A jornada da Shopper no varejo digital representa um exemplo notável de crescimento impulsionado por visão e persistência. Fundada em 2015 por Bruna Vaz e Fábio Rodas, a empresa nasceu com um propósito audacioso: revolucionar o modo como os brasileiros realizam suas compras de supermercado. Desde um modesto investimento inicial de R$28 mil e um escritório improvisado, a plataforma escalou para se tornar um dos principais nomes do supermercado online no país, com uma meta ambiciosa de alcançar R$2 bilhões em receita nos próximos anos.
Os fundadores da Shopper, Bruna Vaz e Fábio Rodas, cultivaram o espírito empreendedor durante o período universitário no Insper, enquanto colaboravam em um projeto social focado na distribuição de óculos para crianças em vulnerabilidade. Essa experiência prática os ensinou sobre a importância de empreender com um propósito claro e uma execução impecável, fundamentando a filosofia que guiaria a Shopper anos mais tarde. Segundo Bruna, foi uma aprendizagem orgânica do que significava empreender, passando dois anos realizando diversas atividades, desde a captação de recursos até o entendimento operacional básico, preparando o terreno para futuros desafios.
Jornada Shopper: De R$28 Mil a Bilhões no Varejo Digital
Em 2015, quando o setor de e-commerce de alimentos no Brasil ainda estava em seus estágios iniciais, Bruna e Fábio lançaram a Shopper. A empresa adotou um modelo inovador focado em compras recorrentes e otimização operacional, diferenciando-se dos competidores. Fábio Rodas destacou que a motivação não foi a falta de um item doméstico, mas sim a percepção de uma oportunidade significativa de empregar a tecnologia para diminuir custos e oferecer maior conveniência aos consumidores. Essa visão estratégica se tornou a pedra angular do sucesso da plataforma.
Os Primeiros Passos e a Austeridade como Princípio
O início da Shopper foi marcado pela criatividade e pela necessidade de otimizar cada recurso disponível. Fábio Rodas recorda o improviso de “portas de caçamba como mesa” no escritório, um reflexo do capital limitado. Nos meses iniciais, a equipe chegou a criar um site falso com o objetivo de verificar o interesse do público no modelo de serviço proposto. A resposta positiva dos potenciais clientes confirmou a viabilidade da ideia e impulsionou os fundadores para a busca de financiamento para escalar as operações.
Com a ausência de capital de investidores em um primeiro momento, os empreendedores recorreram a estratégias de baixo custo, como panfletar em feiras aos fins de semana e realizar as entregas durante a semana. Essa fase de “dinheiro difícil” solidificou uma cultura de austeridade, que, segundo Fábio, permanece viva e é um pilar da empresa até hoje. O obstáculo inicial na obtenção de recursos de investimento, que resultou em diversas negativas de fundos, paradoxalmente forçou a empresa a operar com máxima eficiência, moldando seu DNA organizacional e incentivando a busca incessante por soluções inteligentes e de baixo custo.
Captação de Investimento e Consolidação Estratégica
Apesar das recusas iniciais de praticamente todos os fundos de investimento contatados, o cenário começou a mudar significativamente em 2019. Foi nesse período que o fundo soberano de Singapura, conhecido como GIC (Government of Singapore Investment Corporation), reconheceu o potencial da Shopper, investindo na empresa. Paralelamente, figuras influentes do mercado, como o ex-CEO da Renner, José Galló, e a Minerva Foods, também integraram o quadro de investidores. Recentemente, a iFood consolidou sua posição como investidora estratégica, um movimento que sublinha a relevância e o potencial da Shopper no cenário do varejo digital.
Bruna Vaz e Fábio Rodas participaram do renomado programa “Do Zero ao Topo”, onde detalharam essa complexa trajetória da Shopper, os investimentos recebidos e o objetivo de atingir a marca de R$2 bilhões em receita nos próximos anos. A discussão abordou os desafios de captação e como a resiliência foi crucial para transformar as recusas iniciais em um catalisador para a eficiência operacional da empresa. Essas contribuições foram cruciais para a consolidação da empresa como uma potência no setor.
Crescimento Exponencial e a Importância do Básico Bem Feito
Atualmente, a Shopper expandiu suas operações para atender mais de 130 cidades em território nacional. Sua força de trabalho ultrapassa os 2 mil funcionários, e a plataforma disponibiliza um catálogo com mais de 12 mil produtos, volume que supera o sortimento de um supermercado convencional. Contudo, Bruna Vaz reitera que, apesar do crescimento e da escala impressionantes, a essência do sucesso reside em princípios fundamentais. A co-fundadora enfatiza que “fazer o básico bem feito”, como assegurar que o cliente receba seu pedido na data combinada e sem intercorrências, é o que realmente fideliza e encanta a base de consumidores. Essa abordagem simples, mas rigorosa, tem sido crucial para a construção de uma base sólida e a reputação da empresa no mercado.
Detalhes adicionais sobre a história da Shopper e suas projeções futuras estão disponíveis no episódio completo do programa “Do Zero ao Topo”. A produção pode ser acessada tanto em formato de vídeo, no canal do YouTube da iniciativa, quanto em áudio, através dos principais agregadores de podcasts, como Apple Podcasts, Spotify, Deezer, Spreaker, Castbox e Amazon Music. Este programa, uma realização do InfoMoney, dedica-se semanalmente a narrar as trajetórias de proeminentes figuras do mercado brasileiro, revelando os desafios enfrentados e as estratégias adotadas na edificação de seus empreendimentos.
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A trajetória da Shopper, marcada pela resiliência e inovação, continua a inspirar. De uma pequena ideia a um gigante do varejo digital, sua história é um testemunho do potencial empreendedor brasileiro. Para se manter atualizado sobre outras histórias de sucesso, análises de mercado e as últimas tendências no mundo dos negócios, explore mais artigos na nossa editoria de Economia e acompanhe as novidades.
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