Nesta quinta-feira (9), o governo de Israel ratificou um acordo fundamental para o fim das hostilidades, aprovando um acordo de paz com o Hamas. A medida estabelece os termos para um cessar-fogo na Faixa de Gaza e a subsequente libertação de reféns sob o domínio do grupo. Com esta aprovação, inicia-se um prazo de 24 horas para a efetiva implementação do cessar-fogo na região.
A decisão israelense sucede a um prévio acerto por parte do Hamas, que já havia assinado o tratado e anunciado um cessar-fogo permanente antes da deliberação em Tel Aviv. Este pacto é aguardado com expectativa por envolver não apenas o silenciar das armas, mas também o retorno dos indivíduos capturados durante os recentes conflitos. A expectativa é que a libertação dos reféns pelo grupo aconteça em até 72 horas após o início oficial do cessar-fogo.
Israel Aprova Acordo de Paz com Hamas: Cessar-Fogo em Gaza
O processo de aprovação governamental contou com intensos debates. A proposta foi levada ao Conselho de Segurança do país antes de sua ratificação final. Notavelmente, dois representantes da extrema direita que integram o gabinete do Primeiro-Ministro Benjamin Netanyahu manifestaram voto contrário. Itamar Ben-Gvir, Ministro da Segurança Nacional, e Bezalel Smotrich, Ministro das Finanças, foram os únicos a se opor. Ben-Gvir chegou a declarar que seu partido derrubaria o governo de Netanyahu caso a organização militante não fosse desmantelada.
Após a conclusão do acordo, as perspectivas sobre o futuro do conflito foram abordadas por altas autoridades. Gideon Sa’ar, Ministro de Relações Exteriores de Israel, afirmou em entrevista ao canal Fox News que o país não planeja prosseguir com a guerra uma vez que o tratado seja firmado. Corroborando essa visão, Khalil Al-Hayy, negociador-chefe do Hamas, havia previamente declarado o fim das hostilidades contra Israel, assegurando que o grupo recebeu garantias de um cessar-fogo permanente tanto dos Estados Unidos quanto de mediadores de nações árabes. Para aprofundar-se sobre a geopolítica na região, consulte G1 Mundo.
Os Detalhes do Acordo para Gaza
O plano de paz em questão, concebido pelo então presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, foi apresentado originalmente no fim de setembro. As negociações que culminaram na ratificação envolveram mediação do Egito, Catar e Turquia. A complexidade do pacto se reflete em diversos pontos cruciais que detalham a implementação do cessar-fogo e a troca de prisioneiros.
Questão dos Reféns e Prisioneiros
Conforme informações de Israel, o Hamas ainda detém 48 dos 251 indivíduos sequestrados durante o ataque ocorrido em 2023. Dos que permaneceram cativos, aproximadamente 20 são considerados vivos pelo governo israelense. As demais vítimas foram libertadas em operações militares prévias ou por meio de dois acordos de cessar-fogo anteriores. A proposta apresentada pelos Estados Unidos estipula um prazo de 72 horas para que o Hamas liberte todos os reféns, independentemente de estarem vivos ou mortos.
No entanto, a imprensa americana relatou que o Hamas solicitou mais tempo para localizar e entregar os corpos dos reféns que faleceram em cativeiro, alegando desconhecer a localização de todas as vítimas fatais e a necessidade de realizar buscas. Em contrapartida, a expectativa é que Israel liberte cerca de 2 mil prisioneiros palestinos, o que incluiria aqueles condenados à prisão perpétua.
A Redução dos Ataques em Gaza
Um ponto central do acordo prevê o fim imediato dos bombardeios na Faixa de Gaza. O então presidente Trump indicou que as Forças de Defesa de Israel (FDI) deverão recuar para linhas previamente acordadas com o Hamas, o que implica que uma parcela das tropas israelenses poderá permanecer no território palestino. A GloboNews apurou junto às Forças de Defesa de Israel que o país concordou em diminuir sua área de ocupação em Gaza de 75% para 57% na fase inicial. A Casa Branca já havia divulgado, no fim de setembro, a previsão de uma retirada gradual das tropas. O chefe do Estado-Maior de Israel, por sua vez, instruiu suas forças a se prepararem para todos os cenários possíveis, incluindo a operação de resgate e retorno dos reféns.
Quando o Cessar-Fogo Começa?
Ainda existe alguma incerteza quanto à data e hora exatas para o início oficial da vigência do acordo. Embora o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu tenha confirmado a votação governamental para a quinta-feira (9), este é um procedimento formal rotineiro em acordos anteriores, como os de novembro de 2023 e janeiro de 2025. De acordo com a Agence France-Presse (AFP), a assinatura formal do tratado era esperada para as 6h desta quinta-feira, no horário de Brasília. Complementando os esforços diplomáticos, o presidente Trump planeja viajar a Israel em breve, tendo recebido um convite para discursar no Parlamento, e mencionou aos jornalistas a possibilidade de visitar a Faixa de Gaza.

Imagem: g1.globo.com
Pontos a Esclarecer no Tratado
Apesar do anúncio da aprovação, muitos detalhes do tratado ainda aguardam esclarecimento público. Não há confirmação, por exemplo, se a totalidade do plano apresentado pela Casa Branca foi aceita sem modificações por ambas as partes. Em suas redes sociais, o presidente Trump qualificou este acordo como “primeira fase” e os “primeiros passos” para a paz, sugerindo, segundo a imprensa americana, que pontos adicionais precisarão ser discutidos para a implementação completa. Contudo, veículos israelenses reportaram que as questões mais sensíveis do pacto foram resolvidas.
Outros pontos pendentes incluem a transição de governo na Faixa de Gaza, que havia sido proposta pela Casa Branca, e a não confirmação sobre um compromisso do Hamas em desarmar-se, aspectos cruciais para a estabilidade de longo prazo na região.
O Obstáculo dos Corpos dos Reféns Mortos
Um dos maiores gargalos para o avanço das próximas etapas do acordo de paz é a devolução dos corpos de reféns mortos em cativeiro. De acordo com a imprensa norte-americana e israelense, o Hamas não possui informações sobre a localização de alguns desses corpos. Nesta quinta-feira, a Turquia anunciou a criação de uma força-tarefa composta por autoridades estrangeiras para auxiliar o Hamas nas buscas em diferentes pontos da Faixa de Gaza.
Embora o número total de reféns mortos seja de 28, dos 48 ainda sob poder do Hamas, a quantidade exata de corpos desaparecidos não foi oficialmente divulgada até a última atualização desta reportagem. A imprensa israelense estima que o número esteja em torno de seis ou sete. Até o momento, o grupo terrorista não emitiu pronunciamento oficial sobre essa questão.
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Em suma, o acordo de paz recém-aprovado entre Israel e Hamas representa um marco nas tensas relações na Faixa de Gaza, prometendo cessar-fogo e a esperada libertação de reféns, embora com desafios a serem superados nos detalhes e implementação. Mantenha-se informado sobre este e outros acontecimentos relevantes acompanhando a nossa editoria de Política para análises aprofundadas e notícias de impacto.
Crédito da imagem: Reuters/Ramadan Abed; Reuters/Ronen Zvulun; Shir Torem/Reuters
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