Jair Rosa Morre: Adeus ao Auditor Fiscal da Nota Fiscal Paulista

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O Brasil lamenta o falecimento de Jair Rosa, o dedicado auditor fiscal da Secretaria da Fazenda do estado de São Paulo (Sefaz-SP), cujo nome se tornou sinônimo de persistência e responsabilidade no serviço público. Conhecido por sua excepcional dedicação em localizar contemplados que não recebiam seus prêmios do programa Nota Fiscal Paulista devido a cadastros desatualizados, Rosa partiu no domingo, dia 12, aos 63 anos de idade. Sua vida e carreira foram marcadas por iniciativas que aproximaram a administração pública da população e garantiram o acesso a direitos, mesmo aqueles “esquecidos”.

A história que amplificou a dimensão da dedicação deste funcionário público foi veiculada em 2023, revelando os impressionantes resultados de suas incessantes buscas por premiados da Nota Fiscal Paulista. Naquele período, enquanto chefiava o posto fiscal localizado em Marília, no interior paulista, Jair Rosa mobilizou-se com afinco para identificar os sorteados. Seu empenho extraordinário resultou na localização de 36 pessoas que desconheciam seus direitos aos valores concedidos pelo programa. Graças ao seu trabalho incansável, um total de R$ 7,2 milhões em prêmios foi efetivamente entregue, garantindo que a sorte de muitos não fosse desperdiçada.

Jair Rosa Morre: Adeus ao Auditor Fiscal da Nota Fiscal Paulista

Para conseguir contornar os desafios impostos pela desatualização cadastral dos contribuintes, Jair Rosa empregou um arsenal de estratégias. O auditor fiscal mergulhava em diversas bases de dados, consultando informações relacionadas ao Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA), verificando registros em eventuais aberturas de empresas e realizando pesquisas detalhadas por meio do Google. Com os dados coletados, iniciava múltiplas tentativas de contato, valendo-se de telefone, mensagens via WhatsApp, e-mails e até cartas, demonstrando uma perseverança admirável. Em suas mensagens, era comum encontrar um apelo direto aos cidadãos: “Se você acha que isso é um trote, desconsidere o aviso, perca o prêmio e jamais lamente que a sorte não está a seu favor”, uma frase que ilustrava a paixão de Rosa por ver a justiça ser feita.

Legado de Inovação e Acessibilidade na Sefaz-SP

Jair Rosa iniciou sua jornada na Secretaria da Fazenda de São Paulo em 2014, ingressando na instituição aos 50 anos de idade, após uma bem-sucedida aprovação em concurso público. Logo, conquistou o respeito e admiração de seus colegas devido às suas iniciativas inovadoras que visavam aprimorar a relação entre a pasta e os cidadãos. Além do trabalho exemplar com a Nota Fiscal Paulista, que visava assegurar que os recursos chegassem a quem de direito, Rosa foi uma figura proeminente em outros projetos importantes para a sociedade.

Recentemente, ele assumiu a liderança de um projeto que tinha como objetivo central ampliar a inclusão e a acessibilidade para pessoas surdas nos diversos postos fiscais de atendimento em todo o estado. Essa iniciativa reflete seu compromisso inabalável com a empatia e a construção de um serviço público que atendesse a todos de forma igualitária, rompendo barreiras de comunicação e garantindo direitos fundamentais. Sua capacidade de transformar o ambiente à sua volta com “gestos simples, empatia e dedicação” foi destacada em uma emocionante homenagem prestada pela Sefaz, que ressaltou que “Jair Rosa foi uma delas”.

Trajetória Pessoal e Dedicação Integral

A morte de Jair Rosa foi causada por pneumonia, em um domingo que marcou o fim de uma trajetória de vida inspiradora. Seu filho, Bruno, de 24 anos, resumiu a essência do pai com as palavras: “Ele se dedicava em tudo, se esforçava ao máximo. Nunca se negava a atender um telefonema para tirar dúvidas ou auxiliar quem fosse”. Tal dedicação não se restringia ao ambiente de trabalho formal; em casa, raramente o servidor público se permitia um momento de descanso prolongado ou para assistir à televisão, estando frequentemente imerso em questões ligadas à sua missão profissional.

Nascido em São José do Cedro, cidade localizada no extremo oeste de Santa Catarina, Jair Rosa tinha ascendência italiana e era conhecido por uma perspectiva peculiar sobre a função das unidades fiscais em municípios do interior. Ele costumava comparar esses locais a “posto Ipiranga”, em referência à conhecida analogia brasileira para locais que respondem a múltiplas e variadas demandas, reforçando a amplitude de seu envolvimento com os problemas e as necessidades da população.

Uma Vida de Experiências e Busca por Metas

Antes de se tornar auditor fiscal, Jair Rosa construiu uma sólida carreira no Banco do Brasil, uma experiência que o levou a morar em diferentes estados do país, incluindo Bahia e Paraná, além de sua terra natal, Santa Catarina. A vida como gerente bancário conferiu-lhe um traquejo essencial para lidar com o público e, principalmente, uma vasta experiência na busca e alcance de metas desafiadoras. Este background, sem dúvida, o preparou para as complexas funções que desempenharia na Sefaz.

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Imagem: www1.folha.uol.com.br

Sua trajetória, no entanto, também incluiu momentos de extrema dificuldade e risco pessoal. Como bancário, Jair Rosa chegou a ser vítima de sequestro para roubo a uma agência bancária, vivenciando o pavor das ações violentas de grupos criminosos, popularmente conhecidos como “novo cangaço”, que frequentemente assolam pequenas cidades. Essas experiências, ainda que traumáticas, provavelmente contribuíram para moldar sua resiliência e seu comprometimento com o bem-estar social.

Mesmo após ultrapassar a marca dos 60 anos, Jair Rosa mantinha um vigor inabalável, permanecendo, segundo suas próprias palavras, “ligado no 220”. Ele dedicava parte de seu tempo a estudar italiano, contribuía ativamente com diversas causas sociais e participava de programas de educação fiscal em escolas de Marília, oferecendo palestras que buscavam conscientizar a população sobre a importância da cidadania fiscal. A manutenção e atualização de um cadastro na Nota Fiscal Paulista é um excelente exemplo de cidadania fiscal.

Fora do trabalho e das causas sociais, era um homem que apreciava a vida em família, a convivência com a esposa, Maria Terezinha, o filho e os três pets da casa, com a gatinha Bela sendo sua favorita. Gostava de bater-papo e, em uma entrevista ao podcast da Sefaz, escolheu a canção “O Sol”, da banda Jota Quest, como sua música preferida, em alusão à sua apreciação pela mensagem de esperança sobre a vida que segue, mesmo diante dos desafios. “Meu pai se sentia realizado com as pequenas coisas. O sentimento de dever cumprido lhe dava satisfação pessoal”, testemunhou seu filho.

O auditor Jair Rosa deixa o filho Bruno, a esposa Maria Terezinha, e um exemplo notável de dedicação, ética e serviço público para todos os servidores. Sua paixão em garantir que os cidadãos recebessem o que lhes era devido e suas iniciativas para aproximar a Sefaz da população marcam uma era de serviço altruísta e inspirador.

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Crédito da imagem: Divulgação/Sefaz