O caso da Heroína de Incêndio Transferida para Hospital de Queimados ganhou um novo capítulo nesta sexta-feira (17), com a chegada de Juliane Vieira ao Hospital Universitário (HU) de Londrina. A advogada de 28 anos, reconhecida por sua bravura ao salvar a mãe e um primo de um incêndio devastador em Cascavel, agora receberá tratamento em uma unidade hospitalar referência no estado para cuidados com queimados.
Juliane Vieira, cuja ação destemida a levou a se pendurar em um suporte de ar-condicionado no 13º andar de um prédio em Cascavel para realizar o resgate de seus familiares, estava previamente internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Universitário do Oeste do Paraná (HUOP), na mesma cidade do oeste paranaense onde o incidente ocorreu. A paciente sofreu queimaduras em aproximadamente 70% do corpo e inalou uma quantidade considerável de fumaça, tornando sua **transferência para o hospital de queimados** de Londrina crucial para a continuidade de seu tratamento e recuperação.
Heroína de Incêndio Transferida para Hospital de Queimados
O processo de deslocamento da advogada **Juliane Vieira**, vitima do incêndio, mobilizou uma complexa operação. Ela deixou a UTI em Cascavel por volta das 12h50, recebendo acompanhamento especializado de uma ambulância do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). De Cascavel, foi transportada por via aérea através de um avião da Secretaria de Estado de Saúde (Sesa-PR), pousando em Londrina às 13h50 e sendo admitida no Hospital Universitário local às 14h18. É importante mencionar que a operação de transferência da paciente do HUOP para o Hospital Universitário de Londrina havia sido adiada na quinta-feira (16) devido às condições climáticas desfavoráveis.
O Hospital Universitário do Oeste do Paraná não divulgou detalhes sobre o estado de saúde específico da advogada, conforme determinações da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD). Entretanto, sua determinação em salvar sua mãe, de 51 anos, e um primo de apenas quatro anos de idade destaca o magnitude de seu ato heroico durante a emergência que resultou no incêndio no apartamento em que viviam.
Detalhes do Incêndio e do Dramático Resgate
O incêndio que motivou a corajosa ação de Juliane Vieira começou na manhã da última quarta-feira (15). O fogo irrompeu em um apartamento localizado no 13º andar de um edifício situado no cruzamento das ruas Riachuelo e Londrina, no bairro Country, em Cascavel. Trabalhadores de uma obra vizinha ao prédio foram os primeiros a avistar as chamas e prontamente alertaram o porteiro do condomínio.
A intervenção rápida do porteiro do condomínio foi fundamental para a segurança dos moradores. Ele agiu ao informar os residentes sobre a situação, cortou o fornecimento de gás e energia elétrica do prédio, e ativou o alarme de incêndio, permitindo a evacuação dos moradores. Contudo, no apartamento incendiado, Juliane, sua mãe e o primo pequeno estavam todos dormindo quando o incêndio iniciou. A prima de Juliane, que é mãe da criança e também reside no imóvel, não estava presente, pois havia saído para ir à academia.
Imagens marcantes, amplamente divulgadas nas redes sociais, mostram Juliane do lado externo do prédio, em uma situação de extremo perigo, posicionada sobre um suporte de ar-condicionado, enquanto realizava o arriscado salvamento da mãe e do primo. Após a árdua e bem-sucedida tarefa de retirar os familiares pela janela, a própria Juliane foi, por fim, resgatada pelas equipes do Corpo de Bombeiros. Enquanto outros moradores evacuavam o prédio em segurança, as chamas foram finalmente controladas. O apartamento, que ficou completamente destruído, foi isolado para a realização de uma inspeção técnica aprofundada.
No início da tarde do mesmo dia do incêndio, uma equipe de perícia atuou no local para apurar as causas. Conforme o perito Rodrigo Cavalcante de Oliveira Neves, a suspeita inicial é de que o fogo tenha se originado de forma acidental entre a cozinha e a sala do apartamento. A previsão é que o laudo final sobre as causas do incidente seja concluído em aproximadamente dois meses.
O Essencial Apoio da Vizinhança no Momento do Resgate
A dramática situação do resgate de **Juliane Vieira** e seus familiares ganhou um alicerce de solidariedade com a fundamental ajuda dos vizinhos, que foram cruciais para o êxito em retirar a mãe e o primo da advogada pelo apartamento inferior. Patrick de Andrade, um dos vizinhos que participou ativamente da ação, relatou o temor constante de que Juliane pudesse, a qualquer momento, cair.
“Ela estava pendurada e escorada na caixa de ar-condicionado. Era visível que estava muito cansada, mas conseguia se manter firme. Nosso principal trabalho foi mais de tranquilizá-la e dar suporte psicológico, pois o grande medo era que ela tentasse descer por conta própria, não conseguíssemos alcançá-la e ela acabasse caindo”, descreveu Patrick. Ele e sua esposa, que residem no mesmo andar do incêndio, estavam se preparando para o trabalho quando foram alertados pelos gritos de socorro.

Imagem: g1.globo.com
Ao chegarem ao corredor, eles se depararam com uma densa fumaça preta emanando do apartamento vizinho, cuja porta estava trancada. Somente quando uma das moradoras do imóvel conseguiu destrancá-lo, a proporção e a violência do fogo se tornaram plenamente evidentes. “Tentamos socorrer com extintores que tínhamos, mas as chamas já estavam em um nível muito alto. Foi então que passamos a acordar os outros vizinhos. Consegui pegar meu cachorro e acabei inalando um pouco de fumaça, mas, felizmente, estou bem. Nós só conseguimos ajudar efetivamente as pessoas que conseguiram sair pela janela, para o andar de baixo. Foi tudo muito rápido e contou com o envolvimento de um grande número de pessoas”, concluiu Patrick, ressaltando o esforço coletivo.
Situação de Outros Feridos e o Perfil da Paciente Central
Além da própria **Juliane Vieira**, outras pessoas sofreram ferimentos de variada gravidade devido ao incêndio. Sueli, mãe de Juliane, de 51 anos, sofreu queimaduras graves no rosto, nos braços, nas pernas e inalou grande quantidade de fumaça, resultando também em queimaduras nas vias respiratórias. Ela está recebendo tratamento no Hospital São Lucas, em Cascavel. Na manhã da última sexta-feira, a unidade hospitalar informou que Sueli permanecia sedada, entubada e em estado grave na UTI, com uma nova broncoscopia agendada para sábado (18).
O menino de 4 anos, filho da prima de Juliane, teve queimaduras no quadril, nas pernas, nas mãos e no rosto, além de também ter inalado fumaça. Ele foi transferido para o Hospital Evangélico Mackenzie, em Curitiba, onde já passou por procedimentos médicos essenciais para o tratamento das áreas queimadas e se encontra internado na UTI pediátrica, conforme a atualização mais recente divulgada na sexta-feira.
Um bombeiro envolvido diretamente no resgate também foi ferido, sofrendo queimaduras de 1º, 2º e 3º grau nos braços, nas mãos e em parte das costas, e permanece hospitalizado. Outro bombeiro, por sua vez, teve queimaduras nas mãos, mas já recebeu alta hospitalar.
A paciente central desta reportagem, Juliane Vieira, é advogada de profissão e reside em Cascavel. Jeferson Espósito, amigo próximo da vítima, destaca seu perfil. “A Ju sempre foi uma pessoa muito prática, com uma forte inclinação para resolver as coisas. E o fato de ter salvado a mãe e o primo resume de forma muito clara quem ela realmente é”, afirma. O amigo também ressalta outra característica marcante de Juliane: sua notável capacidade de superar situações difíceis. “Já vi a Ju passar por dias realmente difíceis, daqueles em que a vontade era apenas ficar na cama, sem enxergar muito sentido no caminho que estava trilhando. Mas era sempre questão de tempo até que ela conseguisse recalcular a rota e seguir em frente”, acrescenta Jeferson. Juliane é uma praticante assídua de crossfit e gosta de compartilhar nas redes sociais sua rotina de exercícios físicos e hábitos de vida saudáveis. “Ela adora treinar, sair com os amigos, aproveitar o ar livre. Mas também sabe apreciar o silêncio, ter seu canto e dedicar-se aos momentos com a família”, detalha Jeferson Espósito. Durante o incêndio, o cachorrinho de Juliane, Barthô, também foi resgatado e, felizmente, não sofreu nenhum ferimento.
Para mais informações sobre o tratamento e prevenção de queimaduras, você pode consultar recursos da Sociedade Brasileira de Queimaduras.
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A saga de Juliane Vieira, com sua coragem em meio ao incêndio em Cascavel e sua subsequente **transferência para o hospital de queimados** de Londrina, serve como um poderoso testemunho de resiliência humana e da importância do suporte médico especializado em situações de alta complexidade. Para continuar acompanhando outros acontecimentos relevantes e histórias que impactam o dia a dia de nossas comunidades, convidamos você a explorar a editoria de Cidades em nosso portal.
Crédito da imagem: Foto: Sidney Trindade/RPC Cascavel




