O influenciador e empresário Gabriel Spalone, de 29 anos, foi detido pela Polícia Federal no Panamá na noite da última sexta-feira, 26 de abril. A prisão ocorreu no âmbito de investigações sobre um esquema fraudulento que teria movimentado **R$ 146 milhões via PIX**. Spalone, que acumulava mais de 800 mil seguidores em sua conta no Instagram, estava foragido das autoridades brasileiras desde a terça-feira, 23 de abril, após a deflagração da Operação Dubai pela Polícia Civil de São Paulo.
As apurações indicam que o suspeito é proprietário de diversas fintechs e é alvo de investigações que o ligam a uma intrincada rede de desvio de valores. A fuga do influenciador culminou em sua interceptação pelas autoridades panamenhas, marcando um avanço significativo nas diligências. Durante o período em que esteve evadido, o empresário buscou cruzar fronteiras internacionais numa tentativa de se esquivar da Justiça, detalhando uma complexa logística de viagens.
Influenciador Preso no Panamá por Fraude de R$ 146 Milhões Via PIX
De acordo com as informações apuradas, Gabriel Spalone é investigado pela suposta participação ativa em um ardil financeiro que ocasionou um prejuízo de R$ 146 milhões, afetando um banco e diversas empresas vítimas das transferências ilegais. Em suas plataformas sociais, Spalone frequentemente declarava residir em Dubai, embora mantivesse também residências na capital paulista. Ele é apontado como proprietário de companhias como Dubai Cash e Next Trading Dubai, que se apresentam no mercado como fintechs especializadas em serviços de pagamentos e investimentos, com promessas de atuação tanto no Brasil quanto no exterior, configurando a base de suas operações e o cerne das suspeitas.
A Fuga Internacional e a Prisão no Panamá
As investigações detalham o roteiro de fuga do influenciador após sua saída do Brasil. Gabriel Spalone dirigiu-se primeiramente ao Paraguai. Dali, adquiriu uma passagem aérea com destino a Nova York, nos Estados Unidos, que incluía uma escala estratégica no Panamá. O objetivo declarado dessa travessia, conforme informado pela polícia, seria alcançar Dubai, nos Emirados Árabes Unidos. Contudo, ao aterrissar em solo panamenho, Spalone modificou seus planos e, ao invés de prosseguir para Nova York, comprou uma nova passagem com destino à Holanda. Foi precisamente neste instante, enquanto se preparava para embarcar rumo à Europa, que foi interceptado e detido pela Polícia Federal.
As autoridades competentes já emitiram a orientação para que o empresário seja submetido à extradição. Inicialmente, ele será transferido para o Paraguai, país por onde sua tentativa de evasão se iniciou. Em um segundo momento, conforme os protocolos estabelecidos, Spalone será encaminhado ao Brasil para responder perante a Justiça pelos delitos pelos quais é investigado. Essa medida reflete a cooperação internacional na perseguição e captura de indivíduos suspeitos de crimes financeiros.
O Esquema Financeiro por Trás da Operação Dubai
O epicentro da fraude, que mobilizou a Polícia Civil de São Paulo na Operação Dubai, concentra-se em movimentações atípicas detectadas por uma instituição bancária em 26 de fevereiro de 2025. Neste dia, em um intervalo de tempo notavelmente curto, entre 4h23 e 9h47, foram realizadas um total de 607 transferências utilizando o sistema PIX, que somaram a expressiva quantia de R$ 146,5 milhões. As transações, consideradas ilícitas e categorizadas como “PIX indireto”, tiveram origem em dez contas bancárias vinculadas a uma empresa parceira da instituição financeira lesada.
Graças à celeridade e eficácia da reação do banco afetado, foi possível recuperar mais de R$ 100 milhões do montante desviado. No entanto, o prejuízo restante, que ascende a R$ 39 milhões, ainda permanece sem recuperação e impacta diretamente o próprio banco e as empresas correntistas que foram alvos do esquema. Esta modalidade de fraude ressalta a importância de mecanismos robustos de segurança e monitoramento contínuo das operações bancárias, especialmente diante da popularização das transações digitais rápidas como o PIX. Para compreender mais sobre a dinâmica dos crimes cibernéticos no cenário atual, é relevante consultar dados sobre a crescente onda de golpes no ambiente virtual, conforme alertado por federações bancárias.

Imagem: g1.globo.com
Outros Envolvidos e Posição da Defesa
A Operação Dubai não se restringiu à prisão de Gabriel Spalone. Outros dois indivíduos, identificados como Guilherme Sateles Coelho e Jesse Mariano da Silva, também foram detidos em São Paulo e Campinas, respectivamente, em cumprimento a mandados judiciais. As investigações sugerem que esses suspeitos teriam se beneficiado de aproximadamente R$ 75 milhões provenientes do mesmo esquema criminoso, consolidando a suspeita de uma organização maior por trás das fraudes financeiras. A complexidade do caso demanda um esforço coordenado para desvendar todos os elos e responsabilidades na cadeia dos delitos.
A Secretaria da Segurança Pública (SSP) de São Paulo emitiu uma nota oficial sobre a operação. Segundo a SSP, policiais do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), por meio da 1ª Delegacia da Divisão de Crimes Cibernéticos (DCCiber), desencadearam a Operação Dubai visando desarticular um grupo responsável pelo desvio de mais de R$ 146 milhões através de fraudes via PIX. A nota confirma a prisão de dois homens por furto mediante fraude e associação criminosa. Além dos mandados de prisão, a operação resultou no cumprimento de mandados de busca e apreensão em diversos locais. A investigação demonstrou que os criminosos teriam utilizado credenciais de uma empresa prestadora de serviços para subtrair valores de uma entidade bancária em fevereiro do corrente ano, detalhando o modus operandi da ação delituosa.
Em contraponto às acusações e às ações policiais, a defesa de Gabriel Spalone, em manifestação realizada na terça-feira (23), declarou a inocência do influenciador, descrevendo-o como um “empresário idôneo”. Os advogados também afirmaram que Spalone não havia sido formalmente intimado a prestar depoimentos ou comunicado sobre a existência do mandado de prisão em seu nome. A posição da defesa destaca uma contestação aos procedimentos legais e à culpabilidade imputada ao cliente, introduzindo um elemento de controvérsia ao processo.
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Este incidente ressalta a complexidade e a extensão das fraudes financeiras no ambiente digital, especialmente as que envolvem transações via PIX. A prisão de Gabriel Spalone e o avanço da Operação Dubai demonstram a vigilância contínua das autoridades para coibir crimes de alta relevância econômica. Para acompanhar mais análises e notícias sobre tendências em crimes financeiros digitais e o impacto econômico dessas operações no país, convidamos você a continuar explorando nossa editoria de Economia.
Crédito da imagem: Reprodução/Arquivo pessoal
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