TÍTULO: Jesper Brodin, ex-CEO Ikea, candidato a liderar Acnur
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META DESCRIÇÃO: Ex-CEO da Ikea, Jesper Brodin, é o candidato sueco para chefiar o Acnur. Descubra como sua experiência corporativa pode influenciar a maior organização de refugiados.
A possível nomeação do executivo Jesper Brodin, que deixa o cargo de CEO da gigante de móveis e decoração sueca Ikea, para chefiar o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur), representa uma movimentação rara no cenário internacional. A indicação, anunciada pelo governo sueco na última segunda-feira, propõe um gestor com ampla vivência corporativa para uma das principais organizações humanitárias globais.
Se selecionado para a função, a transição de Brodin do comando de uma empresa com forte atuação global, como a Ikea, para uma instituição multilateral da ONU marcaria um precedente pouco comum. Geralmente, cargos de liderança nas Nações Unidas são ocupados por diplomatas de carreira ou figuras políticas, com pouca representatividade do setor privado.
Jesper Brodin, ex-CEO Ikea, candidato a liderar Acnur
A expertise de Brodin em gerir grandes operações e processos em escala mundial, notadamente com a popularização de produtos como as prateleiras Kallex e as poltronas Poang, é vista como um diferencial. Em entrevista à Fortune, Brodin expressou surpresa com a indicação, mas afirmou: “Mas com minha experiência global liderando a Ikea em mais de 40 países, acredito que posso trazer experiência e liderança valiosas para a ONU.”
O Ministério das Relações Exteriores sueco enfatizou essa justificativa, declarando em comunicado que “o sistema da ONU seria fortalecido por uma pessoa com experiência em negócios, especialmente dados os grandes desafios que a ONU enfrenta agora.” A percepção é que, em um momento de desafios orçamentários e necessidade de otimização de recursos, a mentalidade empresarial pode ser um ativo crucial.
O objetivo central do Acnur é salvaguardar indivíduos compelidos a deixar seus países, oferecer socorro imediato durante crises e auxiliar os deslocados a encontrar um lar. Nesse contexto, a bagagem de Brodin em estratégias de custo-benefício e gestão de grandes cadeias produtivas e logísticas, aspectos presentes em sua carreira na Ikea, poderia ser determinante para uma gestão eficiente dos desafios enfrentados pela agência de refugiados.
Embora figuras empresariais como Donald Trump nos EUA ou Silvio Berlusconi na Itália tenham feito a transição para a política nacional, a movimentação de Brodin para a liderança de uma grande instituição da ONU é praticamente inédita. O caso mais próximo, Alexander De Croo, atual chefe do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, iniciou sua trajetória no Boston Consulting Group, antes de ingressar na política belga, seguindo os passos de seu pai, e se tornar primeiro-ministro. Contudo, De Croo já estava na política antes de assumir seu posto na ONU.
A visão de Brodin na Ikea, focada em “criar um melhor dia a dia para a maioria das pessoas”, se alinha à missão do Acnur. Sob sua direção, a Ikea colaborou em diversos empreendimentos globais da ONU e do Acnur. Isso engloba um programa de qualificação e capacitação que beneficiou mais de 3.700 refugiados e a criação de oportunidades de emprego direto pelo setor de varejo da Ikea para refugiados da Síria e, mais recentemente, da Ucrânia, conforme detalhado por Brodin. Ele deixará a posição de CEO da empresa em novembro.

Imagem: Chris Ratcliffe via infomoney.com.br
A organização, em crise e enfrentando escassez de recursos, teve seus desafios intensificados por cortes de financiamento. Nesse contexto, o histórico de Brodin em otimizar custos e recursos na Ikea pode ser um verdadeiro diferencial caso ele seja nomeado. A própria agência de refugiados da ONU já anunciou que reduziria seus gastos em um quinto devido a esses cortes, evidenciando a urgência por uma gestão mais eficiente.
A decisão final sobre o novo chefe do Acnur caberá ao Secretário-Geral da ONU, ainda neste ano. Após a escolha, o nome selecionado será encaminhado aos Estados-Membros para confirmação. A experiência comprovada de Jesper Brodin em otimizar custos e recursos dentro da Ikea é, portanto, um fator de grande peso em sua candidatura.
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Em suma, a possível chegada de Jesper Brodin ao comando do Acnur sinaliza uma nova fase para as Nações Unidas, explorando uma abordagem mais orientada para negócios em um contexto humanitário complexo. Para mais notícias e análises sobre o impacto da economia e da gestão global, continue acompanhando nossa editoria de Economia.
Crédito da imagem: 2025 Fortune Media IP Limited
