Hamas Liberta 20 Reféns Israelenses em Gaza: Acordo Detalhado

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Nesta segunda-feira, 13 de maio, a **libertação dos últimos 20 reféns israelenses vivos** pelo movimento islâmico palestino Hamas, em cativeiro na Faixa de Gaza, gerou grande comoção em Israel. A notícia do retorno dos sequestrados, raptados durante o ataque de 7 de outubro de 2023, provocou manifestações de alívio e celebração, especialmente em Tel Aviv, marcando um momento crucial no complexo conflito regional.

O processo de liberação ocorreu em etapas. Primeiramente, sete reféns foram entregues à Cruz Vermelha, que os transportou ao Exército israelense, antes das 10h00 locais (4h00 de Brasília). Em seguida, um segundo grupo com os 13 reféns restantes foi libertado, confirmando-se sua entrega à Cruz Vermelha e posterior acolhimento pelas forças de segurança de Israel.

Após a confirmação oficial, a euforia tomou conta das redes sociais e das ruas israelenses. O Ministério das Relações Exteriores de Israel, através da rede social X, expressou o sentimento de reencontro: “Esperamos 738 dias para dizer isso: bem-vindos à casa”, uma frase que sublinha a longa espera pelo desfecho no quarto dia de cessar-fogo. É nesse contexto que o artigo explora em profundidade a questão:

Hamas Liberta 20 Reféns Israelenses em Gaza: Acordo Detalhado

Os vinte indivíduos agora libertados faziam parte do grupo sequestrado por milicianos do Hamas durante o ataque brutal ocorrido em 7 de outubro de 2023, no sul de Israel. Esse evento, amplamente noticiado, foi o estopim para o intenso conflito em Gaza que perdura há quase dois anos. A informação sobre o fim do cativeiro desses reféns desencadeou uma explosão de emoção na Praça dos Reféns, em Tel Aviv, com milhares de pessoas reunidas para expressar sua alegria e esperança.

Ronny Edry, um professor de 54 anos presente nas celebrações, descreveu o momento à AFP como “um dia lindo, que aguardávamos há dois anos”. Apesar da satisfação pela libertação, Edry ressaltou a tristeza persistente pelos reféns que não retornaram com vida e pelos aproximadamente 2.000 falecidos na guerra, demonstrando a dualidade de sentimentos vividos pela população israelense.

A libertação estratégica dos reféns ocorreu poucas horas antes de um importante encontro diplomático: a Cúpula sobre Gaza, agendada para acontecer na cidade egípcia de Sharm el-Sheikh. O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, participará do evento, fazendo uma parada anterior em Israel para discussões com as autoridades locais. Diversos líderes mundiais também são esperados no Egito para o debate.

A primeira fase do acordo de trégua entre Israel e o Hamas, que se iniciou na sexta-feira, foi determinante para este desfecho. O pacto estabelece a troca dos últimos reféns israelenses em Gaza — que inclui os 20 agora livres e 28 corpos de reféns mortos — por um número aproximado de 2.000 palestinos mantidos em prisões israelenses. Este intercâmbio simboliza um complexo arranjo para desescalar tensões e promover o retorno de detidos.

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, teve a oportunidade de receber o presidente norte-americano Donald Trump na pista do aeroporto de Tel Aviv. Trump é considerado o arquiteto de um plano abrangente de 20 pontos, cuja implementação viabilizou tanto o atual cessar-fogo quanto a subsequente libertação dos reféns, indicando a influência vital dos EUA nas negociações.

O Futuro da Guerra em Gaza e a Cúpula Internacional

Em meio às esperanças renovadas pela libertação dos reféns, Israel enfrenta o desafio da recuperação dos corpos dos cativos mortos. A porta-voz de Netanyahu, Shosh Berosian, informou que não há expectativa de que todos os corpos sejam entregues nesta segunda-feira. O governo israelense aguarda o auxílio de um “organismo internacional” para localizar os restos mortais que ainda não foram recuperados.

Durante a viagem a bordo do Air Force One, o presidente Trump afirmou categoricamente que “a guerra (em Gaza) terminou”, uma declaração que ecoa uma visão otimista. Em contrapartida, Benjamin Netanyahu reconheceu as “vitórias enormes” de Israel contra o Hamas em Gaza, mas alertou que “a luta não terminou”, sugerindo que desafios persistirão na região mesmo após o cessar-fogo atual.

Após seus compromissos em Israel, que incluem um discurso no Parlamento, Trump seguirá para Sharm el-Sheikh. Lá, ele co-presidirá a Cúpula sobre Gaza ao lado de seu homólogo egípcio, Abdel Fatah al-Sisi. Este evento de alto nível reunirá líderes de quase vinte nações e o secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, para discutir, entre outros pontos cruciais, a governança futura da Faixa de Gaza, uma área que tem sido devastada por dois anos de conflito intenso.

Os países mediadores que contribuíram para o acordo de cessar-fogo em Gaza – Estados Unidos, Egito, Catar e, provavelmente, a Turquia – deverão firmar um documento que assegure a plena execução do pacto, segundo informações de uma fonte diplomática. Netanyahu deverá estar presente na reunião, enquanto o Hamas optou por não enviar representantes diretos, afirmando que atua através de seus mediadores, Catar e Egito. O presidente palestino, Mahmud Abbas, confirmou sua participação em Sharm el-Sheikh, conforme anunciado pelo presidente francês Emmanuel Macron.

O plano norte-americano detalha uma visão para Gaza após a retirada gradual do Exército israelense, que atualmente controla 53% da Faixa. A estratégia subsequente exclui o Hamas da administração territorial, que o grupo governa desde 2007, e visa à destruição do seu arsenal. O futuro governo será incumbido a um “comitê palestino tecnocrático e apolítico”, sujeito à supervisão e controle de um novo organismo internacional de transição, cuja direção será de responsabilidade de Trump.

Impacto Humanitário e Econômico na Faixa de Gaza

Apesar do alívio trazido pelo cessar-fogo, a situação humanitária na Faixa de Gaza permanece desafiadora. No domingo, alguns caminhões carregados de ajuda humanitária entraram no território, mas foram alvo de saques por pessoas famintas em Khan Yunis, na região sul, evidenciando a urgência das necessidades básicas da população. Desde o início da trégua, muitos habitantes deslocados, como Fatima Salem, de 38 anos, retornaram às suas casas em Gaza, apenas para encontrar seus lares completamente destruídos.

“Meus olhos não paravam de buscar os pontos de referência perdidos, mas nada parecia igual, nem mesmo as casas dos vizinhos estavam lá”, desabafou Fatima Salem, retratando o cenário desolador. Por outro lado, a promessa de Israel de aliviar o bloqueio territorial gerou uma queda nos preços dos produtos essenciais nos mercados de Gaza, proporcionando um raro respiro econômico para os palestinos.

O conflito em Gaza teve sua gênese com o ataque do Hamas em outubro de 2023, que vitimou 1.219 pessoas em Israel, em sua maioria civis, conforme levantamento da AFP baseado em dados oficiais israelenses. Em retaliação, a ofensiva israelense causou a morte de, no mínimo, 67.806 indivíduos, segundo informações do Ministério da Saúde do território, tidas como confiáveis pela Organização das Nações Unidas.

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Em suma, a libertação dos reféns israelenses marca um ponto alto nas complexas negociações de trégua e aponta para o contínuo esforço internacional pela pacificação e redefinição da Faixa de Gaza. As repercussões deste acordo serão amplamente debatidas na Cúpula de Sharm el-Sheikh, que visa estabelecer os pilares para um futuro mais estável na região. Para se manter atualizado sobre a política internacional e seus desdobramentos, continue acompanhando a editoria de Política.

Crédito da imagem: bur-roc/tm/mas-avl-sag/fp Agence France-Presse