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Centenários no Japão atingem marca histórica; 88% são mulheres

O número de centenários no Japão atingiu um patamar sem precedentes, conforme anunciou o governo japonês. O país registrou quase 100 mil indivíduos com 100 anos ou mais, solidificando sua posição como líder global em longevidade. Essa é a quinquagésima quinta vez consecutiva que o Japão quebra seu próprio recorde, um feito notável na demografia […]

O número de centenários no Japão atingiu um patamar sem precedentes, conforme anunciou o governo japonês. O país registrou quase 100 mil indivíduos com 100 anos ou mais, solidificando sua posição como líder global em longevidade. Essa é a quinquagésima quinta vez consecutiva que o Japão quebra seu próprio recorde, um feito notável na demografia mundial.

Na sexta-feira (12), o Ministério da Saúde japonês confirmou a existência de 99.763 pessoas com um século de vida ou mais. A composição dessa população centenária revela uma predominância marcante do sexo feminino: impressionantes 88% desse total são mulheres. Essa estatística sublinha um aspecto intrigante da expectativa de vida japonesa, já a mais alta do mundo.

Centenários no Japão atingem marca histórica; 88% são mulheres

A nação asiática frequentemente figura com a pessoa mais velha do planeta entre seus cidadãos, embora existam debates acadêmicos sobre a precisão dos registros de longevidade globalmente. No cenário doméstico, os japoneses representam uma das sociedades que envelhecem mais rapidamente. Atualmente, a pessoa mais longeva residente no Japão é Shigeko Kagawa, uma mulher de 114 anos da cidade de Nara. Entre os homens, o mais idoso é Kiyotaka Mizuno, com 111 anos, morador da costeira Iwata. O ministro da Saúde, Takamaro Fukoka, congratulou os 87.784 homens e 11.979 mulheres centenários, expressando apreço por suas contribuições sociais ao longo das décadas.

Anualmente, as estatísticas sobre os cidadãos mais idosos são divulgadas em observância ao Dia do Idoso, celebrado em 15 de setembro. Nessa ocasião, os novos centenários recebem uma missiva de congratulações e uma caneca de prata, obsequiados pelo primeiro-ministro. Este ano, 52.310 indivíduos foram agraciados com essas honrarias, segundo informações do ministério responsável.

Evolução Histórica da Longevidade no Japão

O crescimento exponencial da população centenária japonesa é um fenômeno relativamente recente. Na década de 1960, o Japão era o país do G7 com a menor proporção de pessoas com mais de 100 anos. Contudo, essa dinâmica mudou drasticamente ao longo dos anos. Em 1963, quando as autoridades iniciaram a catalogação, havia apenas 153 centenários registrados. Esse número saltou para 1.000 em 1981 e, em 1998, alcançou a marca de 10.000 indivíduos.

Os Pilares da Vida Longa: Dieta e Atividade Física

A notável expectativa de vida japonesa é largamente atribuída à diminuição das mortes por enfermidades cardiovasculares e cânceres prevalentes, como os de mama e próstata. O Japão apresenta índices significativamente baixos de obesidade, um fator de risco primordial para essas doenças crônicas. Isso se deve a uma dieta rica em peixes, vegetais e legumes, e com um consumo moderado de carne vermelha. Este padrão alimentar é frequentemente associado a menores níveis de pressão arterial e à redução da incidência de doenças vasculares.

O baixo índice de obesidade é particularmente evidente entre as mulheres japonesas, o que pode elucidar por que elas gozam de uma expectativa de vida substancialmente superior à dos homens. Enquanto grande parte do mundo viu um aumento no consumo de açúcar e sal, no Japão, campanhas de saúde pública eficazes reverteram essa tendência, persuadindo a população a reduzir o consumo desses ingredientes.

Para além dos hábitos alimentares, a população japonesa demonstra um engajamento ativo na manutenção de um estilo de vida dinâmico por um período prolongado. Eles priorizam a caminhada e o uso de transporte público em detrimento dos veículos motorizados, diferentemente de idosos em muitos países ocidentais como Estados Unidos e Europa. O programa diário de ginástica, Rádio Taiso, transmitido pela televisão desde 1928, desempenha um papel fundamental na cultura local, incentivando a saúde pública e o espírito comunitário através de breves sessões de exercícios praticadas em grupo por todo o país.

Okinawa e as Zonas Azuis da Longevidade

Iniciado em 1975, o Estudo de Centenários de Okinawa se destaca como o mais extenso e duradouro no estudo da longevidade. Durante meio século, a pesquisa examinou minuciosamente dietas, rotinas de exercícios, características genéticas, práticas espirituais e comportamentais de três mil participantes. A cidade de Okinawa é uma das cinco regiões globais conhecidas como “zonas azuis”, locais onde os habitantes não apenas vivem por mais tempo, mas o fazem com excepcional vitalidade e saúde em idade avançada. As demais zonas incluem Icaria (Grécia), Sardenha (Itália), Loma Linda (Califórnia, EUA) e Nicoya (Costa Rica). As descobertas do estudo revelam que, aproximadamente, um terço dos centenários em Okinawa mantém independência funcional, atribuído a altos níveis de atividade física contínua. Para mais informações sobre essas comunidades e seus segredos de vida, você pode consultar o site oficial das zonas azuis de longevidade, uma fonte respeitada no assunto.

Desafios na Contabilização de Centenários

Apesar dos recordes impressionantes, a veracidade dos dados sobre centenários no mundo, incluindo o Japão, é por vezes questionada. Projeções da ONU para 2024 estimam 720 mil centenários globalmente, número que deve ascender a 3,7 milhões em 2054, com a China possivelmente liderando essa contagem. Contudo, estudos sugerem que falhas nos registros, dados imprecisos e a ausência de certidões de nascimento podem inflacionar os números.

No Japão, uma auditoria de 2010 revelou que mais de 230 mil indivíduos supostamente centenários não puderam ser localizados, com alguns tendo falecido décadas antes. A falha na atualização de registros foi um dos fatores, mas também se suspeitou que certas famílias escondiam o falecimento de parentes idosos para continuar recebendo aposentadorias. Um inquérito foi aberto na época quando os restos mortais de Sogen Koto, tido como o homem mais velho de Tóquio aos supostos 111 anos, foram encontrados em sua residência 32 anos após sua morte real.

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O Japão continua sendo um estudo de caso fascinante sobre longevidade e as complexidades de uma sociedade envelhecida. Enquanto os dados nos mostram uma trajetória notável de vida prolongada, especialmente entre as mulheres, os desafios na precisão dos registros exigem atenção contínua. Compreender esses fatores é crucial para aprimorar políticas públicas de saúde e bem-estar social. Continue acompanhando nossas análises para ficar por dentro dos temas que moldam nossa sociedade.

Crédito da imagem: AFP via Getty Images

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