O **Festival MANA Belém**, reconhecido como o maior encontro de mulheres da música na Amazônia, acaba de anunciar a abertura de inscrições online e gratuitas para sua extensa programação de atividades formativas. Entre os dias 25 e 27 de setembro de 2025, o Parque da Residência, na capital paraense, será palco de mais de dez eventos que incluem oficinas, painéis e bate-papos enriquecedores. A expectativa é que o festival evidencie a notável riqueza e diversidade musical da região, com participações de ícones como Dona Onete, Viviane Batidão e Djuena Tikuna.
Com um aguardado reencontro presencial após três anos, o Festival MANA celebra sua retomada com uma programação robusta que se estende por mais de 30 atrações, incluindo shows inéditos, mostras de cinema, exposições de artes visuais e uma vibrante feira criativa. Esta parte artística ocorrerá de 24 a 28 de setembro. A proposta do evento é promover uma troca de experiências sem precedentes, conectando a força das artistas indígenas às renomadas mestras da cultura popular, perpassando pelos inovadores ritmos do tecnobrega, o dinamismo do pop e as promissoras novas vozes que surgem no efervescente mercado musical, atravessando gerações e estilos diversos.
Para além dos palcos e shows inéditos que compõem sua grade artística, o Festival MANA consolida-se como um hub de aprendizado e debate profundo sobre os desafios e oportunidades do setor musical, direcionado à mulher amazônida.
Inscrições Abertas: Festival MANA Belém Celebra Mulheres da Música
A iniciativa visa empoderar e profissionalizar a atuação feminina na indústria da música, com um olhar especial para as particularidades e riquezas da região amazônica, fortalecendo redes e abrindo portas para novos talentos. A dimensão formativa do evento, em particular, reflete o compromisso de capacitar e inspirar, solidificando o espaço das mulheres no cenário cultural.
Capacitação Profissional: Oficinas para o Mercado da Música
A programação formativa do Festival MANA foi criteriosamente desenhada para criar uma ponte vital entre artistas independentes, mestras da cultura popular, pesquisadoras e os profissionais do mercado musical em âmbito nacional. Cada oficina é uma oportunidade de aprimoramento em áreas estratégicas:
A oficina “Como montar seu pitch para festivais”, ministrada por Claudia Assef e Monique Dardenne, foi criada especificamente para artistas e bandas que buscam dominar a arte de apresentar seus projetos de forma concisa, impactante e convincente. O treinamento abrange desde a estruturação de uma narrativa cativante até as melhores práticas de comunicação em ambientes de grande competitividade, sendo fundamental para quem almeja destaque em grandes eventos culturais e festivais de música.
Em “Criação de storytelling e narrativas amazônicas para projetos de música”, Karla Martins convida os participantes a uma imersão na construção de histórias autênticas e enraizadas na rica tapeçaria cultural da Amazônia. A proposta é desenvolver projetos musicais que reflitam a identidade e as singularidades da região, transformando suas essências em elementos poderosos de comunicação e arte.
Com o título “Como criar uma marca forte na música?”, a oficina de Fernanda Paiva aborda a crucial temática da identidade artística e as mais eficazes estratégias de presença digital. É um guia para construir e solidificar a imagem de artistas e projetos, maximizando seu alcance e impacto em um mercado cada vez mais dependente das plataformas digitais e do posicionamento online.
Já a oficina “As músicas estão prontas, e agora? Como colocar nas plataformas?”, conduzida por Renata Gomes da ONErpm, desvenda os passos essenciais para a distribuição digital de obras musicais e o lançamento profissional de carreiras e projetos. Desde os meandros técnicos até as estratégias de mercado, a capacitação é indispensável para quem busca navegar com sucesso no universo da música digital e alcançar novos públicos.
Diálogos Abrangentes: Diversidade e o Futuro da Música Amazônica
Além das oficinas, os painéis e debates são pilares centrais da programação do Festival MANA 2025, oferecendo profundidade e reflexão sobre temas como identidade, diversidade cultural e as projeções futuras para o panorama musical da Amazônia. Estes encontros fomentam discussões cruciais e propiciam o intercâmbio de perspectivas valiosas.

Imagem: g1.globo.com
No dia 25 de setembro, a quinta-feira se inicia no Teatro Gasômetro com o painel “TecnoBrega, a música eletrônica do Pará”, que conta com a presença de Viviane Batidão, DJ Méury e Keila. Este debate aprofunda a singularidade e a evolução desse gênero que transcendeu as fronteiras regionais, tornando-se um fenômeno da cultura pop brasileira. Em seguida, “A música da Amazônia não é só o Pará”, com Djuena Tikuna, Nat/Esquema e Gabriê, lança luz sobre a vasta riqueza musical para além do estado, ressaltando a diversidade cultural presente nos múltiplos ecossistemas e povos da região amazônica. A tarde encerra-se com o significativo encontro “As Mestras da Música são Mestras da Vida”, reunindo as renomadas Dona Onete, Mestra Iolanda do Pilão e Mestra Bigica em um diálogo histórico mediado pela jornalista Jalília Messias, que destaca o legado e a sabedoria dessas figuras icônicas.
A sexta-feira, dia 26 de setembro, será dedicada aos desafios inerentes ao mercado da música, abrindo com o painel “Festivais de música falam de diversidade, mas na prática é verdade?”. Com Flor de Mururé, Fernanda Paiva e Monique Dardenne, o debate confronta a retórica com a realidade das políticas de inclusão em grandes eventos. Mais tarde, o painel “Estratégias para o lançamento de um álbum”, com a participação de Raidol, Zaynara e Rebeca Lindsay, oferece insights práticos sobre as complexidades e táticas envolvidas no processo de disponibilização de novas obras musicais no cenário competitivo atual.
O sábado, 27 de setembro, terá foco em perspectivas internacionais e questões climáticas. O painel “A música da Amazônia no mundo: festivais internacionais pra ficar de olho” reunirá especialistas como Leca Guimarães (Lollapalooza), Priscila Melo e Ana Paula Paulino, que explorarão as oportunidades de visibilidade global para artistas da região. A relevância da arte em pautas socioambientais é abordada em “Cultura e clima: como a arte pode ter papel fundamental neste debate”, com Joelma Klaudia, Vall Munduruku e Karla Martins, que discutirão a capacidade da expressão artística de engajar e conscientizar. Encerrando os debates, o painel “Todos querem falar de Amazônia na COP30, mas os amazônidas estão liderando esse debate?” traz para a mesma mesa Ursula Vidal, Roberta Carvalho e a Cacica Juma Xipaia, em uma discussão vital sobre a autonomia e a voz dos povos da Amazônia em diálogos globais de grande envergadura, como a COP30.
Roberta Carvalho, que atua como artista visual e co-diretora do Festival MANA, enfatiza a relevância inegável do segmento formativo e dos encontros programados: “O MANA vai além do palco. Nosso objetivo é consolidar redes, criar pontes e contribuir para a profissionalização das mulheres no mercado da música e das artes. Mais do que formar, queremos criar espaços de escuta e troca que transformam trajetórias.” Sua visão corrobora o caráter transformador do evento, que transcende a mera celebração musical para buscar deixar um legado duradouro de empoderamento e avanço na cena cultural da Amazônia e do Brasil. Este comprometimento sublinha o Festival MANA como um catalisador para o desenvolvimento artístico e profissional das mulheres da região.
As inscrições para a programação formativa, assim como detalhes completos da programação artística e demais informações, estão disponíveis através das plataformas oficiais do evento. A participação nesses eventos formativos é uma oportunidade valiosa para profissionais e entusiastas da música se conectarem, aprenderem e contribuírem para o vibrante ecossistema cultural amazônico. O fomento à cultura na Amazônia é um tema de crescente interesse, impulsionando a visibilidade e o desenvolvimento artístico local, conforme abordado por iniciativas do Ministério da Cultura, o que evidencia a importância de eventos como o Festival MANA.
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Com uma programação tão vasta e significativa, o Festival MANA Belém 2025 promete ser um marco na valorização e profissionalização das mulheres na música amazônica. Para os interessados em participar ou acompanhar de perto, as inscrições e detalhes da agenda estão disponíveis online. Mantenha-se informado sobre este e outros eventos culturais em Belém e no Brasil, explorando as novidades da nossa editoria de Cidades.
Foto: Divulgação/MANA
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