Instagram Adota Classificação PG-13 Para Adolescentes

O Instagram, uma das plataformas de redes sociais mais influentes globalmente, deu um passo significativo para a proteção de seus usuários mais jovens. A rede social, que faz parte do conglomerado Meta, anunciou que implementará um sistema de classificação de conteúdo baseado no padrão PG-13, amplamente conhecido na indústria cinematográfica, com o objetivo de restringir o acesso de adolescentes a materiais inapropriados. A iniciativa visa reforçar a segurança infantil online, tema de crescente preocupação entre pais e legisladores.

A medida, revelada nesta terça-feira (14), não se limita apenas ao feed de notícias dos adolescentes. Ela também abrangerá as interações com os chatbots de inteligência artificial (IA) desenvolvidos pela Meta, os quais atualmente são objeto de investigações parlamentares por supostos diálogos inadequados com menores. A empresa responde a pressões intensificadas para estabelecer diretrizes mais rígidas na moderação de conteúdo direcionado ao público jovem.

Instagram Adota Classificação PG-13 Para Adolescentes

Essa nova política do Instagram, que entrará em vigor até o final do ano, representa uma das mais substanciais atualizações na moderação de conteúdo da plataforma para essa faixa etária, segundo Max Eulenstein, chefe de gerenciamento de produto do aplicativo. Um ano antes, o Instagram já havia realizado mudanças amplas nas configurações de contas de seus usuários adolescentes. Naquele momento, a resposta veio da crescente pressão de famílias e políticos, que levantavam preocupações contundentes sobre a segurança de crianças e jovens no ambiente digital.

Ao adotar o familiar padrão PG-13 (que recomenda o conteúdo para maiores de 13 anos), o Instagram busca oferecer maior clareza e familiaridade aos pais em relação às suas novas diretrizes. Filmes categorizados como PG-13 podem conter elementos como linguajar levemente profano, cenas de violência moderada e, em alguns casos, nudez parcial. No entanto, a Meta garantiu que não promoverá conteúdo que contenha nudez a seus usuários adolescentes, mesmo dentro do escopo desta classificação.

Max Eulenstein enfatizou a orientação primordial para essa decisão em uma entrevista, declarando: “Nosso ponto de referência na experiência dos adolescentes são os pais e o que eles nos dizem que desejam para seus filhos. Foi isso que guiou esse desenvolvimento e por que nos concentramos no padrão PG-13.” Essa declaração ressalta o papel central que o feedback dos pais desempenha na formulação das políticas de segurança da plataforma.

A Meta, conglomerado que detém não apenas o Instagram, mas também Facebook, WhatsApp e Messenger, tem um histórico de longa data em lidar com inquietações sobre os efeitos de suas aplicações em crianças e jovens. Desde 2008, a empresa tem reiterado promessas de proteger menores de conteúdo inadequado. O CEO da empresa, Mark Zuckerberg, enfrentou diversos questionamentos de parlamentares sobre a segurança infantil, e a corporação atualmente é ré em processos judiciais, tanto em esferas estaduais quanto federais, sob a acusação de prejudicar usuários ao oferecer produtos com potencial viciante para o público jovem.

Com um público de centenas de milhões de usuários adolescentes, o Instagram considera que essas medidas recém-anunciadas figuram entre as modificações mais impactantes em sua política de moderação de conteúdo para jovens, seguindo uma revisão realizada no ano anterior. As alterações anteriores incluíam a definição de contas de usuários com menos de 18 anos como privadas por padrão, assegurando que apenas seguidores aprovados pudessem visualizar suas publicações.

Imagem: www1.folha.uol.com.br

As atualizações de segurança implementadas em 2024 já haviam restringido o tipo de material exibido nos feeds dos adolescentes. Agora, as novas determinações anunciadas nesta terça-feira visam dificultar ativamente o acesso a conteúdo de teor adulto e a interação com contas específicas. O aplicativo também introduzirá uma opção intitulada “Conteúdo Limitado”, que permitirá aos pais ativar um nível de restrição ainda maior do que o padrão PG-13 para o perfil de seus filhos.

Além das proteções relacionadas a feeds e perfis, estas medidas também representam uma das primeiras grandes atualizações de segurança da Meta especificamente direcionadas a chatbots de inteligência artificial. Tais ferramentas têm sido objeto de críticas severas devido a interações consideradas prejudiciais com usuários, incluindo casos com menores. No Instagram, a empresa mantém “personagens de IA” – chatbots com personalidades fictícias projetadas para conversas. A Meta asseverou que esses bots serão programados para “não dar respostas inadequadas para a idade” e evitar comentários que estariam fora dos padrões de um filme classificado como PG-13.

A classificação PG-13 no cinema é concedida após um painel de pais votar sobre a adequação do filme para crianças, em conformidade com as diretrizes da Motion Picture Association (MPA). Para desenvolver sua nova política de moderação de conteúdo no Instagram, a empresa seguiu um procedimento semelhante, organizando painéis com milhares de pais. Estes painéis avaliaram diversos conteúdos da plataforma, determinando quais seriam apropriados sob a ótica do padrão PG-13. A empresa também garantiu que utilizará ferramentas avançadas de inteligência artificial para examinar e moderar o material disponibilizado aos adolescentes, demonstrando seu comprometimento com o tema da segurança infantil online em meio a esforços globais por maior proteção digital.

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A adoção do sistema de classificação PG-13 pelo Instagram e a extensão dessas restrições para seus chatbots de IA marcam uma intensificação nas ações da Meta para criar um ambiente mais seguro para usuários adolescentes. Essa iniciativa reflete a crescente demanda por responsabilidade das plataformas digitais e um esforço para equilibrar inovação tecnológica com a proteção de públicos vulneráveis. Para mais notícias e análises sobre como a tecnologia molda nossa sociedade e as políticas de proteção digital, continue acompanhando a nossa editoria em Hora de Começar.

Crédito da imagem: Olivier Douliery – 17.set.21/AFP