Em um ato de notável resiliência e foco, Clara Gazafi, uma jovem de 15 anos com leucemia que se prepara para prestar o vestibulinho do Cotuca enquanto submetida a intensivo tratamento no Centro Boldrini, em Campinas, almeja conquistar uma vaga no prestigiado colégio técnico da Unicamp. Residente de Indaiatuba, Clara enfrenta as adversidades de uma leucemia linfoblástica aguda, transformando sua luta contra a doença em um motor para alcançar seus objetivos acadêmicos. Sua jornada é um testemunho da força de vontade, mesmo em circunstâncias desafiadoras.
O diagnóstico da doença impactou inicialmente Clara com uma profunda sensação de paralisação, conforme ela mesma relata, afetando até mesmo a esperança de prosseguir com seu projeto de cursar o técnico em alimentos. No entanto, o curso dos acontecimentos tomou outro rumo quando Daniela de Aguiar, sua mãe, descobriu, através do portal do Cotuca, a possibilidade de estudantes internos realizarem exames e vestibulares em suas próprias instalações hospitalares. Esta revelação acendeu uma nova chama de esperança na adolescente. “Cogitei seriamente abandonar a ideia da prova devido às intensas dores que sentia, mas minha mãe foi incisiva em me incentivar a prosseguir”, compartilhou Clara, evidenciando o papel crucial de apoio familiar.
Com Leucemia, Jovem Faz Vestibulinho do Cotuca no Boldrini
A aplicação do vestibulinho está agendada para este domingo, dia 5, diretamente nas dependências do Centro Boldrini. Este procedimento excepcional é viabilizado por uma estrutura de apoio que inclui tanto os dedicados profissionais de saúde da unidade, garantindo o bem-estar da candidata, quanto um aplicador enviado especificamente pelo próprio colégio técnico da Unicamp, assegurando a conformidade e integridade do processo seletivo. A adaptação da prova para o ambiente hospitalar demonstra a flexibilidade e o compromisso das instituições envolvidas em apoiar a educação em situações adversas.
Diante da forte determinação da filha em realizar o processo seletivo, Daniela, munida da vontade de desvendar os procedimentos, dirigiu-se ao setor pedagógico do Centro Boldrini. Ali, buscou compreender detalhadamente a dinâmica para a realização de exames e processos seletivos dentro da estrutura hospitalar. Após obter as orientações necessárias, ela procedeu com a inscrição de Clara no processo seletivo do Colégio Técnico da Unicamp, descobrindo as especificações para uma prova especialmente adaptada ao ambiente do tratamento intensivo da adolescente.
Para a surpresa e alívio da mãe, o trâmite para a inscrição no Cotuca mostrou-se significativamente mais simplificado do que antecipara, um sentimento que se estendeu ao suporte oferecido pela equipe do hospital. “Clara chegou a me confidenciar que não pretendia mais realizar o exame, o que é um pensamento comum em momentos de grande dificuldade. Contudo, ao tomar conhecimento da viabilidade de ela prestar a prova no Boldrini, percebi o quanto tanto o Centro de Oncologia Pediátrica quanto o colégio técnico estavam preparados para este tipo de situação, uma realidade que nós, como família, nem sequer havíamos considerado”, narrou Daniela, sublinhando a eficiência e a prontidão das instituições.
No percurso de seu tratamento contra a doença, a jovem já atravessa o quarto ciclo de quimioterapia, com a perspectiva de finalizar sua jornada terapêutica após mais um ciclo. Este regime de tratamento teve seu início programado para março de 2025, indicando um longo e rigoroso caminho de recuperação que a adolescente vem percorrendo com notável bravura e perseverança, equilibrando a rotina de cuidados médicos com os compromissos escolares.
Desafios da Quimioterapia e Estudos em Paralelo
De acordo com Clara Gazafi, o grande entrave enfrentado em seu percurso educacional são os efeitos colaterais advindos da quimioterapia. “Conciliar os estudos com o tratamento é extremamente complexo, principalmente pela imprevisibilidade das reações do próprio corpo e pela incerteza quanto à manifestação das dores”, descreveu Clara, enfatizando a natureza desafiadora de manter o foco acadêmico em um cenário de constantes alterações físicas. É crucial reconhecer a importância do apoio psicológico e pedagógico para estudantes que, assim como Clara, enfrentam enfermidades de longa duração.
Imagem: g1.globo.com
A Arte como Refúgio Durante o Tratamento
Simultaneamente às sessões de quimioterapia e à dedicação aos estudos, Clara encontrou na arte um poderoso santuário para mitigar as dores físicas e emocionais que a leucemia impõe. Ela relata que o tratamento que se aproxima do fim provoca intensas e contínuas dores ósseas, com novas sensações desagradáveis surgindo em cada fase. “Quando a dor se intensifica, busco conforto na leitura, ouço música ou me dedico ao desenho. É uma forma de expressão que me oferece grande auxílio”, detalha a adolescente, demonstrando uma estratégia notável para enfrentar as adversidades no combate ao câncer. A prática artística tem sido cada vez mais reconhecida como uma ferramenta valiosa para pacientes que enfrentam doenças crônicas, oferecendo benefícios psicológicos e contribuindo para a qualidade de vida. Informações detalhadas sobre leucemia e outros tratamentos podem ser encontradas no portal do Instituto Nacional de Câncer (INCA).
A declaração de Clara de que “O que me dá forças é imaginar as possibilidades do futuro” ressoa como o pilar central de sua notável resiliência. Essa visão prospectiva a impulsiona, permitindo-lhe transpor as barreiras impostas pela doença e pelos tratamentos, mantendo acesa a esperança e o propósito de seguir adiante com seus sonhos acadêmicos e pessoais. Sua atitude demonstra que, mesmo frente a desafios monumentais, a projeção de um amanhã repleto de conquistas pode ser o mais potente incentivo à perseverança, inspirando todos ao seu redor.
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A história de Clara Gazafi simboliza a inabalável capacidade humana de superação, mesmo diante de um cenário complexo de saúde. Ao **prestar o vestibulinho do Cotuca com leucemia** dentro de um hospital, ela reitera que a determinação e o apoio familiar e institucional são fundamentais para a realização de sonhos. Para mais notícias e histórias que destacam a vida e os acontecimentos em nossas comunidades e cidades, continue acompanhando nossa editoria de Cidades.
Crédito da imagem: Bruna Azevedo / Arquivo pessoal
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