A polícia de São Vicente, no litoral paulista, efetuou a prisão de Jaguar, identificado como Rafael Marcell Dias Simões, o sexto suspeito envolvido na execução do ex-delegado Ruy Ferraz Fontes. A detenção ocorreu após o investigado se apresentar às autoridades locais na madrugada deste sábado, dia 20 de janeiro. Ruy Ferraz foi alvo de um atentado fatal na noite da segunda-feira, dia 15, após deixar seu expediente como secretário de Administração na Prefeitura de Praia Grande, onde desempenhava suas funções desde janeiro de 2023.
Simões, de 42 anos, era procurado após a Justiça de São Paulo decretar sua prisão temporária na sexta-feira (19), sendo ele apontado como o sexto nome a ser vinculado ao violento assassinato do ex-delegado. Ele chegou ao Distrito Policial (DP) Sede de São Vicente acompanhado de um advogado. De acordo com informações apuradas pela TV Tribuna, afiliada da Globo, o suspeito deve ser encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML) de Santos para exames antes de passar por uma audiência de custódia na própria delegacia, conforme a rotina processual estabelecida.
Jaguar é preso, sexto suspeito da execução de ex-delegado
Esta recente prisão marca o terceiro detido no curso da investigação que apura a morte de Ruy Ferraz Fontes, uma figura notável na Polícia Civil paulista. Além de Rafael “Jaguar” Simões, Dahesly Oliveira Pires e Luiz Henrique Santos Batista, vulgo Fofão, também estão presos sob suspeita de participação direta no crime. Contudo, as investigações continuam ativas, com três outros indivíduos ainda foragidos e com mandados de prisão expedidos: Felipe Avelino da Silva, Flávio Henrique Ferreira de Souza e Luiz Antonio Rodrigues de Miranda, conforme as informações divulgadas pela Polícia Civil.
Desdobramentos e Outras Prisões no Caso Ruy Ferraz Fontes
Os trabalhos da polícia na apuração do assassinato do ex-delegado Ruy Ferraz Fontes levaram a prisões anteriores a de Jaguar. Dahesly Oliveira Pires, de 25 anos, foi detida na quinta-feira, 18, suspeita de ser a mulher encarregada de buscar um dos fuzis utilizados na execução, que teria sido obtido na Baixada Santista. Um dia depois, na sexta-feira, 19, Luiz Henrique Santos Batista, de 38 anos, conhecido como Fofão, foi preso em São Vicente, suspeito de ter desempenhado um papel crucial na logística do atentado que culminou na morte de Ferraz Fontes.
A Justiça expediu mandados de prisão para os três foragidos que ainda não foram localizados pelas autoridades. Felipe Avelino da Silva, de 33 anos, conhecido no Primeiro Comando da Capital (PCC) como Mascherano, teve seu DNA encontrado em um dos veículos usados no crime. O mesmo ocorreu com Flávio Henrique Ferreira de Souza, de 24 anos, que também deixou vestígios genéticos em um dos carros. Já Luiz Antonio Rodrigues de Miranda, de 43 anos, é procurado sob a acusação de ter ordenado a Pires a tarefa de buscar um dos armamentos pesados utilizados na emboscada. O carro blindado de Ruy Ferraz estava em serviço, motivo pelo qual ele utilizava o automóvel de sua esposa na ocasião de seu assassinato.
A Execução de Ruy Ferraz Fontes e sua Carreira Profissional
A noite de segunda-feira, 15 de janeiro, tornou-se palco de um violento ataque ao ex-delegado Ruy Ferraz Fontes, instantes após ele encerrar suas atividades como secretário de Administração de Praia Grande. Câmeras de segurança flagraram o momento em que três criminosos, munidos de fuzis, saltaram de uma caminhonete que seguia o veículo de Fontes e abriram fogo. O ataque orquestrado resultou na morte imediata do delegado aposentado, em um crime que chocou a sociedade paulista.
Ruy Ferraz Fontes teve uma carreira proeminente na Polícia Civil, atuando por mais de 40 anos e chegando ao cargo de delegado-geral de São Paulo entre 2019 e 2022. Reconhecido por sua formação em Direito pela Faculdade de São Bernardo do Campo e pós-graduação em Direito Civil, ele foi um pilar no combate ao crime organizado e um pioneiro nas investigações relacionadas ao PCC. Sua liderança se estendeu por divisões de grande importância, incluindo o Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), o Departamento Estadual de Investigações contra Narcóticos (Denarc), e a direção do Departamento de Polícia Judiciária da Capital (Decap).

Imagem: g1.globo.com
No início dos anos 2000, Ferraz Fontes, então chefe da 5ª Delegacia de Roubo a Bancos no Deic, foi fundamental nas primeiras investigações contra o PCC, resultando na prisão de diversas lideranças e no mapeamento da intrincada estrutura criminosa da facção. Sua atuação foi decisiva também durante os intensos ataques de maio de 2006, quando o PCC deflagrou uma série de atos violentos contra as forças de segurança em São Paulo, período em que ele comandava a delegacia responsável pelo enfrentamento à facção.
Durante sua gestão como delegado-geral, Ferraz Fontes foi responsável pela transferência estratégica de chefes do PCC de presídios paulistas para unidades federais em outros estados, medida que visava desmantelar o poder da facção dentro do sistema prisional. Além de sua vasta experiência prática, ele era professor de Criminologia e Direito Processual Penal, tendo participado de cursos especializados no Brasil, França e Canadá, demonstrando um compromisso contínuo com a educação e a evolução do sistema jurídico-policial. Para entender melhor os trâmites do sistema de justiça no Brasil, é válido consultar materiais que abordam os dilemas da justiça criminal no país.
Novas Ações e Desafios
As investigações sobre o assassinato de Ruy Ferraz Fontes revelam outras frentes de trabalho para a polícia. A Corregedoria está realizando buscas após encontrar digitais de um policial militar e seu irmão em uma casa supostamente utilizada pelo grupo envolvido na morte do ex-delegado. O imóvel de onde um fuzil teria saído para ser usado no crime também foi periciado em Praia Grande, reforçando o grau de complexidade e organização da ação criminosa. A brutalidade do crime mobilizou políticos, resultando na criação de um projeto de lei por um deputado, visando a proteção de agentes de segurança ameaçados em São Paulo, evidenciando o impacto e a gravidade do ocorrido.
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A prisão de Jaguar representa um avanço significativo nas investigações do assassinato de Ruy Ferraz Fontes, revelando a complexidade e a rede de indivíduos por trás do crime. Com três suspeitos presos e três foragidos, a Polícia Civil continua a trabalhar intensamente para elucidar completamente os fatos e trazer à justiça todos os envolvidos. Mantenha-se informado sobre os desdobramentos deste e de outros casos de relevância acompanhando a seção de Cidades do Hora de Começar.
Crédito da imagem: Divulgação/Polícia Civil
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