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Brigadas al-Qassam, braço armado do Hamas, anunciaram neste domingo (28) a perda de contato com dois reféns Matan Angrest e Omri Miran, em meio a intensos bombardeios israelenses que atingiram a Cidade de Gaza nas últimas 48 horas. A organização expressou profunda preocupação com a segurança dos indivíduos capturados.
De acordo com um comunicado divulgado pelo grupo, foi exigido de Israel a interrupção dos ataques aéreos por um período de 24 horas, com início às 18h, em regiões específicas da Cidade de Gaza. O objetivo da solicitação era possibilitar a remoção dos reféns de áreas de perigo iminente, visando proteger suas vidas diante da escalada do conflito na região.
Hamas Perde Contato com Reféns em Meio a Bombardeios em Gaza
Esta comunicação do Hamas surge em um cenário de agravamento da ofensiva israelense no território palestino. Na terça-feira (16), Israel deu início a uma ofensiva terrestre significativa na Cidade de Gaza, que representa a maior área urbana da Faixa de Gaza. O governo de Benjamin Netanyahu considera essa região o último reduto operacional do grupo terrorista Hamas, o que justificaria a intensidade da campanha militar.
A incursão terrestre provocou um novo e massivo deslocamento populacional, com milhares de pessoas abandonando a Cidade de Gaza. Parte dessa população havia retornado à cidade após fugir para o sul em uma fase anterior da guerra. Antes do início da ofensiva terrestre, Israel manteve um cerco de aproximadamente um mês à cidade, caracterizado por bombardeios diários e pela destruição de dezenas de arranha-céus na região. As autoridades israelenses acusam o Hamas de utilizar essas estruturas prediais como bases operacionais, camuflando atividades militares em áreas civis densamente povoadas.
A ofensiva em curso é parte de um plano mais abrangente aprovado pelo gabinete de Netanyahu no início de agosto, que visa o controle total da Faixa de Gaza. O ponto de partida para essa estratégia é justamente a Cidade de Gaza, lar de cerca de metade da população total do território. Testemunhas locais relataram uma série de ataques aéreos que precederam o avanço das tropas na noite de segunda (15), sinalizando a escalada das operações militares.
A ofensiva terrestre foi lançada um dia após um encontro entre o secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, e o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu. Conforme reportado pelo site americano “Axios”, fontes ligadas ao governo israelense indicaram que o então presidente dos EUA, Donald Trump, teria manifestado apoio à operação, desde que fosse conduzida de forma rápida e eficiente. Nesta segunda-feira, Trump também fez uma declaração, afirmando ter recebido informações de que o Hamas havia movido reféns mantidos em Gaza desde outubro de 2023 para a superfície, com a intenção de utilizá-los como “escudos humanos”. Ele qualificou a ação como uma “atrocidade humana, como poucas pessoas já viram”.
Em um incidente anterior, o Hamas divulgou um vídeo na semana passada mostrando dois reféns israelenses em um carro na Cidade de Gaza. Além disso, a agência Reuters informou no domingo (14) sobre a intensificação dos ataques aéreos contra a Cidade de Gaza, resultando na destruição de mais de 30 prédios residenciais. As Forças de Defesa de Israel, por sua vez, alegam ter mirado exclusivamente em alvos terroristas durante suas operações na área.
A meta declarada de Israel para a região é a tomada da Cidade de Gaza com o propósito de erradicar o que classificou como o “último bastião” do Hamas, em uma área que abriga aproximadamente 1 milhão de pessoas. Paralelamente às operações em Gaza, na semana passada, Israel também conduziu um ataque em Doha, no Catar, contra lideranças do Hamas. O Catar é um dos principais mediadores em discussões para um possível acordo de cessar-fogo na região, e o bombardeio resultou em uma crise diplomática, gerando condenação por parte da comunidade internacional, incluindo as Nações Unidas (ONU).
O conflito atual entre Israel e o Hamas teve início em outubro de 2023, após um ataque do grupo terrorista no sul de Israel que ceifou a vida de mais de 1.200 pessoas e sequestrou centenas. Em resposta à incursão, a ofensiva israelense na Faixa de Gaza já resultou na morte de mais de 63 mil palestinos, a maioria civis, conforme dados do Ministério da Saúde local, que é controlado pelo Hamas.
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Este cenário de crescente tensão e perda humanitária sublinha a complexidade do conflito Israel-Hamas e o impacto devastador sobre a população civil. Para mais análises aprofundadas sobre política e os desenvolvimentos regionais, continue acompanhando as notícias em nossa editoria de Política.
Crédito da imagem: Reprodução/TV Globo
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