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Jovem Cearense Detido Injustamente por Assalto no Rio de Janeiro é Libertado Pela Justiça

** A Justiça Federal do Rio de Janeiro determinou a libertação de Yago Paiva, um cearense de 26 anos que havia sido detido sob acusação de participar de um assalto a um veículo dos Correios na capital fluminense. A decisão veio após a defesa do jovem apresentar provas contundentes de que, na data em que […]

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A Justiça Federal do Rio de Janeiro determinou a libertação de Yago Paiva, um cearense de 26 anos que havia sido detido sob acusação de participar de um assalto a um veículo dos Correios na capital fluminense. A decisão veio após a defesa do jovem apresentar provas contundentes de que, na data em que o crime ocorreu, Yago estava a mais de 2.500 quilômetros de distância, em Caucaia, Região Metropolitana de Fortaleza. Essa evidência de sua impossibilidade de envolvimento na ação criminosa foi considerada fundamental para o relaxamento do mandado de prisão preventiva.

Yago Paiva foi detido na última quarta-feira (27) pela Polícia Civil do Ceará, em cumprimento a um mandado expedido pela 2ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro. Após a prisão, ele foi levado para uma unidade prisional em Aquiraz, também no Ceará, onde permaneceu até a manhã desta terça-feira (2), quando foi finalmente posto em liberdade.

O caso de Yago Paiva se destaca entre outros **casos de detenção indevida** que mobilizam o sistema judiciário, expondo a fragilidade de acusações baseadas em informações incompletas ou fraudulentas. Sua libertação levanta importantes questões sobre os processos de investigação e a necessidade de verificação rigorosa das provas antes da aplicação de medidas privativas de liberdade. A família e os advogados de Yago lutaram incansavelmente para provar sua inocência, reunindo um volume significativo de evidências que desmantelaram a acusação inicial.

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### A Acusação e o Falso Vínculo com o Crime

O assalto em questão ocorreu no dia 10 de outubro de 2024, no bairro Bento Ribeiro, na cidade do Rio de Janeiro. De acordo com as informações do processo, o entregador dos Correios foi interceptado por criminosos que estavam em dois veículos e levaram diversas encomendas que estavam no carro oficial.

A principal, e aparentemente única, ligação de Yago com o caso apresentada no inquérito era um cadastro em um aplicativo de transporte. As investigações policiais conseguiram identificar um dos veículos utilizados na ação. Ao contatar a empresa Uber, os investigadores foram informados de que o carro estaria vinculado a uma conta no aplicativo. Foi nesse momento que os dados de Yago Paiva foram erroneamente associados à conta, a qual, posteriormente, mostrou fortes indícios de fraude. Este vínculo superficial, baseado em um cadastro supostamente fraudulento, foi a base para a emissão do mandado de prisão preventiva contra o jovem em janeiro deste ano.

No mandado, a Justiça chegou a afirmar que “a fotografia [de Yago] constante do Senatran [Secretaria Nacional de Trânsito] é similar à do sujeito que dirigia” o carro envolvido no assalto. Contudo, essa similaridade inicial foi colocada em xeque pelas provas apresentadas pela defesa, que demonstraram uma realidade completamente diferente, invalidando a premissa que levou à sua detenção.

### Evidências Incontestáveis e o Alibi Sólido

Desde o momento da prisão de Yago, a família se mobilizou intensamente para coletar e apresentar as provas que atestariam a inocência do jovem. O assalto no Rio de Janeiro aconteceu por volta das 13h30min do dia 10 de outubro de 2024. Neste exato dia, porém, Yago estava comprovadamente no Ceará.

Entre as provas decisivas, destaca-se o registro biométrico da academia que ele frequentava em Caucaia, onde ele esteve às 19h25min do mesmo dia 10 de outubro de 2024, após o horário do crime. Além do registro eletrônico, depoimentos de testemunhas corroboraram sua presença no local.

A família também ressaltou que Yago havia visitado o Rio de Janeiro apenas uma vez em sua vida, há mais de uma década, quando era adolescente e treinava em um time de futebol de base fluminense. Depois desse período, nunca mais retornou à capital carioca.

Outros elementos que fragilizaram a acusação incluem:

* **Perda da CNH:** Em abril de 2024, meses antes do assalto, Yago havia perdido sua Carteira Nacional de Habilitação (CNH).
* **Fraude na Uber:** Em janeiro de 2025, ao tentar criar uma conta para trabalhar pela plataforma Uber, ele foi notificado de que seus dados já haviam sido usados em uma atividade fraudulenta e que a pessoa associada a essa conta havia sido banida. Um e-mail da própria Uber anexado ao processo comprovou essa ocorrência, indicando o uso indevido das informações de Yago por terceiros.

A comparação da fotografia de um dos suspeitos do crime, fornecida pela própria investigação, também revelou uma disparidade crucial. A juíza Maria Isadora Tiveron Frizão pontuou, em seu despacho pela soltura, que o verdadeiro autor do crime possuía o braço esquerdo totalmente coberto por tatuagens, uma característica inexistente em Yago Paiva, que não possui tatuagem alguma. Esta observação gráfica forneceu uma evidência visual forte da não autoria de Yago.

### A Decisão Judicial e o Caminho Para a Liberdade

Após uma análise minuciosa das provas apresentadas pela defesa, a 2ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro reconsiderou o mandado de prisão. No despacho emitido na tarde da segunda-feira (1), a juíza Frizão destacou a discrepância geográfica e a fragilidade das provas que ligavam Yago ao crime.

Em citação direta do despacho, a magistrada salientou a impossibilidade do deslocamento em tão curto espaço de tempo:
> “Conforme a hipótese acusatória, o delito teria se sucedido por volta de 13h30min do dia 10 de outubro de 2024, o que evidencia, à luz da dinâmica necessária ao deslocamento entre as longínquas cidades de Caucaia/CE e Bento Ribeiro/RJ, a impossibilidade de ser o preso um dos agentes responsáveis pela empreitada criminosa.”

A juíza também chamou a atenção para as inconsistências nos dados fornecidos pela Uber inicialmente, incluindo o fato de que o número de celular vinculado à conta fraudulenta não pertencia a Yago. Concluindo a análise, a magistrada reforçou: “Diante do plexo de circunstâncias e elementos angariados, inarredável concluir pela inexistência da prova de autoria e, logo, pela ilegalidade da prisão preventiva”.

### Impacto na Vida de Yago e a Luta por Reparação

A prisão de Yago Paiva ocorreu momentos antes de ele iniciar uma nova fase profissional. Na manhã da última quarta-feira (27), ele havia deixado a documentação necessária na Prefeitura de Caucaia para formalizar sua contratação como porteiro na administração municipal, com previsão de começar a trabalhar no dia seguinte. Contudo, à tarde, a Polícia Civil chegou à sua residência com o mandado de prisão.

Glailson Paiva, pai de Yago, relatou a surpresa e o choque da família com a acusação: “Ele achou que ia na delegacia mais rápido e ia voltar. E aí teve essa surpresa de ter um assalto lá no Rio de Janeiro no dia 10 de outubro de 2024, sendo que ele tava aqui. Com 15 anos de idade que ele esteve no Rio de Janeiro, depois disso não voltou mais”. Yago expressou preocupação em perder o emprego recém-conquistado, em um áudio enviado à família, clamando por ajuda. Felizmente, ao ser libertado, foi informado de que seu emprego estava garantido.

A advogada Lívia Xavier, que representou Yago Paiva, classificou a decisão pela soltura como resultado de uma “criteriosa análise dos autos”, que demonstrou a “ausência de fundamentos que justificassem a manutenção da custódia cautelar”. Ela ressaltou que foram constatados “a inexistência de elementos probatórios mínimos que pudessem vincular o Sr. Paiva à prática do delito investigado, circunstância que tornava ilegal a manutenção de sua prisão preventiva”. Embora solto, Yago permanece formalmente vinculado ao processo, e a defesa espera que as próximas etapas resultem na total desvinculação de seu nome. “A própria decisão evidencia a fragilidade da imputação [do crime], ao consignar que a autoria não lhe pode ser atribuída com segurança”, afirmou a advogada.

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O advogado Marcos Vasconcelos, também atuante no caso, acompanhou Yago na saída do presídio. Ele enfatizou o drama vivido pelo jovem: “É algo que a gente não deseja que aconteça nem com nosso inimigo. Um erro causado por uma investigação que, de certo modo, não foi conduzida com uma clareza que devia ser causou todo esse transtorno na vida de um rapaz que sempre viveu para a família, um jogador de futebol promissor, que estava se preparando para trabalhar quando recebeu essa visita da polícia com um mandado de prisão de um fato que jamais cometeu”. A equipe jurídica de Yago agora discutirá com a família os próximos passos, incluindo a possibilidade de buscar reparação pelos danos sofridos e o procedimento para que o nome dele seja totalmente retirado do processo. A saga de Yago Paiva sublinha a importância da defesa jurídica atenta e do rigor investigativo para evitar prisões injustas e garantir que a justiça seja efetivamente servida.

Com informações de G1 Ceará

Jovem Cearense Detido Injustamente por Assalto no Rio de Janeiro é Libertado Pela Justiça - Imagem do artigo original

Imagem: g1.globo.com

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