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** Incêndio Chapada dos Veadeiros: Brigadistas combatem chamas

** Desde o último domingo, dia 28 de maio, intensas equipes de brigadistas estão mobilizadas para enfrentar uma série de focos de incêndio na Chapada dos Veadeiros, em Goiás. A rápida propagação das chamas representa uma grave ameaça a diversas áreas, impactando não apenas o meio ambiente, mas também a população de cinco municípios da […]

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Desde o último domingo, dia 28 de maio, intensas equipes de brigadistas estão mobilizadas para enfrentar uma série de focos de incêndio na Chapada dos Veadeiros, em Goiás. A rápida propagação das chamas representa uma grave ameaça a diversas áreas, impactando não apenas o meio ambiente, mas também a população de cinco municípios da região. A preocupação aumenta a cada dia entre os moradores e especialistas em conservação ambiental, enquanto os esforços para conter a destruição se intensificam.

As chamas já se estenderam por uma vasta área, deixando um rastro de destruição em pastagens e vegetação nativa. Ao amanhecer, a dimensão do estrago revela paisagens irreconhecíveis. Os municípios diretamente afetados por esses focos de incêndio são Minaçu, Teresina de Goiás, Niquelândia, Monte Alegre de Goiás e Cavalcante. Nestas localidades, tanto a flora quanto a fauna sofrem com a devastação, e a rotina dos habitantes foi profundamente alterada pela proximidade do fogo.

Incêndio Chapada dos Veadeiros: Brigadistas combatem chamas

Em Cavalcante, por exemplo, a aposentada Flávia Maria Ribeiro vivencia de perto a angústia imposta pelo avanço do fogo. Sua propriedade serve de refúgio para animais resgatados pelo Ibama, incluindo duas antas que chegaram ao local ainda filhotes e que necessitam de cuidados específicos para se reabilitar e retornar à vida selvagem. Flávia expressa profundo receio pelo destino desses animais, que correm o risco de ter seu processo de adaptação interrompido, caso o fogo force uma soltura precipitada.

“O certo é que eles sejam soltos apenas com colares de monitoramento. E a gente fazer isso de uma forma branda”, explicou Flávia Maria Ribeiro. Questionada sobre a iminência da ameaça, ela reiterou a dura realidade: “Eles terão que ser soltos.” A soltura sem a devida preparação ou monitoramento adequado poderia comprometer seriamente a sobrevivência dos animais em seu habitat natural. Mesmo com a cidade de Cavalcante não sendo diretamente ameaçada pelas chamas em suas áreas urbanas, a extensão do município e os impactos ambientais na biodiversidade são de grande preocupação para a comunidade local.

A Importância Vital do Cerrado e os Riscos dos Incêndios

A Chapada dos Veadeiros está inserida no bioma Cerrado, uma das savanas mais ricas em biodiversidade do mundo, e também um dos ecossistemas mais ameaçados do Brasil. O território que compreende os focos de incêndio atuais representa uma das poucas áreas ainda relativamente preservadas desse bioma. A destruição dessa vegetação nativa tem consequências severas que vão além da perda local, afetando a segurança hídrica de todo o país.

De acordo com Tasso Azevedo, coordenador-geral do MapBiomas, o Cerrado desempenha um papel fundamental no ciclo da água. “Se a Amazônia é como se fosse o chuveiro, o lugar onde forma a chuva, o Cerrado é como se fosse a caixa d’água”, explicou Azevedo. Ele complementa que é nessa região que a água se acumula para ser posteriormente distribuída para as bacias hidrográficas que abastecem grande parte do território nacional. A perda da vegetação nativa, causada por incêndios florestais como os que assolam a Chapada dos Veadeiros, diminui significativamente essa capacidade de armazenamento hídrico, tornando o bioma Cerrado “essencial para a segurança hídrica do país”. Para aprofundar a compreensão sobre a conservação do Cerrado e outras ações, acesse informações do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), um dos principais órgãos de proteção ambiental no Brasil.

A devastação ambiental afeta diretamente também as comunidades tradicionais, como a quilombola Kalunga. Nesta região, quatro focos de incêndio exigem combate prioritário, dado o valor cultural e a subsistência extrativista dos moradores. Adriano Paulino, presidente da Associação Quilombola do Engenho, alertou para as perdas irremediáveis que o fogo causa, especialmente em épocas críticas de estiagem. “Quando chega um foco de incêndio, começa a queimar, ainda mais em uma época crítica dessa, o fogo acaba afetando tanto nós no extrativismo quanto a vida no Cerrado, os animais que são queimados não têm mais volta”, lamentou Paulino, destacando o impacto direto na vida selvagem e nas práticas de sustento das famílias quilombolas.

O Desafio Diário dos Brigadistas contra as Chamas

O trabalho incessante dos brigadistas é agravado por condições climáticas extremas e pela complexidade do terreno. Ventos fortes, que potencializam a dispersão das chamas, e a umidade do ar frequentemente abaixo dos 20% – nível considerado crítico pelas autoridades de saúde e segurança – dificultam não só o avanço das equipes até as linhas de fogo, mas também a eficiência do combate. Luciano Alves dos Santos, um dos brigadistas em campo, descreve o cansaço que assola as equipes. “A gente já está um pouco desgastado também. Dá um tempo, pega uma energia de novo, trabalha para combater o fogo”, afirmou ele, ressaltando a dedicação incansável desses profissionais.

** Incêndio Chapada dos Veadeiros: Brigadistas combatem chamas - Imagem do artigo original

Imagem: g1.globo.com

A partir da tarde de quinta-feira, dia 2 de maio, os brigadistas passaram a contar com um suporte aéreo fundamental: um helicóptero do Ibama foi incorporado às operações. Esse recurso é crucial para áreas de difícil acesso, caracterizadas por muitas montanhas e vegetação densa na Chapada dos Veadeiros. Cássio Tavares, coordenador da brigada do Prevfogo/GO, explicou a importância do auxílio aéreo: “É uma área de difícil acesso, com muitas montanhas. Então, ele agiliza o tempo para a gente poder pegar brigadista em um ponto e levar para o outro”, otimizando a logística e a resposta em situações emergenciais.

Prevenção e Investigação: Prioridades do Cenário Atual

Outro ponto de intensa preocupação é proteger o Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros. Embora o parque continue operando normalmente para os visitantes, todos os esforços estão concentrados em evitar que o incêndio atinja essa área de conservação primordial, reconhecida como Patrimônio Mundial pela UNESCO. As equipes trabalham incansavelmente nas adjacências do parque para estabelecer barreiras e realizar ações preventivas.

Autoridades como o Ibama e o ICMBio afirmaram que a origem dos focos de **incêndio na Chapada dos Veadeiros** se deu por ação humana. No entanto, a prioridade máxima agora é controlar as chamas. Somente após a completa contenção e extinção dos incêndios será iniciada uma investigação aprofundada para determinar se o fogo teve um caráter criminoso ou foi resultado de um incidente acidental. O levantamento completo das causas é essencial para responsabilização e para implementação de medidas mais eficazes de prevenção no futuro.

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Em suma, os desafios para conter os focos de incêndio na Chapada dos Veadeiros são imensos, exigindo a união de esforços de brigadistas, autoridades e comunidade. A proteção desse ecossistema vital é crucial não apenas para Goiás, mas para a segurança hídrica e ambiental de todo o Brasil. Para continuar acompanhando de perto os desenvolvimentos sobre este e outros temas urgentes no estado, acesse a editoria de Goiás em nosso portal.

Foto: Jornal Nacional/ Reprodução

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