A prioridade de segurança de Israel se concentra na iminente tarefa de **destruir túneis do Hamas** na Faixa de Gaza. O ministro da Defesa de Israel, Israel Katz, enfatizou publicamente, neste domingo (12), o compromisso das forças israelenses em desmantelar a complexa rede subterrânea operada pelo movimento islâmico Hamas. A medida é projetada para ser executada após a garantia da libertação de todos os reféns que ainda estão em cativeiro no enclave palestino.
A declaração ocorreu em um momento crítico, marcando o terceiro dia do cessar-fogo negociado entre Israel e o Hamas. Em um comunicado oficial, o ministro Katz especificou que essas operações seriam conduzidas sob um “mecanismo internacional” e sob a rigorosa “supervisão dos Estados Unidos”, indicando um plano coordenado e diplomático para as futuras ações militares na região.
Israel Promete Destruir Túneis do Hamas Após Acordo
Katz detalhou a estratégica visão de Tel Aviv, afirmando: “O principal desafio de Israel após a fase de retorno dos reféns será a destruição de todos os túneis terroristas do Hamas em Gaza.” Para materializar esse objetivo, ele confirmou ter emitido instruções claras ao Exército. “Ordenei ao Exército que se prepare para esta missão”, sublinhou o ministro, revelando a urgência e a preparação minuciosa para esta etapa crítica do conflito.
Estratégia Militar e o Enigma dos Túneis de Gaza
O Hamas, considerado uma organização terrorista por diversos países, incluindo Estados Unidos e membros da União Europeia, estabeleceu uma intrincada e vasta rede de túneis sob a Faixa de Gaza, utilizando-a primordialmente para as atividades de seu braço armado. As Forças de Defesa de Israel alegam ter incapacitado um número considerável dessas estruturas ao longo de mais de duas décadas de hostilidades intermitentes, mas a complexidade da rede continua a ser um ponto de grande preocupação.
A fase atual da operação de cessar-fogo foi delineada em um acordo anunciado na quinta-feira, dia 9 de novembro. Este pacto estipula que o Hamas deve liberar um total de 48 reféns restantes em Gaza, independentemente de sua condição — vivos ou mortos. Em retribuição, Israel se comprometeu a libertar 250 “detentos de segurança máxima”. Entre esses prisioneiros estão indivíduos condenados por ataques considerados fatais contra cidadãos israelenses, além de aproximadamente 1.700 palestinos que foram detidos pelo Exército israelense em Gaza desde outubro de 2023.
Em um desenvolvimento confirmado no sábado, 11 de novembro, o Hamas informou que a libertação dos reféns ocorreria na segunda-feira, 13 de novembro, marcando um passo crucial no desescalonamento temporário das tensões.
História e Complexidade da Rede Subterrânea do Hamas
A construção da rede de túneis de Gaza é um empreendimento que se estendeu por décadas, revelando-se em sua complexidade ao longo de vários conflitos. Alguns dos túneis mais infames, notavelmente os localizados na fronteira entre a Faixa de Gaza e Israel, vieram à luz pública em 2013, como o de Ein Hashlosha. Outras importantes descobertas foram feitas em 2014, durante a Operação Margem Protetora, uma ofensiva militar de larga escala que visava desestabilizar as capacidades militares do Hamas. Especialistas apontam que a expertise na construção desses túneis pode ter se beneficiado de experiências de conflitos em outras regiões. Para mais detalhes sobre a evolução e uso dos túneis em Gaza, consultar os relatórios da ONU sobre o conflito israelo-palestino pode oferecer contexto adicional sobre a persistência e a complexidade desta infraestrutura.
Além dos túneis transfronteiriços com Israel, muitos conectam Gaza ao território egípcio, sendo historicamente empregados para atividades ilícitas, predominantemente o contrabando de armas. As autoridades egípcias envidaram esforços significativos para eliminar essas passagens, enfrentando, contudo, consideráveis desafios e limitado sucesso. A professora Daphné Richemond-Barack, do Instituto Internacional de Contra-Terrorismo da Universidade de Reichman em Tel Aviv, especula que essa rede subterrânea possa ter sido crucial para o Hamas na importação de armamentos que foram utilizados no ataque de 7 de outubro de 2023.
Richemond-Barack, que é uma renomada especialista em conflitos desenvolvidos em ambientes urbanos, em uma entrevista concedida à RFI, detalhou que “O Hamas se beneficiou de todo este know-how obtido na Síria, no Iraque e pode haver influência do Irã”, elucidando a sofisticada engenharia e a colaboração internacional na construção e aprimoramento dessas vias subterrâneas.
Visões de Desmilitarização e Resistencia Palestinas
Em linha com os objetivos estratégicos de Israel, o ministro da Defesa Israel Katz articulou que a eliminação dos túneis se insere em um processo mais amplo de “desmilitarização” do Hamas. Esse objetivo está alinhado com as fases iniciais de um plano anteriormente delineado pelo ex-presidente dos EUA, Donald Trump, cuja segunda fase, focada precisamente na desmilitarização completa do grupo, ainda está em estágios preliminares e não foi formalmente negociada.
No entanto, as conversações futuras sobre a desmilitarização do Hamas prometem ser intensamente difíceis, conforme alertou um influente dirigente do Hamas no último sábado. Hossam Badran, um membro proeminente do gabinete político da organização, reiterou a postura inflexível do grupo, declarando explicitamente que “está fora de questão” qualquer iniciativa que envolva o desarmamento do movimento islâmico. Tal declaração evidencia a profundidade do abismo ideológico e estratégico que separa as partes.
Ao longo dos anos, o Hamas havia considerado, em diversas oportunidades, um desmantelamento escalonado de seu arsenal, projetando tal ação até o ano de 2025. Esse plano hipotético incluiria a interrupção completa da produção de foguetes e a demolição dos túneis que se estendem em direção a Israel. Contudo, essa condição sempre esteve intrinsecamente ligada à implementação efetiva de um plano político abrangente que levasse ao término definitivo do conflito israelo-palestino, uma condição ainda não realizada.
Em seu posicionamento contínuo, o Hamas, que é internacionalmente classificado como organização terrorista pelos EUA, Israel e pela União Europeia, defende com veemência que, na ausência de uma força armada palestina oficial e soberana, a organização detém o “direito legítimo de resistir à ocupação israelense”. Essa visão fundamental sustenta sua recusa em desarmar-se sem um acordo político duradouro e substancial.
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Em suma, a futura destruição dos túneis do Hamas é uma prioridade militar e de segurança para Israel, atrelada diretamente à libertação dos reféns e a um plano maior de desmilitarização. Enquanto a operação de resgate se desenrola sob a mediação de um cessar-fogo temporário, os desafios de longo prazo no conflito israelo-palestino, especialmente em torno do status do Hamas e suas infraestruturas subterrâneas, permanecem complexos e requerem negociações extensas e diplomacia contínua. Para se manter atualizado sobre os desdobramentos na região e outras notícias importantes, continue acompanhando nossa editoria de Política.
(Com AFP)
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