O Rio de Janeiro: Casos de Intoxicação por Metanol em Bebidas Não Confirmados se mantêm, com autoridades de saúde no estado não registrando qualquer ocorrência atestada de intoxicação por metanol em bebidas alcoólicas, até a noite de sexta-feira, 3 de novembro. Esta constatação ocorre apesar de diversas mensagens, muitas vezes alarmistas, terem circulado por redes sociais indicando supostos quadros de envenenamento na capital fluminense. O esclarecimento vem à tona após a emergência de casos confirmados de intoxicação por esta substância em São Paulo, que geraram apreensão em outros estados.
A apuração, realizada em contato direto com a Secretaria Estadual e Municipal de Saúde, além das principais redes hospitalares privadas do Rio de Janeiro – incluindo aquelas mencionadas nas denúncias –, confirmou a ausência total de registros. Todas as instituições consultadas categoricamente negaram ter atendido pacientes com intoxicação por metanol. A onda de boatos descrevia, com variações de gênero, pessoas que teriam ingerido bebidas no tradicional reduto boêmio do Baixo Gávea, na Zona Sul, e subsequente cegueira, sintoma grave da contaminação.
RJ: Casos de Intoxicação por Metanol em Bebidas Não Confirmados
Desde quarta-feira, 1 de novembro, tentativas foram feitas para localizar a fonte dessas mensagens e conversar com indivíduos supostamente afetados ou seus familiares. Contudo, em todas as instâncias, foi impossível verificar a veracidade das informações. Muitos dos usuários que postaram as alegações não responderam às tentativas de contato, enquanto outros remetentes originais não puderam ser identificados. Aqueles que buscaram confirmação com “amigos”, “primos” ou “colegas de trabalho” que haviam repassado as denúncias, concluíram que não existia confirmação de intoxicação ou que a história havia sido distorcida.
Um exemplo notório envolveu uma médica que, inicialmente, encaminhou um caso em um grupo de família, suspeitando de contaminação por metanol. Posteriormente, ao investigar mais a fundo, descobriu que o diagnóstico era de gastroenterite e que o metanol não tinha nenhuma relação com o quadro do paciente. Isso ressalta a propagação rápida de informações errôneas, especialmente em contextos de alerta de saúde pública, onde o pânico pode prevalecer sobre a checagem dos fatos.
Os Perigos do Metanol e Seus Efeitos na Saúde Humana
O metanol, ou álcool metílico, é uma substância de uso primariamente industrial, empregada como solvente e na fabricação de diversos produtos químicos. Contudo, sua ingestão é extremamente perigosa e tóxica para seres humanos. Ao ser consumido, o metanol é processado pelo fígado, que o transforma em compostos ainda mais nocivos ao organismo. Esses metabólitos tóxicos têm o potencial de causar danos irreversíveis à medula, ao cérebro e, criticamente, ao nervo óptico, o que pode resultar em cegueira permanente. Além disso, a intoxicação por metanol pode levar a coma e, em casos severos, à morte. Problemas respiratórios e renais, como insuficiência pulmonar e renal, também estão entre as complicações possíveis.
As mensagens que alarmaram a população carioca chegaram a detalhar cenários específicos. Uma das denúncias relatava que o “problema com bebida alcoólica está seríssimo!!” e que “chegou no RJ”, afirmando que um conhecido de uma funcionária de uma empresa de investimento estaria “internado e cego” no hospital Américas Medical City. A unidade hospitalar, igualmente contactada para esta reportagem, categoricamente desmentiu ter qualquer paciente com tal diagnóstico. A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) informou que, após notificar hospitais privados sobre a obrigatoriedade de relatar casos suspeitos de intoxicação por metanol, nenhuma notificação foi recebida até o momento.
Para aprofundar o conhecimento sobre essa substância perigosa e seus efeitos no corpo humano, informações adicionais podem ser consultadas em fontes governamentais confiáveis, como o portal do Ministério da Saúde, que oferece detalhes sobre o álcool metílico e seus riscos associados à saúde.
Ações da Vigilância Sanitária e Resposta do Setor Comercial
A proliferação dessas denúncias em redes sociais desencadeou uma série de fiscalizações intensivas por parte da Vigilância Sanitária em vários estabelecimentos e bairros do Rio de Janeiro. Durante as vistorias, as autoridades sanitárias chegaram a inutilizar e coletar amostras de bebidas que apresentavam rotulagem inadequada. No entanto, mesmo com essa ampla ação fiscalizatória, não foi detectada a presença de metanol em nenhuma das amostras analisadas até a última atualização desta matéria. Diversos bares e restaurantes citados nas mensagens online foram vistoriados.
Em resposta ao pânico e às fiscalizações, muitos estabelecimentos comerciais emitiram comunicados e reforçaram suas políticas de segurança e qualidade. O Brewteco, por exemplo, divulgou uma nota destacando seu compromisso com a segurança dos consumidores, assegurando que todas as suas bebidas são adquiridas de “fornecedores homologados, com nota fiscal, lacres de segurança e selos de autenticidade para garantir a rastreabilidade de cada lote”. Da mesma forma, locais como o Bosque Bar publicaram em suas redes sociais os termos de visita da fiscalização da Vigilância Sanitária, com a legenda “E tudo certo, segue o baile”, demonstrando regularidade.

Imagem: g1.globo.com
Ainda no setor, a Destilaria Maravilha, situada no Centro, aproveitou o cenário para enfatizar a qualidade e controle na produção de seus destilados. A empresa informou controlar “o processo do início ao fim”, desde o plantio orgânico da cana-de-açúcar até a destilação final, seguindo rigorosamente as normas do Ministério da Agricultura (M.A.P.A), com a supervisão de um engenheiro químico registrado no Conselho Regional de Química. Essa postura visou reforçar os pilares de “Procedência, Segurança e Confiança”. Já o Culto, em Botafogo, promoveu uma ação de dose dupla, alertando com a frase: “Sem bebida batizada!”, de forma bem-humorada, mas indicando a preocupação com a questão.
Governo do Rio Estabelece Hospital de Referência e Orientações para a População
Diante do cenário de rumores e da importância de uma resposta estruturada, o Governo do Rio de Janeiro instituiu uma “sala de situação” específica para coordenar as ações de saúde pública relativas à potencial intoxicação por metanol. Para o tratamento de possíveis casos que possam surgir no estado, o Instituto Estadual São Sebastião, localizado na Gamboa, foi designado como a unidade de referência. Este hospital foi preparado para oferecer atendimento imediato a pacientes com suspeita ou confirmação de intoxicação por metanol, reforçando a prontidão do sistema de saúde local.
Em caso de qualquer suspeita de intoxicação por metanol, a principal orientação das autoridades sanitárias é procurar atendimento médico em uma unidade de saúde o mais rápido possível. A intervenção precoce é crucial para aumentar significativamente as chances de reversão do quadro clínico. O tratamento para essa condição frequentemente envolve a administração de antídotos específicos, realizada em ambiente hospitalar e sob estrito monitoramento de profissionais de saúde qualificados.
A secretária estadual de Saúde, Cláudia Mello, alertou sobre os sintomas que merecem atenção especial após a ingestão de álcool. Ela indicou que “as pessoas que apresentarem sintomas como visão turva, desconforto gástrico e quadros de gastrite” devem se dirigir à unidade de atendimento mais próxima. É vital que as unidades de saúde estejam vigilantes a esses sintomas e considerem o histórico compatível do paciente. Os sinais de intoxicação por metanol podem se manifestar em um período de 12 a 24 horas após o consumo da substância, exigindo um reconhecimento e uma ação rápidos.
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Em resumo, o Rio de Janeiro mantém-se sem confirmação de casos de intoxicação por metanol em bebidas, apesar da ampla circulação de informações não verificadas em redes sociais. A mobilização das autoridades de saúde, das fiscalizações sanitárias e a postura transparente do setor comercial evidenciam um esforço coordenado para preservar a segurança pública e desmentir informações falsas. Mantenha-se informado sobre saúde e bem-estar na editoria de Cidades do Hora de Começar para atualizações sobre as questões que afetam a capital fluminense e outras localidades brasileiras.
Crédito da Imagem: Denúncias não comprovadas de intoxicação por metanol no Rio – Foto: Arte/g1
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