As primeiras imagens de reféns libertados pelo Hamas foram divulgadas nesta segunda-feira, 13 de novembro, pelas Forças de Defesa de Israel (IDF). De acordo com relatos da imprensa estatal israelense, vinte indivíduos que se encontravam sob o domínio do grupo terrorista por um período de dois anos foram postos em liberdade, marcando um ponto significativo em meio ao conflito na Faixa de Gaza.
Esta operação é parte de um acordo de cessar-fogo negociado entre Israel e o Hamas, visando à troca de prisioneiros e à amenização das hostilidades. As identidades de alguns dos libertados, como Alon Ohel, Guy Gilboa-Dalal, Eitan Mor e Matan Angrest, foram inicialmente divulgadas pelas forças militares israelenses.
Os sequestros em larga escala tiveram início durante os ataques terroristas de 7 de outubro de 2023, quando o Hamas capturou 251 pessoas. Segundo dados de Israel, o grupo ainda retinha 48 dessas vítimas na Faixa de Gaza, sendo que 28 delas estariam mortas. Os demais capturados foram soltos em ocasiões anteriores, por meio de outros acordos de cessar-fogo ou resgatados por operações militares israelenses.
Israel divulga primeiras imagens de reféns libertados
O processo de libertação nesta segunda-feira desenrolou-se em duas etapas: sete reféns foram libertados por volta das 2h da madrugada, seguidos por mais treze duas horas depois. Após serem entregues à Cruz Vermelha e, posteriormente, às Forças de Defesa de Israel, os ex-reféns foram encaminhados para uma base, onde puderam reencontrar seus familiares e receber atendimento médico e psicológico imediato, essencial para sua recuperação após o longo período em cativeiro na Faixa de Gaza.
O Acordo de Cessar-Fogo e Troca de Prisioneiros
A libertação dos reféns faz parte de um acordo mais amplo de cessar-fogo, cujos detalhes foram anunciados na quarta-feira, 8 de novembro. Em contrapartida à soltura dos reféns, Israel se comprometeu a liberar aproximadamente 2 mil prisioneiros palestinos. Desse total, 250 cumpriam pena de prisão perpétua. Conforme noticiado pela agência Reuters, os detentos palestinos foram transportados em ônibus da Cruz Vermelha, sendo direcionados a diferentes localidades como Gaza, Cisjordânia e outros países, dependendo de sua origem.
A concretização deste acordo é resultado de extensas negociações mediadas por Egito, Catar e Turquia, e contou com a participação do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que apresentou o plano de paz no fim de setembro. A proposta inicial previa que o Hamas libertasse todos os reféns, tanto vivos quanto os corpos dos que não resistiram, dentro de um período de 72 horas após o início do cessar-fogo. O prazo para a conclusão da libertação das 20 vítimas ainda vivas era até as 6h desta segunda-feira, pelo horário de Brasília.
O Plano de Paz: Termos e Desafios
Israel estimava que, dos 48 reféns ainda mantidos, apenas 20 estivessem vivos. A aceitação do Hamas de devolver esses vinte indivíduos representou um avanço crucial nas negociações. No entanto, o grupo solicitou tempo adicional para localizar todos os corpos dos reféns que morreram em cativeiro, um processo que ainda não possui um prazo definido para ser concluído. A dificuldade em encontrar esses restos mortais é um dos principais desafios para o avanço das próximas fases do acordo, conforme levantado pela imprensa norte-americana e israelense. Inclusive, a Turquia anunciou a criação de uma força-tarefa composta por autoridades estrangeiras para auxiliar o Hamas na busca pelos corpos em diversas localidades na Faixa de Gaza. Apesar de se saber que 28 dos 48 reféns morreram, o número exato de corpos desaparecidos ainda era desconhecido até a última atualização da notícia, com a imprensa israelense estimando até oito corpos não localizados. O Hamas, até o momento, não emitiu pronunciamento oficial sobre essa questão.
Imagem: g1.globo.com
Além da troca de prisioneiros, o plano de paz elaborado pela Casa Branca, conforme divulgado no fim de setembro, também prevê o fim dos bombardeios em Gaza e uma retirada gradual das tropas israelenses do território palestino. Após o anúncio do cessar-fogo, as forças israelenses já recuaram para uma linha pré-acordada com o Hamas, resultando na diminuição da área de ocupação em Gaza de 75% para 53%. O chefe do Estado-Maior de Israel instruiu suas tropas a permanecerem preparadas para todos os cenários futuros e para a operação contínua de retorno de reféns que ainda estejam em cativeiro. Para acompanhar os desenvolvimentos sobre o conflito, confira o site oficial da BBC News Brasil sobre a crise Israel-Hamas.
Pontos Pendentes do Acordo
Apesar do progresso inicial com o cessar-fogo e a libertação de reféns, muitos detalhes do plano de paz permanecem sem clareza. O presidente Trump indicou que outras fases do acordo estão em negociação, mas os contornos dessas etapas ainda não foram especificados publicamente. Questões cruciais, como a transição de governo na Faixa de Gaza – uma proposta da Casa Branca –, ainda não foram detalhadas. Além disso, não há confirmação de que o Hamas tenha se comprometido a entregar suas armas, algo que o grupo terrorista tem sinalizado discordar veementemente. O Hamas também rejeitou a ideia de uma tutela estrangeira na governança de Gaza, outro ponto previsto no plano norte-americano. Uma cerimônia oficial de assinatura do acordo está prevista para acontecer ainda nesta segunda-feira no Egito, com a presença de Donald Trump e de aproximadamente 20 outras lideranças internacionais, sinalizando o esforço global para a manutenção da paz na região.
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Os recentes desenvolvimentos no conflito Israel-Hamas trazem uma lufada de esperança, com a libertação de reféns e a concretização de um acordo de cessar-fogo que, embora complexo, abre caminhos para futuras negociações e a mitigação da crise humanitária na região. Para aprofundar a compreensão sobre os complexos desdobramentos regionais, convido você a explorar nossa editoria de Política, onde analisamos eventos e negociações com detalhes e contexto essenciais.
Crédito da imagem: Divulgação/IDF
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