Idosa ferida por fios soltos em Divinópolis: reimplante sem sucesso

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A cirurgia para reimplantar os dedos da idosa ferida por fios soltos em Divinópolis, Maria Aparecida Santos, 69 anos, não obteve sucesso. A confirmação foi dada nesta segunda-feira (20) por seu filho, Júlio César dos Santos, em entrevista ao g1. A mulher teve parte dos dedos da mão esquerda decepada em um grave incidente ocorrido na cidade mineira, detalhando um cenário preocupante de fiação irregular que tem afetado a população local.

A vítima, que permanece internada no Complexo de Saúde São João de Deus, sofreu o acidente na manhã da última sexta-feira (17). O incidente ocorreu especificamente na Rua Duque de Caxias, em sua confluência com a Rua Castro Alves, no Bairro Catalão, local já conhecido pelos moradores como palco de problemas com a infraestrutura de cabeamento aéreo.

Idosa ferida por fios soltos em Divinópolis: reimplante sem sucesso

Segundo o relato de testemunhas e do próprio filho, Maria Aparecida Santos retornava de uma padaria, carregando uma sacola de compras, quando se viu enroscada em cabos de fibra óptica que estavam soltos e pendurados nas proximidades da calçada. Esses cabos se estenderam pela rua, e, conforme Júlio, foram tracionados por um veículo que passava no momento. “Ela tropeçou, pisou nesses cabos soltos. Nesse momento, já embolado, um dos cabos se enrolou no pé esquerdo dela e, por impulso, ela se agachou e levou a mão até os cabos para retirar. Como o cabo estava atravessando a rua, algum carro passou e esticou esse cabo. Consequentemente, esfacelou as pontas dos dedos dela”, explicou Júlio César sobre a dinâmica do acidente.

As lesões foram graves: Maria Aparecida teve as pontas dos dedos indicador, médio, anelar e mínimo da mão esquerda decepadas. Além disso, a queda provocou uma fratura no fêmur. Embora os médicos tenham envidado esforços para o reimplante dos dedos, o procedimento infelizmente não conseguiu o êxito esperado. Júlio César confirmou: “Infelizmente o reimplante ou reconstituição dos dedos não foram possíveis”, demonstrando a angústia da família diante da complexidade da situação e das limitações impostas pela tragédia.

Cozinheira em um restaurante que administra com sua filha, Maria Aparecida é descrita pela família como uma mulher bastante ativa e com grande paixão pelo seu trabalho. A impossibilidade de reverter as lesões impacta diretamente seu modo de vida. “Ela se sente muito realizada com o projeto de vida dela. Vai sentir mais falta disso — não pela questão financeira, mas por ficar limitada das funções”, lamentou o filho, ressaltando que as consequências do acidente vão além do trauma físico e afetarão profundamente a autonomia e a realização pessoal da idosa.

Problema Recorrente e Preocupação no Bairro Catalão

O incidente com Maria Aparecida expôs novamente uma problemática antiga e preocupante para os moradores do Bairro Catalão. Segundo os residentes, a presença de fios soltos e emaranhados nas calçadas e vias é um risco constante e já foi responsável por outros acontecimentos perigosos. Ana Carolina Anunciação de Avelar, que reside na esquina onde o acidente ocorreu, relatou um episódio anterior: “Eu moro na esquina. Dá para ver o emaranhado de fios. Um caminhão virou e arrebentou tudo na hora, e perdi o sinal da internet. E não dá para fazer nada”, destacou, ilustrando a fragilidade da infraestrutura e a passividade frente ao problema.

Valdete Silva, outra moradora, compartilhou uma experiência pessoal em que por pouco não se feriu: “O fio estava na passagem e eu embaracei o pé. Se não fosse o poste, eu teria caído”, evidenciando que a negligência na manutenção da fiação expõe os pedestres a quedas e outros acidentes. O padeiro Joaquim Pereira, também morador da área, reforça a gravidade da situação. “A situação aqui é cada dia mais complicada. A gente precisa que alguém resolva, porque Divinópolis não aguenta mais. A cada esquina que a gente anda, o perigo está aí. Do jeito que está, não pode continuar”, clamou o padeiro, expressando um sentimento de impotência e urgência compartilhado por muitos.

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Imagem: g1.globo.com

Respostas da Prefeitura e da Cemig sobre a Fiação Irregular

Diante da repercussão do caso de Maria Aparecida Santos em Divinópolis, as autoridades locais e a empresa responsável pela distribuição de energia se pronunciaram. A Prefeitura de Divinópolis informou ter identificado a companhia provedora do cabo que causou o ferimento da idosa, mas optou por não divulgar o nome da empresa em questão. A administração municipal assegurou que está prestando assistência à vítima e que realiza fiscalizações periódicas e retiradas de fiação considerada irregular para tentar minimizar os riscos na cidade.

Em nota oficial, a Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) esclareceu que a responsabilidade pela adequação e remoção de cabos em situação irregular, sobretudo os de telecomunicações, cabe exclusivamente às prestadoras de serviços. Esta prerrogativa segue as normativas estabelecidas pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). A Cemig reitera que não executa a retirada desses cabos e que, ao receber denúncias sobre infraestruturas irregulares, sua ação se restringe a notificar as empresas envolvidas para que tomem as providências cabíveis. Para mais detalhes sobre as responsabilidades regulatórias da distribuição e do uso de postes para serviços de telecomunicações, pode-se consultar o portal da Aneel.

O acidente em Divinópolis acende um alerta sobre a segurança pública e a manutenção da infraestrutura urbana. A reescrita desta notícia objetiva detalhar os fatos e o contexto que culminaram na triste condição de Maria Aparecida, mantendo o tom jornalístico e informativo, sem juízo de valor pessoal. É um convite para que leitores acompanhem a evolução deste caso e outras notícias relevantes sobre a gestão e fiscalização em suas editorias.

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Crédito da imagem: Reprodução/Redes Sociais

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