A jornada rumo à 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), que acontecerá em Belém, no Pará, mobiliza jovens talentos de todo o Brasil. Eloize Cáceres Duarte, uma estudante de 19 anos residente em Corumbá, Mato Grosso do Sul, está prestes a encarar uma verdadeira odisseia. Sua missão é representar o ecossistema do Pantanal Sul-Mato-Grossense neste que é o principal encontro global sobre clima, enfrentando mais de 20 horas de viagem, entre percursos rodoviários e uma série de conexões aéreas, para chegar ao destino final em 12 de novembro.
Este trajeto complexo não apenas simboliza o comprometimento da jovem com a pauta ambiental, mas também lança luz sobre os desafios da infraestrutura de transporte e aviação regional no Brasil, particularmente para aqueles que vivem em áreas distantes dos grandes centros urbanos. A empreitada de Eloize começa em Corumbá, com uma viagem de ônibus de seis horas até Campo Grande. Da capital sul-mato-grossense, ela iniciará a etapa aérea, composta por três voos sucessivos que farão escala em Brasília e Macapá, antes de aterrissar em Belém. “Eu farei uma autêntica romaria para alcançar a COP30”, brincou Eloize, referindo-se à extensão e à complexidade de sua rota.
Jovem Pantaneira Embarca em Longa Jornada Rumo à COP30
Apesar do longo tempo de deslocamento e da perspectiva de cansaço, a determinação de Eloize é inabalável, e ela enfatiza que a jornada será recompensada. Em suas palavras, “Cada momento da viagem representa um avanço para manifestar a potência do nosso bioma e o engajamento vital da juventude pantaneira.” Sua presença na conferência transcende um êxito individual; para a jovem ativista, ela configura uma responsabilidade e uma conquista coletiva que ressoa com a luta ambiental da sua região.
O roteiro detalhado de Eloize reflete a dimensão da travessia: em 10 de novembro, ela parte de Corumbá (MS) de ônibus às 16h, chegando a Campo Grande (MS) às 22h, totalizando seis horas. No dia seguinte, 11 de novembro, o primeiro voo decola de Campo Grande (MS) às 16h50, pousando em Brasília (DF) às 19h30, após uma hora e quarenta minutos de viagem. Ainda no mesmo dia, às 23h45, o segundo trecho parte de Brasília (DF) para Macapá (AP), com previsão de chegada em 12 de novembro, às 2h25, somando duas horas e quarenta minutos de voo. Por fim, de Macapá (AP), o último voo parte às 2h55, chegando a Belém (PA) às 3h55, uma hora de percurso aéreo. Esta sequência de voos e o deslocamento rodoviário ilustram os desafios inerentes à conectividade de regiões afastadas no Brasil.
Eloize Cáceres: A Voz do Pantanal na Conferência Mundial
Eloize Cáceres Duarte é um exemplo da nova geração de líderes ambientais brasileiros. Sua seleção para a COP30 veio após uma intensa participação na Plenária Preparatória das Juventudes dos Biomas, realizada em Campo Grande, Mato Grosso do Sul. O evento reuniu mais de cem jovens ativistas de diferentes regiões do país. Entre os representantes do Pantanal, Eloize alcançou a primeira colocação, garantindo uma das duas vagas destinadas ao bioma no importante encontro global.
Nascida e criada na cidade pantaneira de Corumbá, Eloize cresceu em meio às histórias de seu pai, um pescador, e aos ensinamentos de sua mãe, uma educadora. Aluna dedicada da rede pública de ensino, a jovem desenvolveu desde cedo um forte interesse pelas ciências e pelo ativismo ambiental. “Sendo negra, oriunda da escola pública, pesquisadora e genuinamente pantaneira, eu carrego e vivo essa representatividade a cada dia, e desejo que ela seja uma fonte de inspiração para que outros jovens possam trilhar caminhos semelhantes”, compartilhou.
Para a ativista, sua participação na conferência em Belém vai além de uma realização pessoal; ela carrega o peso e as expectativas de toda uma comunidade. “Eu levo comigo as narrativas da minha cidade, da minha família e a essência do Pantanal. É fundamental que a voz das comunidades pantaneiras seja ouvida e que demonstremos que a juventude local é capaz de fazer ciência, possuir representatividade e lutar incessantemente por um futuro que seja realmente sustentável”, afirmou. Durante a COP30, Eloize estará acompanhada de Maura, uma jovem de Cáceres, Mato Grosso, que também atuará na defesa e representação do bioma pantaneiro.
A Relevância da COP30 em Belém para o Cenário Climático Global
A escolha de Belém como sede da COP30 sinaliza um compromisso global com a Amazônia e os biomas brasileiros na luta contra as mudanças climáticas. A partir de 10 de novembro, a capital paraense se tornará palco para a circulação de mais de 50 mil participantes, provenientes de aproximadamente 200 países, ao longo de duas semanas dedicadas a negociações, exposições e debates. A agenda da conferência terá início com a cerimônia oficial de abertura, seguida pela adoção da pauta de trabalhos e a distribuição dos temas entre os diversos grupos de trabalho.

Imagem: que Belém foi escolhida para sediar a C via g1.globo.com
No que tange à transição energética, uma das pautas mais urgentes, o Brasil desempenhará um papel crucial, buscando consolidar um roteiro que estabeleça critérios claros e incentive sinais financeiros para impulsionar a mudança global. As discussões principais orbitarão em torno dos indicadores do Acordo Global de Geração (GGA) e da definição de metas concretas e verificáveis para triplicar os recursos voltados à ação climática até 2030. No espectro financeiro, um dos maiores desafios será a efetiva implementação do “Roteiro de Baku a Belém”, visando convertê-lo em compromissos palpáveis e passíveis de verificação internacional.
O Brasil, ao lado de outras nações, busca firmar um roteiro claro para a transição energética e discussões sobre o financiamento climático, um dos pontos-chave. A complexidade dessas negociações é crucial e pauta o caminho até a COP30, como destacado por fontes oficiais, refletindo a urgência global em ações ambientais. Para mais informações sobre as agendas e expectativas para futuras conferências climáticas e o envolvimento do governo brasileiro, você pode consultar as declarações conjuntas publicadas em portais governamentais.
A maratona de Eloize Cáceres Duarte é um lembrete do sacrifício e dedicação de jovens ativistas, mas também dos grandes desafios geográficos e logísticos para a representatividade em grandes eventos. Sua jornada reforça o chamado por um futuro mais sustentável e equitativo, onde todas as vozes possam ser ouvidas, especialmente as de quem vive em harmonia com os biomas ameaçados.
Confira também: Imoveis em Rio das Ostras
Acompanhe mais notícias e aprofunde seus conhecimentos sobre pautas globais, sustentabilidade e análises sobre o cenário ambiental do Brasil e do mundo. Para continuar acompanhando os desdobramentos de políticas ambientais, projetos sociais e iniciativas que buscam um futuro mais verde, convidamos você a explorar outras matérias na nossa editoria de Análises, onde oferecemos conteúdo exclusivo e aprofundado.
Crédito da imagem: Redes sociais/ Reprodução

