A investigação envolvendo o juiz federal Eduardo Appio por suspeita de furto de garrafas de champanhe em um supermercado de Blumenau (SC) foi oficialmente encaminhada ao Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4). A Polícia Civil de Santa Catarina (PCSC) remeteu o caso à instância superior devido à prerrogativa de foro do magistrado, que atuava na 18ª Vara de Curitiba (PR), mas mantém residência na cidade catarinense onde os incidentes teriam ocorrido.
Os indícios contra Appio foram formalizados ao TRF-4 por meio de um e-mail enviado pela PCSC na tarde de uma quinta-feira, dia 23 de novembro. A comunicação da polícia catarinense aponta para a possível autoria baseada em depoimentos de testemunhas presenciais e na análise de imagens de segurança, seguindo as diretrizes do artigo 108, inciso I, alínea “a” da Constituição Federal e da Lei Orgânica da Magistratura Nacional (LOMAN), que regem casos envolvendo juízes.
Juiz Federal Eduardo Appio Investigado por Furto de Champanhe
Eduardo Fernando Appio ganhou notoriedade em 2023 ao assumir processos da Operação Lava Jato. Contudo, seu envolvimento com a referida operação foi encerrado após seu afastamento determinado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que posteriormente culminou em sua transferência definitiva de função. Para mais informações sobre a carreira de Appio na Lava Jato e seu afastamento, confira a reportagem detalhada sobre o assunto publicada no g1. A nova investigação em Santa Catarina adiciona mais um capítulo à sua trajetória judicial.
Questionado sobre as alegações, o próprio magistrado se manifestou ao colunista Ânderson Silva, da NSC, descrevendo a situação como um “mal-entendido”. Ele afirmou veementemente que sempre arcou com todas as suas despesas e indicou que pretende iniciar ações de reparação legal. Em contrapartida, o advogado do juiz federal optou por não emitir qualquer declaração pública sobre o ocorrido. O Tribunal Regional Federal da 4ª Região, por sua vez, mantém o protocolo de não se pronunciar sobre apurações internas envolvendo juízes, citando o sigilo dos procedimentos.
A investigação foi desencadeada por um boletim de ocorrência registrado em 7 de outubro pelo supervisor de segurança do supermercado em questão. O documento detalha dois episódios distintos de furto de garrafas de bebida alcoólica, especificamente champanhe Moët. O primeiro teria acontecido em 20 de setembro de 2025, e o segundo, em 4 de outubro de 2025, com uma garrafa subtraída em cada data.
Conforme o registro policial, o suposto autor dos furtos foi descrito como um senhor com aproximadamente 72 anos, usuário de óculos, com estatura em torno de 1,76m. Após os delitos, o suspeito foi visto saindo do estabelecimento em um veículo Jeep Compass Longitude D, cuja placa foi detalhada no boletim de ocorrência. A consulta subsequente aos registros do carro revelou que o automóvel está em nome de Eduardo Appio, corroborando as suspeitas iniciais.
Inicialmente, a descrição física fornecida pelo supervisor não parecia coincidir completamente com a figura do juiz federal, o que levou a Polícia Civil a aprofundar as investigações. Contudo, após a identificação do veículo e outros indícios, as apurações avançaram até o ponto em que a prerrogativa de foro do juiz foi reconhecida. Consequentemente, os trabalhos policiais foram paralisados, e a continuidade da apuração agora depende das decisões e procedimentos que serão adotados pelo TRF-4.
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A remessa do caso para o TRF-4 marca uma nova fase na investigação do juiz federal Eduardo Appio, que agora passará a ser conduzida sob a jurisdição do tribunal. A expectativa recai sobre os próximos passos da corte para determinar o seguimento do inquérito diante das alegações e evidências coletadas. Continue acompanhando as últimas notícias e os desdobramentos de casos relevantes na editoria de Cidades em nosso portal, para se manter atualizado sobre segurança e justiça em todo o país.
Crédito da Imagem: Reprodução/Justiça Federal



