquistada por Bolsonaro em pleitos anteriores. Frequentemente, as mensagens incorporavam a expressão “ditadura da toga” e direcionavam críticas contundentes ao ministro Alexandre de Moraes, reforçando uma visão de politização da justiça.

Essa mobilização digital, embora expressiva dentro dos grupos de mensageria, permaneceu restrita a um círculo mais engajado. O debate ficou predominantemente confinado a espaços digitais já voltados para discussões políticas, sejam grupos criados especificamente com esse propósito, ou comunidades de apoiadores de políticos de diferentes espectros ideológicos, da direita à esquerda. Para compreender o contexto amplo das discussões que envolvem o Poder Judiciário em processos de grande visibilidade, consulte nosso [guia sobre a trama golpista](https://seunomedeportal.com.br/tema-relacionado/julgamento-stf-trama-golpista “Entenda o julgamento do STF sobre a trama golpista”) e entenda as terminologias utilizadas.

### Narrativas Contrárias e o Papel do STF

Em contraposição às mensagens que apoiavam Bolsonaro, havia um segmento expressivo de aproximadamente um terço das comunicações sobre o tema nos aplicativos. Este grupo defendia a prisão do ex-presidente em regime fechado e era composto por aqueles favoráveis a uma punição rigorosa. A principal tese articulada por esses usuários ressaltava a necessidade de uma sanção exemplar para todos os réus. O objetivo seria, por meio de tal ação, demonstrar a inquestionável solidez das instituições democráticas brasileiras e reforçar o respeito à ordem jurídica.

Nesse campo de discussão, o Supremo Tribunal Federal era amplamente representado como o guardião essencial da Constituição. As mensagens que circulavam buscavam veementemente desqualificar qualquer tentativa de relativização ou minimização da participação do ex-presidente Bolsonaro nos fatos, referindo-se a eles consistentemente como uma “trama golpista”. Para este público, a corte desempenhava um papel central na garantia da estabilidade democrática e na punição de atos que pudessem abalá-la.

### Estratégias Digitais: Além do Processo Judicial

Para além das discussões estritamente focadas no andamento do julgamento, o monitoramento realizado pela Palver revelou um movimento paralelo de grande relevância. Foi identificada uma coordenação ativa para direcionar o engajamento do público em geral para os eventos planejados para 7 de setembro. Essa mudança estratégica indicava um desvio da atenção direta do processo judicial para uma convocação de mobilização em nível nacional.

A campanha, denominada “Reaja Brasil – O Brasil precisa de vc”, já havia sido utilizada em outras ocasiões para chamar manifestações populares. Em sua nova veiculação, observou-se a ampla disseminação de conteúdos audiovisuais. Para tal, vídeos e imagens eram produzidos com o auxílio de inteligência artificial, conferindo um apelo visual moderno e com potencial de viralização nos grupos de mensageria, onde eram capilarmente distribuídos.

Esses materiais não se limitavam apenas à divulgação online. A campanha previa a convocação para manifestações em diversas localidades do país, marcadas para o domingo seguinte, dia 7 de setembro. A estratégia de distribuição da campanha era meticulosamente segmentada por região, contando com a participação ativa de figuras políticas locais. Essa descentralização visava não apenas a um alcance mais amplo, mas também a reforçar o convite e personalizar o apelo aos participantes, dando voz a líderes e articuladores de direita em cada área específica.

### Dados do Monitoramento e o “Monotonia” Digital do Julgamento

Nos cinco dias que antecederam e englobaram o início do julgamento, o monitoramento da repercussão em aplicativos de mensagens realizado pela Palver indicou que as menções ao tema atingiram patamares significativos. No dia 2 de setembro, às 17h, foi registrado um pico de quase 2.000 mensagens a cada 100 mil, refletindo um momento de alta intensidade nas discussões online. Dessas mensagens registradas no pico, cerca de 70% expressavam uma posição desfavorável à condenação de Jair Bolsonaro, o que significa que se posicionavam a favor do ex-presidente em relação ao veredito.

Apesar da alta visibilidade e do volume de menções, o primeiro dia de **julgamento de Bolsonaro** revelou uma dualidade importante: a alta expectativa do público em contraste com a percepção de que o processo não se configurou como um “espetáculo” digital. Embora o engajamento tenha mostrado picos pontuais, especialmente durante a manhã e no meio da tarde, essa efervescência online rapidamente perdeu força. A razão para a perda de ímpeto foi atribuída ao tom das sessões, que se caracterizou por exposições eminentemente técnicas e formais, muitas vezes percebidas como monótonas pela audiência online em geral.

O ritmo intrinsecamente processual dos trabalhos, a rigidez e a formalidade inerentes à transmissão ao vivo e, de modo particular, o estilo mais acadêmico e técnico das falas proferidas, criaram barreiras significativas para a criação e proliferação de “cortes virais”. Esses pequenos fragmentos de vídeo ou trechos de fala, capazes de se espalhar rapidamente pelas redes, são elementos-chave para o engajamento na política digital. A ausência de material facilmente digerível e disseminável em massa restringiu consideravelmente a circulação espontânea de comentários e a interação em tempo real dos usuários. Dessa forma, em vez de se converter em um evento de alta ressonância e agitação nas mídias sociais, o início do julgamento consolidou-se como um denso rito institucional, rigorosamente protocolar e, em sua essência, resistente à lógica de viralização que comumente estrutura e impulsiona a política contemporânea no ambiente digital.

Em síntese, o **julgamento de Bolsonaro**, mesmo com o monitoramento intenso em grupos de mensageria e o elevado número de menções em momentos específicos, não conseguiu se traduzir em um amplo engajamento nas redes sociais no seu formato mais virais e de fácil assimilação. As discussões permaneceram restritas a grupos já engajados e a um nicho político mais ativo.

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O tom técnico e a formalidade processual limitaram sua capacidade de se transformar em um fenômeno de engajamento generalizado. Paralelamente, uma parte significativa da militância direcionou suas energias para convocar manifestações do 7 de setembro, sinalizando uma mudança de foco estratégico no ambiente digital.


Fonte: Folha de S.Paulo

Julgamento de Bolsonaro e Réus: Monitoramento Aponta Baixo Engajamento nas Redes Sociais - Imagem do artigo original

Imagem: www1.folha.uol.com.br

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